Crítica | Viva: A Vida é Uma Festa vai te fazer chorar, ou passar muito perto disso

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A única certeza que temos da vida é a morte. O acontecimento que cessa a ciclo terreno de alguém deixa uma marca naqueles que ficam para trás. Familiares sempre vão se lembrar com carinho dos entes que já se foram. Sempre será importante que tenhamos boas lembranças deles. A memória de qualquer ser pode ser eterna. O que não dá pra ser eterno é a nossa vida terrena. O que deixamos para trás é o nosso legado, exemplo e cultura. Cabe aos que virão a seguir manter ou criar novos costumes, que marcarão consequentemente uma nova geração. E assim, a vida segue.

Viva: A Vida é Uma Festa pega emprestado no folclore Mexicano alguns exemplos de como é possível celebrar a morte. Por mais bizarro que isso possa parecer, ainda mais vindo de uma animação da Pixar e Disney, acaba fazendo muito sentido para a narrativa do filme. Nos costumes mexicanos, há um dia em especial chamado Dia dos Mortos. O diretor Lee Unkrich ficou tão fascinado por essa data que Viva: A Vida é uma Festa levou 6 anos para ser desenvolvido. Ou seja, assim que Lee terminou Toy Story 3, outro longa que ele dirigiu, começou as pesquisas para seu novo filme. O resultado é uma obra memorável, emocionante e muito marcante, que foi capaz de derrubar este marmanjão que vos escreve. E não foi à toa.

Se você perdeu alguém que ama, vai sofrer positivamente 

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Recentemente eu perdi minha avó. Só de escrever esse pequeno parágrafo eu fico emocionado. Dos 4 avós possíveis de se ter na vida, ela foi a única que eu tive contato por todo o tempo que estou vivo. Dona Hortência foi minha referência para muitas coisas na vida. Ela faleceu há 2 anos, mas ainda não é nada fácil. Viva: A Vida é uma Festa me fez lembrar muito dela ao ponto de eu ficar pensativo por uns 3 ou 4 dias. O filme toca em assuntos tão delicados e de maneira tão sutil, que eu decidi que tenho que ter mais formas de me lembrar de meus entes queridos que já se foram e celebrar a Vida daqueles que estão ao meu redor.

O engraçado de tudo isso é que o filme inicialmente não te leva para um caminho tão complicado. Parecia ser uma animação banal, que buscaria ser engraçada e nada mais. Mas logo essa impressão se altera conforme Miguel (o protagonista) demonstra para a sua família que a música é algo do bem. Isso porque um fato em específico os faz banir por completo a música de suas vidas. No entanto, Miguel sente que em seu sangue corre algo diferente e em sua ambição de se tornar um músico, as coisas não saem como ele planejava.

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Então, o Dia dos Mortos passa a ter um papel de background para a animação, mas também vira algo de suma importância para a narrativa principal do longa. A narrativa e a história de Viva é muito surpreendente. É até algo parecido com o que foi Toy Story 3. O filme começa mais alegre, mas a medida que vai se aproximando a despedida de Andy dos brinquedos, o expectador começa a se sentir cada vez mais triste. Lee criou uma fórmula e repetiu com Viva, acertando em cheio em termos de qualidade, mas também em nosso coração.

Um filme feito com o coração

Há anos não vejo um filme da Pixar que me deixasse pensativo. Provavelmente o último que tenha me tocado tanto tenha sido Toy Story 3. Eu costumo dizer que há uma magia nos filmes da empresa e em Viva isso é restaurado e maximizado. É fantástico ver o filme tratar de um assunto atípico para este estilo de obra. A morte é algo totalmente inverso da alegria que uma animação tenta passar para os adultos e crianças. A produção do longa é tão minuciosa que cria um conceito de céu fácil de entender para os adultos e crianças. Talvez até seja a maneira que os produtores desejam que seus entes queridos estejam hoje em dia. Assim, talvez, seja mais fácil lidar com a dor da perda e a saudade.

Mas Viva também trata de como o perdão é importante. De que laços há muito rompidos, podem ser refeitos à favor da família. Na verdade existem tantas lições e momentos especiais em Viva, que o torna uma das melhores obras da Pixar. Seu maior mérito é conseguir utilizar a beleza das animações e a pureza dos personagens para contar uma belíssima história. Existe desde o “agarre o seu sonho” até o “a família em primeiro lugar“. A música também tem um papel importantíssimo em tudo, principalmente no enredo. É difícil achar problemas em Viva. Só consigo pensar nos bons momentos que passei ao lado de Miguel e sua família. Em tempos de grande desunião, Viva é capaz de aquecer corações e servir de exemplo de como se viver melhor e em harmonia.

Lembre de Mim“. Sem dúvida que não esquecerei essa obra magnífica da Pixar e Disney. Viva não é somente uma boa animação, é um dos melhores filmes dos últimos anos.


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