Crítica | Jack Reacher: Sem Retorno mostra lado humano do personagem de Tom Cruise

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Com produção do próprio Tom Cruise, que estrela o novo Jack Reacher: Sem Retorno, temos a sequência do sucesso de 2012 que introduziu mais um personagem ao mundo dos filmes de ação, vindo diretamente dos livros de Lee Child. Jack Reacher já estrelou cerca de 14 livros e no cinema chega ao seu segundo filme.

O primeiro longa lembrava muito Missão Impossível, talvez por ter Tom Cruise no papel principal e contar uma trama cheia de mistérios e com tom de exagero. Mas Jack Reacher – O Último Tiro tinha muitas qualidades próprias, uma boa história com boas reviravoltas, mas como todo bom filme de ação, não fugia dos problemas dos famosos clichês. No entanto, fazia tudo muito bem e até hoje é muito bem avaliado pela crítica e público.

Uma nova fase, velhos problemas

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Agora, Jack Reacher retorna a Washington DC onde um dia esteve em uma posição de Major no exército americano, porém ele está aposentado. Ao mesmo tempo, ele vai encontrar com uma velha amiga, a Major Turner (Cobie Smulders) apesar de nunca ter realmente visto Turner pessoalmente uma única vez na vida. No entanto, como confusão persegue o personagem, ao chegar na cidade ele é acusado de um crime que não cometeu, Turner também é presa e precisa da ajuda de Recher pelo mesmo motivo e o ex-Major fica sabendo que pode ser pai de uma garota de 15 anos. Uma mudança e tanto pra vida do andarilho que não fica parado em um lugar só.

Então, já dá pra ter uma ideia do quanto esse filme pode ser agitado com a salada de coisas que passam a acontecer. A primeira grande diferença de Jack Reacher – O Último Tiro para Jack Reacher – Sem Retorno é o fato de que Reacher agora precisa aprender a lidar com duas situações que ele não está acostumado: a primeira delas é trabalhar em equipe ou com uma parceira, já que Turner é praticamente uma Jack Reacher feminina – que incomoda e também é legal ao mesmo tempo, mas já já chegaremos lá. A segunda situação é o fato de que ele pode ser realmente o responsável por Samantha, sua provável filha, que naturalmente é envolvida nos problemas de Reacher.

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Tom Cruise e Cobie Smulders, uma boa dupla

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Tom Cruise é um ator com muitos recursos, sabe lutar, dispensa dublês e mesmo com seus 54 anos ainda consegue atuar em cenas de ação de primeira linha. A atuação dele é o que se espera de um personagem meio brucutu meio detetive, com muita pancadaria e teorias sobre o que está acontecendo ao redor dele e das garotas. Mas o filme gira muito em torno de Turner, a personagem de Cobie Smulders, que é bem conhecida por seu papel como Maria Hill nos filmes da Marvel e também por seu papel como Robbie em How I Met Your Mother.

Ela manda muito bem no papel de Turner, mas fica muito evidente que a produção tentou fazer da personagem uma espécie de Jack Reacher de saias, deixando bem claro que não é porque ela é uma mulher que não vai participar de cenas perigosas e de lutas contra homens. A propósito, o vilão do filme é muito bom e bate de frente com os dois personagens em diversos momentos e não distingue se está batendo em Jack Reacher ou Turner, apenas solta a mão e Turner aguenta tranquilamente. Cobie Smulders também dispensou dublês para suas cenas de luta, o que deixa tudo ainda melhor no filme. Mas realmente a tentativa de fazer dela mais importante do que deveria, incomoda e deixa Jack Reacher, muitas vezes, como coadjuvante do filme. Porém, no geral, os dois formam uma boa dupla, sem a necessidade de muita piadinha pra deixar o público ligado, a própria história nos prende naturalmente, apesar de em muitos momentos as coisas ficarem meio monótonas.

O Lado Humano de Reacher

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Em Jack Reacher – O Último Tiro de 2012, o personagem Jack Reacher parecia um cara exagerado, robótico, cheio de recursos tirados da manga, como se fosse invencível. Não era ruim, mas deixava a impressão de que ele era uma espécie de soldado especial, como acontece com Jason Bourne. Mas como ele não é um soldado preparado por alguém, mas sim pelos acontecimentos de sua vida, seria mais natural que ele pareça mais humano. E é o que acontece agora, em Jack Reacher – Sem Retorno.

Além da responsabilidade que ele tem com Samantha, ainda tem que se preocupar com um inimigo a sua altura, um ex-soldado chamado apenas de “O Caçador“, interpretado por Patrick Heusinger, que participou inclusive da série que acompanhava o jogo Quantum Break, como Liam Burke. O cara manda muito bem, mostrando que está preparado para novos personagens e quem sabe ainda mais importantes que o que fez agora. Como ele leva um perigo incalculável para Jack Reacher, é possível perceber que ele não é invencível e que deve sim tomar cuidado por onde anda e com aqueles ao seu redor. Talvez Reacher só precisasse de um bom adversário, algo que faltou pra ele no primeiro.

Todas as características do primeiro filme continuam

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Uma coisa que acho muito legal na série Jack Reacher, é que o personagem de Tom Cruise tem algumas formas de agir que se repetem e são muito legais de se ver. O cara não tem carro, mesmo viajando muito pelo mundo, usando apenas o transporte público ou caronas como solução para suas idas e vindas. Ele sempre fica em hotéis, já que não possui exatamente uma casa. Toma café e almoça tranquilo em lanchonetes enquanto é seguindo TODAS AS VEZES por organizações secretas, e mesmo de costas pra tudo, ele sabe que isso acontece e sempre pega os perseguidores desprevenidos. Parece irreal, mas é muito legal de se ver.

Mas uma característica que chama ainda mais a atenção é que ele abre mão total do uso de armas de fogo, geralmente se ele usa alguma é porque adquiriu de algum inimigo após batalhas no corpo a corpo. Senão, ele simplesmente tira o pente de balas, a bala que fica na agulha da arma e joga fora tudo. Quando está na luta corpo a corpo, geralmente contra no mínimo 3 ou 4 meliantes, ele não ataca, espera o adversário atacar e ataca o ataque do cara. Sim, ele não coloca a mão ou o braço pra se defender, ele bate no soco do inimigo, defendendo e gerando dano, e cada movimento que ele faz, claramente executado por Tom Cruise, tem efeitos poderosos e com alta sensação de que os golpes realmente estão doendo no inimigo. Ou seja, se você gosta de filmes de ação, tiro e porrada, Jack Reacher é sinônimo de tudo isso.

Se Gostou do 1, vai gostar do 2

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Jack Reacher – Sem Retorno é tão bom quanto Jack Reacher: O Último Tiro, mantendo a mesma qualidade em todos os sentidos, mas agora com uma profundidade maior nos personagens, principalmente em Reacher. Para alguns será mais um filme clichê, o que não é uma mentira, mas tudo é executado com uma boa qualidade e mantém o interesse do público no filme durante todas as duas horas que ele dura. Não é um filme que vai mudar a sua vida ou a sua opinião sobre as atuações de Tom Cruise, mas é uma boa forma de entretenimento, com boas reviravoltas – não tão boas quanto as do primeiro filme – e com cenas excelentes. Senti falta apenas de mais cenas de ação com carros, como aconteceu no primeiro longa, mas as que o filme executa são bem legais.

Então, se a sua pegada é um filme mais voltado para a ação, não deixe de ver Jack Reacher – Sem Retorno, pois não há como se arrepender, a não ser que você não goste do gênero, aí meu amigo, não tem o que fazer.


Trailer

 

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