Crítica: “Hardcore Henry”, um jeito diferente de participar do filme

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hardcore-henry-6Sente-se na cadeira com sua pipoca e sua bebida! Pronto? Bem, agora se aconchegue e aperte o play.

Hardcore Henry, distribuído pela Diamond Films,  já foi exibido em um festival que ocorreu em Toronto em 2015 e apenas agora está sendo apresentado para o público. O filme será lançado dia 8 de abril nos cinemas Estadunidenses e chegará ao Brasil em meados de Abril ou começo de Maio (assim disse o representante da Diamond Films).

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Você poderá encontrar alguns vídeos soltos pela internet, trailers e algumas informações, mas será que vale a pena ver no cinema? Veja aqui a nossa opinião.

Gênesis

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Hardcore tem uma história muito interessante e totalmente relevante para ser levada em conta nessa análise. O diretor do filme, Ilya Naishuller, de nacionalidade Russa, é integrante de uma banda de indie rock chamada Biting Elbows. O ator/diretor/músico produziu e dirigiu um clipe da banda para divulgar a música ‘Bad Motherfucker‘, no qual durante todo o vídeo o personagem percorre cenários fazendo parkour e atirando em inimigos, tudo filmado em primeira pessoa – você assiste ao clipe pelos olhos do protagonista. Foi daí que surgiu a ideia de fazer um filme totalmente construído nessa visão.

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O longa foi financiado por um sistema de crowdfunding conhecido, chamado Indiegogo, no qual a meta era arrecadar U$ 250 mil doletas e alcançou U$ 254 mil. Isso significa que o filme foi financiado por aqueles que curtiram a ideia e o projeto ousado e corajoso.

É o primeiro longa-metragem filmado em 1ª pessoa

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Com a câmera num capacete na altura da boca, o diretor conseguiu, magistralmente, simular uma câmera de 1ª pessoa.

Sem dúvidas esse é o primeiro longa filmado totalmente em 1ª pessoa. Talvez haja confusão com relação aos filmes no estilo de Bruxa de Blair, Cloverfield, REC e outros que usam handycam, mas existe uma diferença básica – Nesses filmes citados eles usam uma câmera de mão, e até aparecem no filme, já Hardcore trabalha com POV (Point of View Ponto de Vista), no qual o espectador enxerga todo o ambiente através dos olhos do personagem.

Nesse caso, você está assistindo pelos olhos de Henry, uma espécie de soldado ferido que precisou ser todo remendado com a mais alta tecnologia do momento. O protagonista torna-se então um ciborgue poderoso com um braço e perna biônicos, capaz de realizar feitos que nenhum ser humano poderia. Ao longo de sua jornada você descobre novas missões, motivações e mistérios envolvendo a sua existência. Obviamente essa não é uma história nova (Vimos isso em vários filmes e principalmente em games (Call of Duty Black Ops 3)), mas a maneira com a qual é contada torna tudo muito interessante e realista.

Eu entendi a referência

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É sabido que os games começaram buscando grandes referências em várias mídias, principalmente no cinema. Seja na narrativa, visual, conceito, tecnologia e construção de personagens, sempre víamos técnicas cinematográficas presentes em vários jogos. Isso acontece até hoje, claro, porém o contrário também existe: longas baseados em games, filmes que tem como principal construção a mídia dos jogos (Gamer, RPG), referências de personagens, de câmera e diversas outras ideias, e o que vemos nesse filme é, talvez, uma junção de várias técnicas e conceitos utilizadas em um jogo, presente nas telonas.

Alguns filmes como Homem-Aranha e Doom, trabalham em algum momento com essa perspectiva em 1ª pessoa, utilizada fortemente em jogos como Call of Duty, Battlefield, Mirror’s Edge, Dying Light e vários outros. As cenas de ação foram produzidas propositalmente como se dentro de um cenário virtual que você pudesse comandar.

A história é construída de uma maneira muito similar aos jogos, com missões sendo dadas por uma pessoa que não possui apenas um corpo, mas sim vários avatares que podem ser utilizados ao bel prazer do original, uma metáfora muito interessante se pensar em como a customização de personagens está cada vez mais presente. Outro detalhe interessante é que em cada local que o protagonista está, o que ele realmente precisa está ao seu alcance, outro elemento que conversa com os games.

E por fim, mas não menos importante, referências visuais estão presentes a todo momento como uma camiseta de COD: Ghosts (Créditos ao Ariel que foi quem visualizou), cena de Modern Warfare quando o personagem camuflado e coberto por plantas levante e começa a conversar com você, a Adrenalina utilizada pelo Henry é sem dúvidas baseada em Far Cry, enfim, você encontrará um recorte de muitos títulos.

A Adrenalina rege o filme do começo ao fim

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Um quesito que chamou a atenção de maneira singular foi o ritmo. Hardcore Henry começa de uma maneira alucinante e assim ele se mantém até o final. Para muitos isso é realmente um problema, pois em certos momentos, um filme necessita de um respiro para que o espectador consiga pensar e colocar tudo o que acabou de acontecer na tela, em ordem. Não existindo esse break, você necessariamente precisa ficar ligado a todo momento e se vacilar, perderá o fio da meada e o filme ficará difícil de ser compreendido.

A impressão que dá, é que em certos momentos parece que o filme está com a tecla Forward do controle remoto apertada“, Oliveira, Alepitekus.

Os gamers que estão acostumados com esse tipo de visão e ritmo acelerado podem não sentir tanto esse impacto, mas a grande maioria terá problemas pra encaixar as ideias no meio de tanta bala, saltos, giros, barulhos e bagunças.

A trilha sonora segue a mesma linha acompanhando os passos do personagem, conduzindo as ações e atitudes como se complementasse aquela cena de alguma maneira. Destaque para a hora que começa a tocar Don’t Stop me Now, Queen, que parece mover o personagem de acordo com a letra da música.

Tiro Porrada e Bomba

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Hardcore Henry segue uma linha bem mais violenta que os filmes violentos. Já no começo ele mostra a que veio, pois na cena de introdução, facas, espadas e tiros vão varando os inimigos “Em Câmera Lenta”. Também existem cenas salientes (sacou o lance?) bem fortes. Apesar de ser muito bem feito e bem produzido é too much para o seu pimpolho(a) com idade abaixo de 16.

Concluindo, o filme tem seus problemas, como citei anteriormente: ritmo acelerado demais, história um pouco confusa e trabalha em cima de clichês, mas os pontos positivos superam os negativos tranquilamente – Bons personagens, referências incríveis, a coragem e o ineditismo de se filmar tudo em POV, o fato de ter conquistado tudo através de um sistema financiado por fãs, são mais que suficientes para que o filme consiga cativar e fazer valer a pena.

TRAILER

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5 respostas

  1. Não é o primeiro longa filmado em primeira pessoa. Talvez seja o primeiro de ação, mas já foram feitos outros aí. Tem um francês de 2009 que não me lembro o nome e um slasher movie de 2012 chamado “Maniac”, com Elijah Wood, muito bom inclusive, pra quem gosta do gênero.

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