Doom The Dark Ages marca o retorno de uma das franquias mais intensas e influentes dos videogames. Desenvolvido pela id Software e publicado pela Bethesda, o título chega ao PC, Xbox Series X|S, PlayStation 5 e estará disponível no lançamento para assinantes do Game Pass. Tivemos a oportunidade de jogar a versão de PC e o que encontramos foi uma evolução clara da fórmula iniciada em 2016, agora com novas camadas de profundidade, elementos medievais e um sistema de combate mais estratégico e visceral do que nunca.
Uma prequel brutal


The Dark Ages se passa antes dos eventos de Doom (2016) e Doom Eternal, colocando o jogador no papel do Doom Slayer em sua origem medieval. A narrativa é contada por meio de cutscenes e documentos espalhados pelas fases, com uma atmosfera carregada de misticismo, brutalidade e tecnologia retrofuturista. Ao invés de armas futuristas, temos martelos, escudos e armas que parecem saídas de um arsenal steampunk dos infernos.
Essa ambientação é um dos pontos mais fortes do jogo. A combinação de armaduras pesadas, fortalezas góticas e inimigos demoníacos cria um cenário opressor e ao mesmo tempo fascinante. Assim, mesmo sendo um Doom com uma pegada mais narrativa, o ritmo da campanha permanece acelerado e cheio de momentos memoráveis.
Gráficos e desempenho no PC


Rodando com uma RTX 4070 em configurações quase máximas (modo “pesadelo”), o jogo apresentou desempenho sólido a 60 FPS, mesmo com ray tracing ativado. A performance impressiona pelo nível técnico da id Tech, mesma engine usada em Indiana Jones. Os cenários são carregados de efeitos visuais, partículas, destruição em tempo real e uma direção de arte consistente com a proposta medieval sombria.
Apesar disso, algumas cutscenes apresentam animações um pouco robóticas, especialmente em NPCs menos relevantes para a trama. As texturas de certos ambientes, como o chão de corredores ou paredes secundárias, poderiam ter um pouco mais de nitidez. Porém, os chefes, os inimigos principais e os elementos de combate brilham no aspecto visual.
Trilha sonora e ambientação sonora


Como esperado, a trilha sonora de Doom The Dark Ages é uma avalanche de rock pesado, com momentos intensos e empolgantes durante as batalhas. As faixas dinâmicas se adaptam à intensidade do combate, aumentando a adrenalina do jogador. O trabalho de som entrega uma atmosfera pulsante, com o estilo agressivo já característico da franquia.
Os efeitos sonoros continuam impecáveis, especialmente o som das armas, explosões e ataques inimigos. Um detalhe curioso é o som emitido ao coletar armaduras, que se assemelha ao som de erro do Windows. Embora estranho, é um ponto menor em uma direção de som excepcional. Dessa forma, a imersão sonora é total, com ecos em cavernas, explosões brutais e passos pesados do Doom Slayer.
Combate: escudo, parry e estratégia


O grande diferencial de Doom The Dark Ages é a introdução do escudo, que muda completamente a forma de jogar. Com sistema de defesa, parry em projéteis verdes e upgrades que afetam sua função, o escudo se torna uma das armas mais importantes do jogo. Ele permite bloquear ataques, fazer contra-ataques em área e até mesmo refletir projéteis, criando novas possibilidades estratégicas.
A mecânica de parry, em especial, traz um novo ritmo ao combate. O jogador precisa identificar os padrões de ataque dos inimigos e reagir no tempo certo, algo que recompensa habilidade e timing. Isso adiciona profundidade sem prejudicar a essência frenética da série. Portanto, em dificuldades mais altas, dominar o escudo se torna fundamental para sobreviver.
Arsenal variado


O arsenal é fiel à franquia: escopetas, metralhadoras, armas de energia e projéteis devastadores. Algumas armas têm duas variações, cada uma com vantagens em alcance, dano ou tipo de dispersão. A variedade de armamentos estimula o jogador a testar diferentes estilos de combate e se adaptar às hordas de inimigos.
O sistema de upgrades utiliza ouro e pedras preciosas coletadas nas fases. Dessa forma, esses recursos servem para melhorar o escudo, liberar habilidades passivas e fortalecer armas e execuções especiais, como o soco finalizador. O progresso é claro, recompensador e bem balanceado.
Novas mecânicas: Megazord e dragão


Dois novos elementos foram adicionados ao gameplay: o Megazord e o dragão. O Megazord é jogável pela primeira vez e oferece uma experiência mais arcade, com combate simplificado mas divertido. Assim, encarar inimigos colossais com esse robô é uma mudança de ritmo interessante dentro da campanha.
Já o dragão funciona como uma “navinha“, em sequências aéreas que alternam entre voo livre e pouso para destruir alvos no solo. Embora essas partes sejam mais simples do ponto de vista mecânico, elas trazem variedade ao ritmo da campanha e ajudam a quebrar a tensão constante das batalhas terrestres.
Missões e level design


O design de fases continua um dos grandes destaques da franquia. Doom: The Dark Ages apresenta missões com segredos, caminhos alternativos, puzzles e muita verticalidade. O mapa 3D é essencial para encontrar passagens ocultas e completar 100% dos objetivos, o que é sempre recompensador.
Alguns desafios ambientais exigem raciocínio e observação, especialmente para desbloquear áreas secretas ou enfrentar inimigos especiais. Ademais, a exploração é incentivada e o jogo oferece diversas formas de premiar o jogador curioso, seja com recursos, upgrades ou batalhas opcionais intensas.
Dificuldade e repetitividade


O jogo oferece múltiplos níveis de dificuldade, com opções para customizar o dano recebido e a janela de parry. No modo “ultra pesadelo”, o desafio é alto: os inimigos causam muito dano e os erros são punidos com severidade. Esse modo testa os reflexos e o conhecimento do jogador sobre as mecânicas do jogo.
Apesar de uma leve sensação de repetitividade na aparição de certos inimigos, o sistema de combate é tão divertido que isso raramente compromete o ritmo. Além disso, a diversidade de cenários e inimigos especiais ajuda a manter a experiência fresca ao longo da campanha.
Conclusão


Por fim, Doom: The Dark Ages é uma evolução inteligente da franquia. Com novas mecânicas, ambientação medieval, combate mais tático e uma narrativa mais presente, o jogo mostra que há espaço para inovação dentro da tradição. A introdução do escudo e do parry é um divisor de águas, oferecendo novos desafios e formas de jogar.
A campanha é intensa, os visuais são impressionantes, a trilha sonora é explosiva e o ritmo do jogo não dá trégua. Assim, para quem é fã de Doom ou para quem busca um FPS desafiador e criativo, The Dark Ages entrega exatamente o que promete: uma nova era de brutalidade.
Nota final: 9/10
Doom: The Dark Ages: Doom: The Dark Ages renova a franquia com combate mais tático, ambientação medieval e novas mecânicas como escudo e parry. Intenso, brutal e visualmente impactante, o game entrega uma experiência desafiadora e criativa, sem perder a essência. – Alepitekus
Nós recebemos Doom The Dark Ages gratuitamente para review e agradecemos à Bethesda pela confiança.