Far Cry 6 é um jogo de altos e baixos, mas tem saldo positivo

Far Cry 6

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Far Cry 6 é uma sequência de uma série lendária dos videogames. Os jogos da franquia buscam sempre trazer uma experiência bem longeva, mundos abertos vivos e um alto nível de exploração. Nesse jogo isso não poderia ser diferente.

A franquia da Ubisoft trabalha com ideias diferentes em cada edição, buscando contar novas histórias e trazer diferentes posicionamentos. Dessa vez, vemos uma narrativa fictícia de um ditador que tomou a ilha de Yara, e, se não fosse o suficiente, cultiva um produto que está, literalmente, envenenando o povo. É clara a referência que vemos aqui. Vale destacar que essa veia política não está aqui simplesmente para contar uma história de luta do oprimido x opressor, mas ela – realmente – quer trazer algo a mais, ou seja, uma conexão com a realidade que nem sempre é comum.

La Revolución

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Far Cry 6

Far Cry 6 conta a história de cidadãos de Yara que busca a Liberdade. O ditador, Anton Castillo (Giancarlo Esposito), governa o país com perversidade, escravizando o povo e eliminando quem pensa diferente. Dani Rojas (nós) entra para um grupo de rebeldes chamado Libertad. Assim sendo, dá-se início a uma história de luta, suor, revolta e sangue. Rojas alia-se a líder Clara, a qual faz o papel de organizadora desse movimento que necessita unir o país para que juntos possam destronar o Fascista.

Castillo é o governo, logo, a busca por deteriorar o poder, atacar e enfraquecer é longa. Dani terá muito trabalho pela frente, sem contar os percalços que o mundo em si já fornece.

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Cada dia que passa vemos os games entrarem em assuntos reais e polêmicos. Na minha visão, videogame pode sim ser utilizado para passar uma mensagem. Aquilo que é construído, mostrado pro jogador, é uma peça importante que pode salientar pontos de discussão interessantes. Vale destacar que isso não pode impedir o que um game tem de principal característica, a diversão. Não é aceitável você querer provar um ponto em detrimento do verdadeiro motivo dos jogos existirem, porém Far Cry 6 soube trabalhar esse lado.

Far Cry 6 é mais do mesmo?

far cry

O jogo segue a mesma linha das franquias anteriores. Em alguns pontos isso pode ser bem negativo, pois queremos que um jogo como Far Cry 6 tivesse ousadia de ao menos buscar inovações que dessem um refresco para os jogadores. Entretanto, os grandes fãs da série vão se sentir familiarizados com a proposta e terão uma aventura super extensa pela frente.

Vemos um mundo aberto, com bastante vida situado em uma ilha afastada. No local existem muitas divisões regionais e, a cada uma, existe uma espécie de chefe a ser destituído. Há também os locais de dominação, ou seja, você deve completar certos objetivos para que ali se transforme em um ponto da revolução, onde você pode coletar itens, fazer viagens rápidas e, o mais importante, enfraquecer o exército inimigo.

Você encontra dezenas desse tipo de missão, altamente repetitivo e com poucas aleatoriedades; como por exemplo, seu ataque pode ser surpreendido por tropas que estavam passando despretensiosamente e o que parece tranquilo, torna-se um caos. Ou você pode receber ajuda de aliados que também surgem esporadicamente.

Os Parças e o mundo

Essa foi uma adição que tinha tudo para ser bem interessante, mas acho que a execução foi aquém. Os parças são animais que te ajudam nas quests. Ao longo da jornada você encontra jacarés, cachorros, galos e etc para que te auxiliem em combate. Cada um tem uma característica, mas basicamente eles atrapalham o inimigo. Isso é pouco útil, pois em Far Cry 6, entrar e sair sorrateiramente é a maneira mais eficaz de completar missões. Assim sendo, você acaba deixando os bichinhos de lado – sem contar que a vida deles é bem curta, e eles são abatidos com frequência, logo, o que era pra ajudar, torna-se um fardo, pois você precisa reanimá-los a todo momento.

Enfim, há momentos que não é uma estratégia ruim utilizá-los, mas no geral, não há muita eficácia.

Outro ponto a se destacar é o mundo vivo de Yara. Ali as guerras estão acontecendo independente de você. Isso pode te ajudar ou te prejudicar fortemente. Rebeldes podem alertar posição para os guardas, tiros podem começar sem você nem ter chegado ao local. Isso deixa tudo mais interessante e traz um sentimento de aleatoriedade positivo.

