Tivemos altos e baixos na E3 2021
A E3 2021 foi encerrada na última terça-feira (15), depois de quatro dias consecutivos de conferências e anúncios.
Após o cancelamento da E3 em 2020, foi praticamente unânime na comunidade dos videogames que um grande evento era novamente necessário para concentrar os maiores da indústria. Infelizmente, a Sony não entendeu desta maneira ao não realizar nenhuma transmissão com as demais gigantes da indústria, enquanto a EA optou por adiar sua apresentação em um mês.
Pois bem, depois de termos um desfile de jogos nas variadas conferências, chegou o momento de refletir e pensar sobre tudo o que vimos nos últimos seis dias. Mas antes, vale uma reflexão ainda maior: Diferentemente de outras edições da E3, não caberá nesta edição um artigo sobre os “vencedores e perdedores” do evento.
Diante das atuais circunstâncias onde a grande maioria da indústria ainda trabalha desenvolvendo jogos dentro de suas casas e fora dos estúdios, todos os que conseguiram mostrar seu jogo nesta E3 pode se considerar um vencedor.
Artigos diversos publicados pela Games Industry, por exemplo, já confirmaram a dificuldade de criar jogos remotamente e a lentidão que isso causa no processo de desenvolvimento. Portanto, devemos parabenizar Microsoft/Bethesda, Nintendo, Capcom, Square Enix, Take-Two, Devolver Digital e Bandai Namco, dentre tantas outras que mostraram seus jogos em outras conferências. As congratulações também valem para os organizadores da Summer Game Fest; da PC Gaming Show e da Future Games Show, por serem tão democráticos na apresentação dos jogos.
Apesar de todas as ressalvas, como todo evento do mundo em qualquer segmento, tivemos altos e baixos na E3 2021, que acabou sendo inconstante em relação ao impacto.
Os altos da E3 2021
Começando pelos momentos altos, a conferência da Microsoft conseguiu corresponder às expectativas de seu público-alvo. A empresa entendeu que não precisa fazer shows e apresentações especiais para ser relevante na E3; mas sim mostrar um jogo atrás do outro com bastante dinamismo na conferência.
E a conferência deste ano não decepcionou, principalmente por mostrar Starfield, o multiplayer de Halo: Infinite, STALKER 2, Battlefield 2042 e as revelações de The Outer Worlds 2 e Redfall (novo projeto da Arkane).
Nos últimos anos, as conferências da Microsoft entregaram mais jogos do que suas principais rivais. No entanto, a comunidade ainda reclamava devido à falta dos “jogos de impacto”, os chamados AAA, em seus eventos. Algo que não chega a ser totalmente verdade, pois Devil May Cry 5 foi oficialmente apresentado numa conferência da Microsoft, além da presença de Keanu Reeves em Cyberpunk 2077, jogo que em 2019 era um dos mais esperados do século.
E a Nintendo?
Enquanto isso, a Nintendo também passou longe de decepcionar e entregou diversos presentes aos fãs das mais variadas franquias, incluindo anúncios que estavam totalmente fora do radar. Assim, tivemos a revelação de Metroid Droid (o primeiro 2D em praticamente vinte anos), e as chegadas de Fatal Frame: Maiden of Black Water e Advanced Wars 1+2 para Nintendo Switch, sem contar o novo trailer de Zelda: Breath of the Wild 2, com anúncio para 2022.
Saindo das duas gigantes, cabe ressaltar também a surpresa positiva que foi o anúncio de Elden Ring no encerramento da Summer Game Fest, primeiro evento pré-E3 deste ano, com data de lançamento.
Por fim, mesmo que a conferência tenha desagrado alguns (apesar de ter cumprido com aquilo que foi prometido), a Square Enix revelou Final Fantasy Origins para a atual geração de consoles. Com a demonstração finalmente ativa, o potencial do jogo é muito alto.
Os baixos da E3 2021
Claro, como foi ressaltado acima, também tivemos pontos baixos. O principal deles foi a chamada “conferência da Bandai” que mostrou apenas House of Ashes e encerrou o evento, algo que poderia ter sido mostrado em qualquer outra conferência da E3. Não só isso, mas também tivemos uma conferência da Capcom que soou desnecessária; pois os anúncios foram extremamente simples e também poderiam ter sido encaixados em outros momentos.
Por exemplo, se estes anúncios isolados da Capcom, Bandai e Square Enix estivessem espalhados pela Summer Game Fest; pelas conferências de Nintendo/Microsoft ou até mesmo na Future Games Show, possivelmente as reclamações seriam mínimas, ou inexistentes. Além disso, outra reclamação da comunidade que soa pertinente é em relação à forma que os jogos são mostrados em determinadas conferências na E3.
Tomemos como exemplo a PC Gaming Show. Claro, ter a presença de 100 jogos em uma conferência torna-se positiva devido à variedade enorme de estilos e pela vasta oferta. Porém, a experiência se torna ruim para as pessoas que tentam se interessar pelo evento como um todo; pois acabam esquecendo rapidamente dos jogos que acabaram de ver devido à rapidez que alguns jogos aparecem (questão de segundos), enquanto outros tomam bastante tempo.
Conferências como a PC Gaming Show; Summer Games Fest e a Future Games Show devem continuar existindo para abastecer a E3, mas novos formatos podem surgir no futuro.
Balanço final da E3 2021 é positivo
Apesar de alguns pontos baixos, a E3 demonstrou ser novamente necessária para fomentar a indústria dos videogames.
Ter uma data marcada para a revelação de diversos jogos novos gera uma expectativa enorme e acaba sendo positivo para todos. Os ganhos não ficam restritos aos desenvolvedores e às publishers com o dinheiro; mas também ao público consumidor e até mesmo às empresas jornalísticas que registram picos de audiência com a E3, antes e durante o evento.
Graças à vacinação adiantada, os Estados Unidos estão em condições de receber eventos novamente com capacidade acima da metade (ou total, em alguns casos). Por isso, a E3 2022 acabou confirmada com presença de público e jornalistas no famoso Los Angeles Convention Center. Que a próxima E3 seja a mais especial de todas.
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