Crítica: Joker é hipnotizante, denso e visceral

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Joker, ou Coringa, é sem dúvida um dos filmes mais aguardados do ano. Isso porque o personagem das HQs tem uma fama que transcende todas as mídias, mas muito mais pelo teor que esse longa se propôs a fazer.

O Coringa é um dos vilões mais conhecidos da história das HQs, sendo o principal antagonista do Batman. Sua história já foi contada e recontada milhões de vezes em vários ambientes, mas dessa vez a ideia é muito diferente.

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No cinema/TV, temos papéis emblemáticos do personagem. Vimos grandes nomes interpretando o palhaço do crime na telona como Jack Nicholson, Heath Ledger, Jared Leto. Já na TV/animação/games, Mark Hamill fez uma papel memorável interpretando a voz do sociopata, bem como o lendário Cesar Romero e, na série Gotham, a surpresa agradável de uma interpretação única de Cameron Monaghan. Logo já podíamos perceber que Joaquin Phoenix teria um desafio enorme pela frente, pois fora a dificuldade que é interpretar esse personagem, monstros sagrados já o tinham feito, e muito bem feito.

Joker tem uma narrativa perturbadora

Joker

Logo de início você consegue ter um mix de sensações. O filme, desde o primeiro segundo, se propõe a deixar o espectador desconfortável de várias maneiras. Arthur Fleck é uma pessoa, teoricamente, comum, com um trabalho inferiorizado, sendo ridicularizado por onde passava. O rapaz, já adulto, cuidava de sua mãe doente, mas seu principal problema era sua condição médica instável. Para isso, ele vivia uma vida quase normal, com as dificuldades de uma pessoa com baixo poder aquisitivo, mas com um grande agravante – GOTHAM. Para quem conhece a cidade mais tenebrosa do universo, sabe que viver naquele local é um tremendo desafio.

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Mas, diferente da série, ou do filme de Tim Burton e Nolan, Gotham é uma cidade que não rouba a cena. Ela é importante por suas características já conhecidas, mas o filme faz questão de tratá-la como uma cidade americana próxima da realidade, o que confunde muito o espectador na hora de entender as metáforas que estão sendo transmitidas. Mas a jornada de Arthur Fleck, dentro desse local, faz tudo ficar especial.

A verdadeira origem do PALHAÇO?

Joker o palhaço do crime

Pois bem, Todd Phillips, diretor conhecido por filmes de comédia, viu uma oportunidade única de trazer sua expertise para esse longa. Mas engana-se aquele que pensa que a ideia principal do filme é trazer a origem do personagem. Ela existe e é contada de uma maneira fantástica, mas ainda há muitos mistérios que deixam no ar. Principalmente pelo fato dele ter a condição que tem, muita coisa pode não ser exatamente do jeito que pensamos que é.

O personagem, por mais problemático ou louco que fosse, mostrava ligações fortes que se prendiam por pilares que o mantinham são. Mas Todd e Phoenix foram brilhantes, pois você acompanha cada um desses alicerces sendo rompidos e formando aquele que virá a ser o vilão dos vilões. E isso gera uma expectativa interessante no espectador, pois a cada rompimento desse, mentalmente pensamos: É AGORA! E assim vai até cair a última barreira.

Joker é um bom filme de HQ?

Joker tem uma carga dramática especial e uma narrativa tão bem contada que funciona como um filme tradicional. Porém, há esse vínculo com a história em quadrinho e o universo do Batman que conhecemos. Dessa maneira, o roteiro e a direção tomam o cuidado necessário para que você faça esse link. Vale destacar que quando ele te leva a ter essa conexão, ela é tão suave que em momento algum o repertório do Batman rouba a cena.

Claro que por se passar em Gotham, muitas das coisas ficam um pouco mais caricatas. Mas eu não tenho dúvidas que a intenção desse filme é mostrar um Coringa super próximo da possibilidade. Vale destacar que a suspensão de descrença é tão bem feita que vai te assustar.

A Risada do palhaço  faz jus ao histórico do personagem?

joker

A característica mais emblemática desse personagem é a sua risada. Maligna, impactante, debochada, faz desse elemento, crucial para a construção de um bom Joker. Ao longo de anos vimos os atores caprichando demais nesse quesito e é algo que ainda era uma incógnita para esse filme. E aí vai o mérito para o background criado para esse Coringa. A escolha do motivo das risadas impactantes para o personagem é espetacular.

O diretor te coloca numa posição de espectador privilegiado da mente do Palhaço. Assim sendo, Phoenix é tão convincente que ele parece um maestro regendo suas emoções. E o motivo que a risada tem para cada momento é sentido por todos, acredite.

O Ciclo de violência e a criação do vilão

Joker é um filme forte, mas ele consegue atingir o grau extremo do que significa o Coringa. Gotham City não é uma cidade qualquer, ela flerta com o Caos em demasia. Também estamos carecas de saber que o Coringa é fruto do Caos, logo, combinação mais perfeito que essa impossível.

Você enxerga nas ações e nos trejeitos do personagem a evolução do animal interior. A violência começa como um meio de canalizar e de fazer justiça, mas ela cresce e toma conta de uma maneira incontrolável. O problema maior é quando ao invés de você dominar a violência, ela te domina por completo. O sociopata mais conhecido do universo das HQs se mostra de um jeito tão visceral, que conseguimos dizer que até o que parecia previsível, vai te chocar.

Méritos totais para a direção e produção por tratarem desse assunto delicado da maneira que tem que ser tratada. A proposta desse Coringa é chocar TODOS, e o objetivo foi concluído com maestria.

Phoenix é o melhor Joker de todos?

Todos os Coringas citados acima tiveram um papel fundamental na fama desse personagem. Ledger construiu um papel que ficará para a posteridade. Mark Hamill é uma das vozes mais absurdas do vilão. Mas Phoenix conseguiu criar um palhaço tão denso, tão poderoso em suas emoções e tão intimista, que ao final do filme, é como se fechasse a cortina.

Os trejeitos são sensacionais. A maneira que ele corre, que ele ri, que ele olha, que ele fala e, principalmente, que ele dança, fazem dele a personificação do sadismo.

Veredito

Joker é um dos melhores filmes do ano, sem dúvida. A atuação de Joaquin Phoenix é algo marcante e memorável. O Coringa criado por ele é simplesmente fantástico, bem como a narrativa desenvolvida pelos roteiristas e pelo diretor é espetacular. É um filme que tem a sua veia HQ, mas que facilmente pode ser encarado de uma maneira mais sóbria. Enfim, Joker é um filme que PRECISA ser visto principalmente por quem gosta do personagem e do universo do morcego. Recomendo FORTEMENTE.

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