Halo teve uma era sensacional nas mãos da Bungie, mas quando foi para a 343, muita gente torceu o nariz, e com razão. Embora os Halos produzidos pelo estúdio sejam bons, ficam abaixo da trilogia original. Contudo, Halo Infinite vem para mudar isso, mesclando tudo que vimos na franquia até hoje, encerrando um ciclo e pelo visto, começando um novo.
Halo Infinite se passa em um novo ambiente mais amplo, aumentando o escopo de tudo. Ficamos curiosos com o que aconteceu em Halo 5 Guardians e agora é o momento de termos respostas. E teremos, pode apostar. Muitos vão julgar que é o suficiente e outros vão pedir por mais. Mas afinal, no geral, Halo Infinite valeu a longa espera?
Master Chief tem uma dura missão em Halo Infinite
Um dos pontos mais altos de Halo Infinite é sua narrativa. A história fecha um arco que se iniciou em Halo 4 e seta um novo começo. Tudo gira em torno de Cortana e não poderia ser diferente depois do final de Halo 5. Mas não espere por uma história previsível, pois toda a narrativa foi feita para surpreender e consegue. Os novos personagens são muito bons e a dublagem brasileira ajuda a melhorar ainda mais suas atuações. Master Chief tem um misto de sentimentos envolvidos que foi surpreendente de acompanhar, chegando a incomodar a forma que ele age diante de várias situações. Contudo, é um incômodo quase poético diante do que o jogo apresenta.
Certamente quem não gostou da história que a 343 vem contando também não vai gostar da maneira que a história se fecha. Mas quem entende que foi necessário para contar a nova era de Halo, poderá se divertir demais com tudo que eles pretendem contar com Infinite. Inclusive, um aspecto muito interessante que ajuda a contar a história de uma forma bem imersiva é a técnica de single shot, onde a câmera nunca corta. Assim, mesmo em momentos de mais ação tudo vai girando num único plano e ficou excelente.
Gameplay é a alma de Halo Infinite
Quem joga Halo sabe que o gameplay é o ponto mais divertido e importante da franquia e em Halo Infinite não seria diferente. Tudo ficou ainda mais ágil com o uso do novo gancho, utilizado para pegar armas no cenário, itens e também se locomover com maior velocidade. Praticamente não dá mais pra jogar Halo sem isso. Parece faltar alguma coisa. As armas são excelente, embora a maioria delas sejam conhecidas, o refino do gameplay deixa tudo muito divertido. Sem dúvida alguma, o gameplay é o maior mérito em Halo Infinite e não é à toa que o modo online seja tão aclamado.
Assim como nos demais games da franquia você tem que decidir que abordagem vai fazer conforme as suas armas. Escolher as melhores armas para seu tipo de jogo é essencial. Mas como as balas não são tão fáceis de encontrar, você acaba precisando mudar de armas durante a ação e vai se familiarizando com cada uma delas. Quando você menos percebe já está mega acostumado com todas elas e vai passar a ter a sua favorita. Minha abordagem sempre foi para uso de armas dos humanos, com calibre menor, buscando headshots. No entanto, o jogo sempre tenta te incentivar a ser mais Rambo do que o normal.
O gráfico de Halo Infinite melhorou?
Halo Infinite recebeu duras críticas por não entregar um visual que os fãs esperavam e a versão final melhora bastante, mas não é o suficiente. Halo merecia mais, precisava ser o jogo que carregaria o fim de geração do Xbox One ou o início do Xbox Series. Mas temos um visual decente, que não se destaca, mas tem momentos que poderia ser bem melhor. Modelos de personagens repetidos ou simples demais não condizem com o resto do jogo.
O mundo aberto é bonito, embora seja cheio de pequenos problemas, como os conhecidos pop-in, onde partes do cenário vão aparecendo conforme chegamos perto. A mudança de horários no cenário é bacana e traz uma sensação diferente no gameplay.
Já as áreas internas são bem bonitas e cheias de luzes, reflexos e afins. Mas não espere por muiitos tipos de cenários, o que talvez seja o maior problema de Halo Infinite.
Cenários infinitamente repetitivos em Halo Infinite
Infelizmente, Halo Infinite traz a sensação de um jogo feito às pressas em alguns aspectos. O maior deles é no ambiente. O mundo aberto não é variado e os internos são praticamente iguais uns aos outros. Chegou a ser decepcionante ver o tamanho do potencial jogado fora. Jogamos em vários locais e todos, ou a maioria, são idênticos.
Certamente houve uma falha de direção neste aspecto, que por mais que existam instalações que poderiam ser parecidas, ver tantos cenários iguais pareceu um pouco de preguiça ou falta de criatividade. E isso é muito grave em um jogo do tamanho de Halo Infinite.
O mundo aberto traz algumas atividades já conhecidas para jogos que tem essa proposta, embora em Halo Infinite a gente não tenha exatamente um mundo livre e aberto para explorar. O jogo é dividido em setores com ambientes abertos limitados, que não chegam a ser tão grandes. Assim, dentro de cada um destes setores podemos encontrar bases, alvos e itens para evoluir Master Chief. Tudo é legal de se fazer por conta do gameplay, mas se tornam repetitivos e maçantes depois de um tempo.
Halo Infinite é um baita jogo que poderia ser memorável
Halo Infinite tem a cara de um jogo de escopo incrível, que se limita por momentos de pouca criatividade. Embora a narrativa seja até surpreendente, não é perfeita, mas empolga o suficiente para pegar o jogador pela mão e levá-lo até o final. A repetição de cenários e de missões vão deixar qualquer um decepcionado e é o erro mais grave do jogo. Ainda que pudesse ter sido evitado.
Mesmo assim, Halo Infinite entrega uma ótima experiência de Halo com grandes evoluções na jogabilidade com um refino pouco visto em jogos do gênero. Diverte demais e consegue fechar um arco narrativo importante, abrindo margem para novos acontecimentos. Certamente vai valer o tempo investido, mesmo que em alguns momentos decepcione.
