Crítica: O Lar das Crianças Peculiares não consegue resgatar o velho Tim Burton

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Miss Peregrine’s Home for Peculiar ChildrenO Lar das Crianças Peculiares no Brasil, que é inspirado no best-seller de aventura e fantasia ‘O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares’, cujo autor é Ransom Riggs.

O filme conta uma história muito muito interessante e cheia de conceitos bacanas. Jack Portman (Asa Butterfield) é um garoto comum, muito mais do que ele gostaria de ser, porém passou a vida ouvindo histórias fantásticas contadas por seu avô, Abe (Terence Stamp) que sempre o convenceu que ele era especial. Após a morte misteriosa e incomum de Abe, Jack começa cada vez mais entrar na pira do avô, até que finalmente encontra o universo ao qual pertence – O Lar das Crianças Peculiares.

Uma história cativante

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Crianças com poderes especiais – invisibilidade, controladores de ar e fogo, super força e várias outras peculiaridades – vivem em uma fenda temporal, na qual um loop de 24 horas eterno não os deixa envelhecer, deixando-os assim com a vida eterna. Na fenda da Sra. Peregrine (Eva Green), o loop acontece exatamente alguns segundos antes de uma bomba alemã, da segunda guerra mundial, colidir com a casa dos pequenos. O grande problema é que existem monstros que buscam desesperadamente caçar essas crianças para que possam se manter “vivos”.

O elenco é de primeira qualidade. Eva Green, Asa Butterfield, Samuel L Jackson, Terence Stamp Ella Purnell. Com esse elenco estelar, só precisava encaixar direito os papéis e o roteiro, que a chance de sucesso seria muito grande. Acontece que a impressão que dá, do começo ao fim, é que nem todos estão realmente conectados com o universo proposto. Não há atuações ruins, mas acredito que o roteiro possa ter deixado os personagens menos interessantes. Um grane exemplo disso é o que ocorre com Samuel L Jackson, que é o vilão principal do filme, porém perde a consistência durante o longa e acaba não sendo grandioso, como de costume.

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As regras do Universo são apresentadas rapidamente e logo você consegue se inteirar em tudo o que está acontecendo, porém em certas horas, tudo fica confuso e sem sentido. Um exemplo claro é quando um monstro gigante invade a casa dos garotos, consegue quebrar uma parede, mas não consegue atravessar uma porta de madeira.

As cenas que envolvem as crianças são boas e tem personalidade e carisma, mas os adversários, em termos de atitude, são terríveis. As batalhas que seguem o filme começam de maneira incrível, mas terminam de um jeito não condizente com o que foi apresentado. As resoluções do último ato são simples e sem aquele ritmo acelerado que esperávamos, mas ainda assim foram legais de se ver na telona.

Tim Burton e seu Humor Macabro

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A marca de Tim Burton, diretor consagrado por filmes como Edward Mãos de Tesoura e Os Fantasmas se Divertem, que contém uma direção de arte muito específica e uma atmosfera chegando a flertar com o macabro está presente. A paleta de cores mais escura, monstros muito parecidos com o que o diretor costuma trabalhar – para quem visitou sua exposição no MIS sabe exatamente do que estou falando – e gostei de ver o Stop Motion, uma técnica que Burton é mestre. Mesmo todos esses elementos que fizeram Tim Burton ser o que é hoje, não chega aos pés de suas grandes obras autorais. Os últimos longas que ele atua como diretor também não tiveram o impacto do passado, infelizmente. Ou Burton perdeu a mão, ou nós estamos exigentes demais e esperamos o que jamais irá acontecer novamente.

Infelizmente não tive a oportunidade de ler a obra em que o filme foi baseado, portanto não sei se a confusão de alguns detalhes era problema da adaptação, ou da história original, mas gosto da mensagem que o filme propõe – mesmo você sendo diferente, poderá encontrar o seu lugar no mundo e que devemos lutar contra aqueles que nos querem tirar a nossa visão.

Destaque positivo para a trilha sonora que é fantástica. Em todos os momentos de tensão e de aventura, a trilha acompanha de maneira formidável e nos coloca junto com aquelas pessoas e destinos.

Concluindo, O Lar das Crianças Peculiares é um filme que tinha um potencial absurdo, mas se perdeu na falta de atitude dos vilões e pouca consistência nas regras que o mundo nos apresentou. De qualquer maneira, acho que é um filme que será apreciado por quem é fã das características visuais que o diretor sempre emprega em suas obras. Seria injusto dizer que o filme é ruim, mas é triste ver que poderia ser mais.

O Lar das Crianças Peculiares irá estrear no dia 29 de setembro de 2016. Veja o trailer logo abaixo

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