Far Cry 6 tem personagens marcantes que levam o jogo nas costas

Far Cry 6

Acho que a história que verão em Far Cry 6 é muito mais densa do que todos os outros jogos da franquia. Isso porque conta algo que é atemporal e é algo recorrente que vemos na história da humanidade. Ditadores se perpetuam no poder para mandar e desmandar e aqueles que ousam se opor tem um fim trágico.

Mas a história não é simples assim. Os personagens fazem dela especial e isso é o que brilha nesse game. A narrativa bem contada mostra a vida de guerrilheiros na luta pela liberdade, mas revela um lado sombrio do grupo rebelde. Não há bandidos e mocinhos, mas sim uma causa pelo que lutar e para isso acontecer, faça o que tiver que ser feito. Esse pensamento ecoa por todo o game, entretanto você percebe que há ainda um pouco de lucidez em Dani Rojas. Contudo ao longo da jornada conhecemos desde fazendeiros Bad-Ass, lendas de revoluções passadas, até jovens que almejam algo diferente pra sua vida.

Dani Rojas, Juan, Clara, Yelena, Espada, Castillo, Diego, todos cumprem seu papel e deixam uma marca muito importante nesse game. Anton Castillo está no Hall de melhores vilões de Far Cry, sem dúvida.

As armas e gambiarras

Facr Cry 6

Mais um ponto positivo para o jogo. As armas em Far Cry 6 lembram um pouco o histórico da franquia, só que dessa vez com uma pitada a mais, o Supremo. Isso é uma malinha que você carrega feita com urânio empobrecido, itens que você tem que coletar em missões.

Juan Cortez é uma espécie de professor pardal das armas. Ele consegue transformar sucata em coisas que podem causa danos irreversíveis. Pois bem, essa habilidade concede a nós muitos benefícios. O Supremo é uma “ultimate” (ult), ou seja, um poder muito alto capaz de causar um estrago absurdo. Ao longo do game você pode adquirir vários modelos de Supremos feitos por Juan que podem ir desde mísseis e gases venenosos até auto cura e impulsões.

Também há as gambiarras feitas nas armas que encontramos no jogo. Você pode customizar seu arsenal colocando silenciadores, miras e principalmente munições diferentes. Cada munição tem uma característica que pode te conceder uma estratégia diferente. Inimigos também tem uma fraqueza a certos tipos de munição, portanto vale a pena ficar ligado nisso. Isso também vale para equipamentos no geral. Calça, sapato, bonés e camisetas te dão vantagens específicas pro combate. Uma te protege contra veneno, outra contra queimadura, já outra contra munição explosiva e assim por diante.

As rosas pelos Viviros

Nem tudo são flores. Far Cry 6 comete erros graves de gameplay, além de apresentar um visual que não é satisfatório. Vemos jogos de mundo aberto da geração passada que fazem muito bem esse lado. Os personagens NPCs continuam genéricos e mal feitos. Os principais, certamente, poderiam ter um polimento mais adequado. Está na hora da Ubi fazer um upgrade na Engine do jogo. Também preciso dizer que há MUITAS missões repetitivas. O desafio de fazer um mundo aberto e longevo é enorme, mas forçar o jogador a fazer 12 missões iguais para completar apenas um objetivo da história é demais. Isso sem contar nos pontos de dominação e invasões.

Contudo isso não é o maior dos problemas. Há erros de gameplays inaceitáveis. Eu tive dois erros de fechamento de missão. Uma delas era enorme e tive que reiniciar. Os inimigos tem uma inteligência artificial muito aquém. Ora estão 100% ligados em você, ora esquecem que tomaram um tiro.

Outro ponto crucial que é inconcebível, principalmente por ser Far Cry 6, é o lança granadas passar por dentro de objetos e oponentes. Isso aconteceu inúmeras vezes, inclusive com o inimigo a poucos metros de distância. Os inimigos serem uma esponja é algo que já sabíamos, mas não com Rocket Launcher explodindo em seu corpo, haja colete kriptoniano. A maioria esmagadora dos inimigos pegam fogo e continuam lutando como se nada estivesse acontecendo.

Enfim, esses são os erros mais graves que encontrei durante a minha jogatina, além de coisas bobas como cavalos voadores e outros bugs comuns que a gente encontra em jogos de mundo aberto.

Concluindo

Far Cry 6 é um game que está no limite entre ser um bom jogo. Comete muitos erros, traz poucas inovações, muitas repetições, contudo apresenta ótimos personagens, tem um arsenal variados e divertido, um bom gunplay e conta uma história fantástica. Nota 7,5.

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