Crítica | Death Note: Iluminando um Novo Mundo vai além de Light e L

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Adaptar uma obra que vem de uma mídia diferente da do cinema é sempre complicado por conta da mitologia que envolve os acontecimentos, personagens e história originais. Felizmente, quando se trata de animes japoneses, os próprios estúdios do Japão sabem muito bem como levar uma adaptação live action para os cinema mantendo todas as características citadas acima. Death Note, sucesso absoluto escrito por Tsugumi Ohba e ilustrada por Takeshi Obata marcou uma época com uma história atípica, onde acompanhamos o desenrolar dos eventos através dos olhos do vilão, ou anti-herói, dependendo do ponto de vista, Light Yagami.

O mangá começou a ser lançado em 2003 e foi finalizado com 12 volumes em 2006. Os autores queriam levar a história até o momento em que ocorre o embate final entre L e Light, mas com o sucesso que a obra conquistou, eles foram quase que obrigados a continuar e criar mais um arco, que introduziu personagens como Near e Mello e um final para a história de Light. Em 2006 Death Note recebeu um anime com 37 episódios contando a história animada de todo o mangá, mas como o sucesso era estrondoso, logo a Warner Bros. Pictures e a Nippon Television criaram a adaptação Live Action de Death Note que contou com dois filmes, que não seguiram totalmente os fatos do mangá e anime, mas criou sua própria forma de contar o que ocorreu entre a loucura de Light Yagami em se tornar um deus do novo mundo e a maneira única de L em procurar quem é o verdadeiro Kira.

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Novamente, com o sucesso, um terceiro filme foi lançado em 2008 contando os acontecimentos dos últimos 23 dias de vida de L, em  L: Change the World. Agora sem os dois personagens principais da trama de ambos os lados, como a franquia Death Note poderia continuar no cinema sem acabar com tudo que foi criado até agora?

Um Novo Mundo

No final do ano passado, o 4º filme da saga Death Note chamado Death Note: Iluminando um Novo Mundo foi lançado e trouxe uma nova geração de personagens para essa aclamada história. Antes do filme ser lançado, uma série na plataforma por streaming HULU foi produzida com 3 episódios, mostrando um pouco mais dos principais personagens deste novo filme. O primeiro episódio mostra a história de Mishima, que trabalhou com o pai de Light na polícia. O segundo traz Ryuzaki, que serve como adaptação de Near e Mello, que nunca apareceram nos filmes de Death Note e ele se torna assim o sucessor de L, tomando o posto de maior detetive do mundo. O terceiro episódio traz Shien, o provável novo Kira da história. Apesar de alguns destes personagens se mostrarem meras cópias dos que já conhecemos no passado, aos poucos percebemos que mesmo sem Light e sem L, Death Note consegue ser intrigante e chamativo por conta dos Cadernos, das regras e dos Shinigamis, que fazem dos humanos meros peões para suas vontades e apenas observam até onde a loucura pelo poder e justiça podem chegar.

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Neste 4º filme as coisas vão muito além e talvez essa seja a maior expansão que poderíamos esperar para a história de Death Note. Com a morte de Light e L, os Shinigamis ficam conhecendo do poder destrutivo e cruel que existe dentro dos humanos e em busca de poder, 6 cadernos são jogados na terra para que um novo Kira possa nascer dos novos portadores de Death Notes. Se antes com apenas 2 cadernos (de Light e de Misa com os Shinigamis Ryuk e Remu) já vimos o estrago que pode ocorrer no mundo, imagina com 6?

Uma Narrativa diferente

Death Note Iluminando um Novo Mundo tem então a cruel e corajosa missão de dar continuidade à história de Death Note fazendo uso das regras que o caderno possui quando está nas mãos dos humanos e de novos personagens, que sem histórico, são peças fundamentais para criar um clima de suspense em um thriller policial muito bem produzido e que se apoia totalmente nos segredos que todos podem estar escondendo. O grande diferencial desta nova história é que não sabemos ao certo quem é o novo Kira, se pode ou não ser Light, se ele possui um seguidor e em quem a policia pode confiar. O grande chamativo do anime e mangá era que sabíamos que Light era Kira, e a cada movimento que ele fazia e conquistava sucesso, a vontade que dava era de levantar e bater palma para tamanha genialidade que o personagem possuía. Em Death Note Iluminando um Novo Mundo é tudo bem diferente, pois estamos alheios a real vontade de Kira e se ele realmente existe.

Como existem 6 cadernos, ninguém é confiável e como o filme não mostra quem é o novo Kira num primeiro momento, praticamente não temos a visão do vilão e quais realmente são suas intenções, o que difere demais a narrativa do que estamos acostumados a ver em Death Note daquela que foi adotada no novo filme. Definitivamente não foi uma ideia ruim e traz uma sensação de novidade, a medida que vamos descobrindo com os próprios personagens cada fração da história e do mistério que mora ao redor de todos eles.

Já vi isso antes…não?

Mas infelizmente Death Note: Iluminando um Novo Mundo derrapa na originalidade. Apesar de conseguir sucesso ao criar personagens com boa personalidade, os momentos de reviravoltas acabam buscando inspirações em tudo que foi feito no anime e mangá, não dando chances de surpresa pra quem vem acompanhando Death Note há tanto tempo. Existem alguns momentos de genialidade no roteiro, que gera surpresa na maior parte do público, mas quem tem os principais eventos de Death Note frescos na mente poderá se incomodar com a repetição de eventos que, muitas vezes, parecem existir para gerar essa referência para o anime, ou então, por não ter mesmo mais pra onde ir na hora de criar algo que possa ser surpreendente dentro da história de Death Note.

Este problema e o exagero em algumas interpretações me incomodaram bastante durante o filme e fizeram com que a imersão fosse danificada. Porém, caso você não tenha assistido novamente o anime ou lido o mangá nos últimos anos e não se lembra de todos os eventos mais legais da história, poderá facilmente gostar mais do filme do que eu gostei.

Um verdadeiro integrante da família Death Note

Iluminando um Novo Mundo pode não ser a melhor história que envolve os cadernos malignos de Death Note, mas com certeza cumpre seu papel ao entregar uma boa história com personagens convincentes e grandes momentos de suspense e investigação. Light e L fazem falta sempre, mas é ótimo ver que a história de Death Note tem chances de andar sem a presença desses personagens.

A falta de imersão pode ser diferente para cada tipo de espectador, mas sem dúvida que quem gostou do anime e mangá poderá ver grande futuro nesta nova empreitada da saga dos filmes de Death Note, que tem tudo pra continuar de uma maneira bem interessante no futuro.

*Death Note: Illuminando um Novo Mundo será exibido de forma exclusiva nos cinemas da rede Cinemark SOMENTE no dia 02 de agosto. Nós assistimos antecipadamente à convite da assessoria de imprensa da rede.


https://youtu.be/bFYbLD57-Ro

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