DC renasce do fundo do mar com Aquaman
As coisas podem estar meio estranhas no universo cinematográfico da DC. Afinal, não contar com dois grandes pilares como Super Homem e Batman é algo preocupante. Mas tudo isso pode estar prestes a mudar ou a ganhar um GRANDE fôlego com Aquaman. Embora hoje a Mulher Maravilha de Gal Gadot possa ser vista como um pilar dos filmes da DC, Aquaman pode facilmente ocupar este posto lado a lado dela.
E olha que estamos falando de um herói que não partilha do mesmo carisma e importância dos demais citados. Porém, é justamente neste sentido que Aquaman brilha, ao trazer carisma e importância ao universo da DC com tantos novos nomes, rostos e uniformes. O Reino de Atlântida se torna um grande trunfo na estratégia da Warner.
O fator James Wan
Aquaman conta com a direção de um dos maiores talentos da indústria atualmente. James Wan, que surgiu com Jogos Mortais e fez belos filmes de terror até então. Frequentemente seu nome é atrelado a vários filmes do gênero, como produtor e como diretor. Quando ele produz, nem sempre é garantia de sucesso. Mas quando ele dirige, aí é outra história. Então Wan surgiu como o grande nome para dirigir Aquaman, e diferente de todos os demais projetos da DC no cinema, seu filme não passou por nenhum problema durante a produção. Nenhum grande rumor de que as coisas não estavam bem. Tudo correu como o planejado.
Mas mesmo assim, como poderia um filme de super herói ser dirigido por alguém sem experiência alguma no gênero? Aqui o que conta é a criatividade e conhecimentos de Wan como um todo. Mas claro que nada do que ele já fez no passado ficou para traz. Aquaman traz uma qualidade sonora incrível, digna de filmes de terror. Com batidas secas, trilha sonora perfeitamente encaixada e muitas explosões. Nada a ver com terror, mas me fazia lembrar dos demais trabalhos de Wan.
Sem contar que James Wan pegou um projeto difícil. Como fazer um filme de baixo d’água? Seria um grande desafio, que o diretor soube não somente superar, mas aproveitar para criar uma narrativa envolvente e cenas memoráveis.
Por fim, como se não bastasse o ótimo trabalho do diretor em dar vida ao Reino de Atlântida, é possível ver alguns easter eggs espalhados pelo longa. Desde um livro de H. P. Lovecraft até a tenebrosa boneca Annabelle. O mais legal é que tudo é bem sutil. Portanto somente os mais atentos se darão conta desses momentos especiais do filme.
O fator Jason Momoa
Quando foi anunciado que Momoa, o eterno Khal Drogo de Game of Thrones, seria o Aquaman, a reação geral foi de estranheza. Afinal, o herói nos quadrinhos é loiro e branquelo, completamente diferente do filme. Mas a ideia foi mais do que boa. Ao representar Aquaman no cinema, a DC e Warner desconstruíram o personagem e o reconstruíram em Momoa. É algo como se este Aquaman só funcionasse para ele. Ainda é o Aquaman dos quadrinhos, só que mais nervoso, violento, e principalmente menos “príncipe bonitão dos mares“, e mais Rei temível de Atlântida.
Contudo o mais legal é a evolução do personagem, aliado ao roteiro extremamente bem construído. Tem sim alguns momentos bem clichês, ainda mais quando nos focamos nos vilões. Mas ainda assim, mesmo neste aspecto, Aquaman faz muito bem. Patrick Wilson está bem demais como o Mestre do Oceano e até o Arraia Negra, que muita gente achou que teria pouca importância, foi bem construído.
Outros atores de grande renome também surpreendem. Willem Dafoe e Dolph Lundgren estão muito bem. A Warner usou efeitos de rejuvenescimento em Dafoe, assim como a Disney e Marvel estão fazendo em seus filmes. Assim, foi possível contextualizar diversos momentos do passado de Arthur (Aquaman), sem precisar perder tempo contando sua origem desde o começo.
Um filme que vai muito mais do que a origem do herói
Assim, Aquaman é um filme de origem que faz tudo diferente. Ao mesmo tempo que segue uma fórmula de sucesso. Inclusive tem sim suas piadas, mas todas no momento certo. Mas assim como uma bela receita, tem seus próprios temperos que o faz ser especial. E o gosto que fica é que a DC tem jeito e o futuro pode ser brilhante. Certamente Aquaman era o impulso de ânimo que faltava para o estúdio e para os fãs.
O problema é que não pode haver uma inconstância. Então acredito que com o provável sucesso de Aquaman a estratégia possa ser repensada. Ou, caso este novo filme já seja o resultado da nova estratégia do estúdio, podemos imaginar que o que virá daqui para frente possa fazer jus ao que esperamos da DC.
Por fim, já temos uma bela Mulher Maravilha e um ótimo e nervoso Aquaman. Batman e Super Homem seguem como incógnitas, enquanto que o Flash está chegando mais lentamente do que deveria. Shazam pode ser outra grata surpresa. Passo acreditar que a DC vai trilhar um bom caminho após tantos tropeços. Deem mais trabalho e importância para James Wan e reconheçam o belo resultado que ele conseguiu com Rei de Atlântida. Não repitam o erro que cometeram com Snyder.
