Crítica | Águas Rasas é tenso e cheio de referências a dois clássicos do cinema

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Há um problema nos grandes filmes de hoje em dia que se chama “trailers”, que mostram muito mais do que deveriam e em poucos minutos, a gente acaba sabendo mais de 60% da trama e das grandes surpresas. Águas Rasas vai na contra mão desta maré, e de forma inocente, eu havia achado os trailers do filme ruins ou misteriosos demais. No entanto, a Columbia Pictures fez exatamente aquilo que esperamos de uma grande produtora: deixou as surpresas para o filme usando um trailer honesto, e não foram poucas as surpresas.

Sugando conceitos de Tubarão, filme de 1975 de Steven Spilberg e Náufrago, com Tom Hanks, lançado nos anos 2000, Águas Rasas acerta em cheio o coração do público, que passa a ficar preocupado com Nancy Adams (Blake Lively) logo no começo do filme, graças a incrível fotografia e excelente visual da obra, que brinca com os sentidos que o som pode trazer durante o filme. Apesar do fraco roteiro e de um background simples, Águas Rasas é competente em quase tudo que faz.

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Seguimos a história de Nancy, que visita a praia favorita de sua mãe, ao mesmo tempo que possui algum problema familiar que a leva para um lugar tão distante. O que ela não esperava era encontrar um tubarão faminto enquanto surfava na belíssima praia e quando menos percebe, está a mercê da sorte em meio as Águas Rasas, porém perigosas do maravilhoso cenário do filme. A partir daí é uma mistura de diversos conceitos usados em Tubarão e Náufrago, com direito a um novo Wilson, desta vez com penas.

Clima TENSO

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Um dos méritos de Águas Rasas e um dos grandes motivos deste filme merecer seu ingresso no cinema, é o visual estonteante que a paradisíaca praia no México possui, além da maravilhosa Blake Lively, que tem sua beleza altamente explorada no filme. Com tomadas em câmera lenta, próximas ao seu corpo e seu rosto, misturados com o movimento da água e da prancha de Nancy, é impossível ficar alheio e não se impressionar com o cuidado que a produção teve neste aspecto e a tamanha confiança da atriz.

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E logo você percebe que, como dito acima, este cuidado foi levado para o som, que sem dúvida alguma é o maior responsável pela imersão de Águas Rasas. Quando o filme está sobrevoando os movimentos de Nancy, mostrando suas manobras fora d’água, o filme tem um tom alegre e de férias de verão e de repente a câmera, mesmo sem entrar numa nova tomada, passa a ficar submersa e a música cessa, criando um clima perfeito pra aparição do tubarão, até que a imagem volta pra fora da água e a música é retomada de onde parou, e assim entramos num looping visual surpreendente. A tática é repetida diversas vezes e em todas elas você vai segurar mais forte na cadeira. Sem mencionar a trilha sonora praticamente perfeita que embala todos os momentos do filme.

Um filme de uma pessoa só

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Numa situação como a de Nancy, é difícil saber o que é pior: a tormenta por ser atacada por um monstruoso tubarão – e bota monstruoso nisso -, ou a solidão e desespero de não ter outro ser humano por perto pra lhe ajudar. Sobreviver é sempre um grande desafio para o ser humano quando ele não tem ferramentas e capacidade física o suficiente pra superar algum desafio e tudo fica ainda pior quando este desafio tem dentes enormes.

Partindo deste conceito, Blake Lively teria o grande desafio de disputar o protagonismo de Águas Rasas com o tubarão, que poderia facilmente ser o maior destaque do longa por conta dos efeitos especiais que estão a disposição de Hollywood hoje em dia. Mesmo que em alguns momentos as cenas em CG deixem transparecer que o que estamos vendo não é real, na maior parte das vezes tudo é muito crível e o tubarão é realmente perturbador. A mistura visual da água com tons vermelhos é muito bem empregada, mas nada disso joga a atuação de Blake Lively pra escanteio, que pegou este papel difícil, matou no peito e fez gol de bicicleta. Convincente em todos os momentos, nós sentimos a agonia e a dor de Nancy pelos gritos e olhares da atriz. Sua personagem, Nancy, toma algumas atitudes malucas e irreais, mas talvez seja exatamente aí que está a graça do filme. Afinal, o que faríamos no lugar dela?

E como é bom ver uma protagonista feminina forte como Nancy, que até lembra Lara Croft com sua tamanha bravura e vontade de viver.

Conclusão

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Águas Rasas acerta em praticamente tudo, apesar do fraco roteiro e background. Mas no quesito suspense e terror, causado pelo tubarão, a produção é extremamente competente, deixa o espectador aflito, ao mesmo tempo que entrega um visual e parte sonora acima da média. Apesar da conclusão questionável (será que é possível acontecer aquilo, será que não é…), Águas Rasas é um filme muito indicado pra quem gostou do clássico Tubarão e sente falta de filmes como Náufrago, mas mesmo se você não conhece nenhum destes dois clássicos e quer uma experiência pouco vista nos cinemas hoje em dia, Águas Rasas não é somente indicado, como também é muito bem vindo!

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Uma resposta

  1. Assisti o filme ontem e concordo em todos os pontos da sua crítica. Gostei bastante do filme. A fotografia é linda e as tomadas aquáticas tiram o fôlego e elevam a imersão. O som/trilha sonora então nem se fala. A atriz me surpreendeu positivamente. O filme correria um sério risco de ser esquecível se não fosse pela performance da Blake Lively. Ela me convenceu em sua atuação. Me convenceu que ela é surfista, e conseguiu fazer com que eu me importasse e torcesse para ela. Gostei do paralelo que vc fez com Tomb Raider e assino embaixo, pois em vários momentos o instinto de sobrevivência da Nancy lembra muito o da nova Lara. Saí do cinema satisfeito com a experiência audiovisual que tive. É muito bem vindo filmes desse tipo: uma protagonista feminina forte em uma situação desesperadora, a lá Gravidade, Aliens, etc.

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