Crítica | Valerian e a Cidade dos Mil Planetas usa metade do seu potencial

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Antes de falarmos diretamente de Valerian e a Cidade dos Mil Planetas, temos que contextualizar alguns pontos. O filme se trata de uma adaptação de uma história em quadrinhos belga do autor Pierre Christin, lançada em 1967 que trouxe ao mundo dois personagens bem interessantes: Valerian e Laureline. Valerian é um agente espaço-temporal que viaja com sua parceira Laureline pelo universo e pelo espaço tempo em uma história futurista, onde ele é um soldado que segue regras a finco e é muito conhecido por seus feitos, o que garante à dupla grande importância na galáxia.

Para adaptar essa história, cheia de viagens espaciais, lugares exóticos e espécies diversas, talvez não tivesse ninguém melhor que o diretor francês Luc Besson, que foi responsável pelo clássico O Quinto Elemento (1997), que tinha uma temática semelhante, com lugares sensacionais e diversos tipos de personagens, de várias partes da Galáxia. Ou então, comparando outro trabalho dele, agora mais recente, temos o filme Lucy, que trouxe Scarlett Johansson como protagonista de um filme com diversas cenas malucas e um conceito pra lá de viajado, porém bem legal de se tentar decifrar. Tudo poderia ter dado muito certo com Valerian, mas não é este o caso.

Proporções épicas! Péra, isso é Mass Effect?

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O grande chamativo de Valerian: E a Cidade dos Mil Planetas desde que vi pela primeira vez algo relacionado ao filme foi o universo que estava ao redor dos personagens principais, afinal Valerian e Laureline são, na verdade, condutores da aventura, visitando lugares mágicos e conhecendo diversos tipos de criaturas e raças diferentes, mas poderia ser qualquer outro personagem ali que funcionaria e falaremos disso mais adiante. Automaticamente, para quem joga videogame, é fácil criar um paralelo entre o filme e os games da franquia Mass Effect. O primeiro planeta e os seres que lá vivem já nos deixam de boca aberta, mesmo que eles se pareçam com as criaturas de Avatar, numa comparação bem rude.

Então, conforme a história avança, ficamos sabendo exatamente qual o motivo de Valerian e Laureline estarem no meio dos acontecimentos, o que os força a ir para uma base há muito cultivada pela humanidade, que é chamada de A Cidade dos Mil Planetas por ter sido construída com o esforço coletivo de diversas galáxias e espécies diferentes do universo. No entanto, assim como na Terra, com tantas raças e costumes diferentes, nesta cidade existe um chamado “mal” que deve ser barrado para evitar que as coias saiam do controle e é aí que o filme começa a explorar suas ideias e a nos levar em uma boa aventura. Talvez o grande problema esteja no tom meio descuidado que há no filme, com cenas que não são tão dramáticas ao ponto de nos preocuparmos com os personagens, vilões fáceis de serem lidos, o que acaba entregando suas motivações muito cedo e tantos outros problemas que fazem Valerian deixar de parecer algo épico e se tornar algo quase que como um filme de Sessão da Tarde. 

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Personagens interessantes – em 1967

Valerian e Laureline são personagens carismáticos, mas a todo momento batem na trave com diálogos bobocas que deveriam fazer sucesso na revista que nasceu na década de 60, mas para um filme de Hollywood que quer entregar uma experiência épica, não acaba encaixando. Valerian (Dane DeHaan)  é um estereotipo de “escolhido“, enquanto que Laureline acaba brilhando por conta da luz própria de Cara Delevingne, que consegue criar reações no expectador, mesmo que ainda assim ela se mostre bem presa ao fraco diálogo do filme. Não que Dane DeHaan vá mal no filme, só não vai tão bem quanto Cara. Outros personagens como o de Rihanna acabam tirando ainda mais a seriedade do filme, mostrando que a cantora tem um sério problema pela frente: ou ela não está pronta para o cinema, ou pensam que ela não está pronta e estão passando papeis desinteressantes para ela. Eu aposto na primeira opção.

Os personagens fora do arco mais humano são os mais legais, e tudo parecia bem mágico no começo do filme, onde Valerian entrega um conceito bem interessante misturando a realidade virtual que conhecemos hoje, através de algum tipo de visor, com um mundo totalmente paralelo, algo que pode ser bem provável de existir no futuro. Durante estes primeiros 20 minutos Valerian consegue entreter bastante, com ótimas situações de ação, comédia, efeitos e conceitos, e talvez sejam exatamente estes 20 minutos iniciais que farão você simpatizar com o universo do filme, seus personagens e suas ideias, te segurar na cadeira do cinema até o final do filme, mesmo que muitas coisas saiam do compasso durante a aventura.

Diminua o Hype e contemple a diversidade

Não posso dizer que Valerian é um filme ruim, senão estaria mentindo. Trata-se de um bom filme, com ótimas ideias que foram executadas pela metade, deixando muito potencial escapar. Luc Besson parece ter ficado muito conservador enquanto colocava as ideias do seu novo filme nas telonas, fazendo-nos sentir falta de conceitos malucos, sem muita explicação e diálogos mais inteligentes. A diversidade de personagens, raças, locais e ideias fazem jus ao ingresso, mas não espere por um blockbuster como Valerian vinha prometendo e contente-se com um filme que vai lhe entreter, mas logo logo cairá no esquecimento.

O artigo continua abaixo



https://www.youtube.com/watch?v=nIB9XFlFdFQ

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