Crítica – Ghost in the Shell A Vigilante do Amanhã é uma adaptação no mínimo honesta

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Há anos, Ghost in the Shell é um produto super cultuado e adorado por amantes da cultura japonesa, não apenas por trazer cenas memoráveis no mangá e Anime, mas também por propor conceitos futuristas que são utilizados como referência em várias obras de sucesso.

O filme animado é uma das excelentes obras que moldaram uma geração e um conceito cyberpunk, trazendo um futuro distópico e com ideais super interessantes. O primeiro filme foi lançado em 1991 e, até hoje, coloca questões atemporais que trabalham a parte do auto-conhecimento e da aplicação da tecnologia para o bem da humanidade.

A Adaptação

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Quando foi anunciado que Ghost in the Shell viraria filme live-action, o sensor de “não sei não” apitou alto. Conceitualmente é muito complexo e visualmente não é algo simples de fazer, mas o diretor Rupert Sanders optou por escolhas interessantes e outras nem tanto. Visualmente o filme busca exagera um pouco na construção conceitual da cidade, mas mostra bem um futuro maluco cheio de hologramas e cores, chegando muito próximo ao filme. Outras escolhas que foram felizes, são cenas emblemáticas que foram reproduzidas com uma fidelidade assombrosa.

Por outro lado, algo que não podia ter sido alterado é o conceito que propõe a obra original. Veja bem, é uma adaptação, e como tal, precisa encaixar coisas que antes não seriam possíveis, até mesmo para o público geral entender a trama. Agora, a necessidade hollywoodiana de colocar um inimigo declarado só mostra que ainda não há a coragem de fazer um filme com que as pessoas precisem mastigar e refletir sobre certos assuntos.

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O significado Ghost in the Shell traz muitas interpretações e o jeito que foi colocado no filme tem boas intenções, mas repete, bate tanto na mesma tecla, que acaba fechando toda e qualquer reflexão.

Major Motoko Kusanagi

Uma personagem que é cheia de simples complexidades. A adaptação que fizeram de Motoko, numa origem como sendo uma garota “anarquista” que andava com um bando de arruaceiros, não traz a verdadeira personalidade dela. Na obra original a personagem não é de meias palavras, mas começa a questionar a sua verdadeira existência, se tudo o que existe em seu cérebro é real, ou se era tudo implantado pelo governo. Essa questão foi simplificada de maneira desnecessária, pois seria muito interessante ver Motoko sendo motivada e tomando todas as suas atitudes baseadas nessas questões.

A Major, que do início do filme até quase no fim, tem um nome americanizado, descobre uma trama que pode indicar que, se houver um próximo, eles podem contar o início da existência da personagem. Essa origem existe em episódios dos Animes (não igual ao apresentado nesse longa), mas não é tão popular quanto o filme.

A representação de Motoko feita por Scarlett Johansson não é de todo ruim, pois a personagem faz cenas de ação muito boas e é possível vermos a atriz tentar se aproximar ao máximo da Major, em seu jeito de falar, de andar e de se comportar.

Os outros personagens fazem uma atuação bem digna, na qual Batou e Aramaki ganham até mais destaque que na obra original. Os personagens que fogem da trama original são os mais dispensáveis do filme, porém, em certos momentos, podemos ver algumas explicações que não tínhamos acompanhado no Anime, como a reconstrução do braço da Major.

Panorama geral

Se analisarmos como um todo, Ghost in the Shell A Vigilante do Amanhã é uma adaptação honesta que busca fazer escolhas ousadas ao reproduzir cenas emblemáticas como a da água e a luta contra o tanque aranha, que por sinal é bonito de se ver, ao passo que precisa de soluções bobas e desnecessárias para contar a história.

De qualquer maneira é um filme que merece ser visto no cinema, pois o visual é muito bem trabalhado e revela um bom gosto para a direção de arte voltada para o futuro distópico que inspirou Matrix e outras obras. As cenas com Motoko são executadas de maneira primorosa com muita ação, muitas batalhas interessantes e traz boas atuações dos envolvidos.

Trailer

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