Quando Life is Strange surgiu em 2015, a Dontnod abriu um novo espaço para jogos narrativos com uma estrutura episódica, criando uma narrativa cativante e personagens profundamente relacionáveis. Anos depois, a Square Enix traz de volta Max Caulfield, a protagonista que marcou o primeiro jogo, em uma história desenvolvida pela Deck Nine.
Enredo e personagens
A história se passa anos após os eventos de Arcadia Bay, acompanhando uma Max mais madura e introspectiva. Agora, ela construiu uma nova vida, trabalhando como fotógrafa e professora universitária, mas ainda é assombrada pelos traumas do passado, especialmente pelo impacto de suas decisões e o peso de seu poder sobre o tempo. A Deck Nine preserva a essência de Max, mostrando sua evolução enquanto lida com novos relacionamentos e as complexidades de seu dom.
O suspense é bem construído, especialmente na interação com personagens como Safi, que desempenha um papel crucial na trama. No entanto, o jogo perde fôlego a partir do quarto episódio, com a narrativa se alongando mais para preparar terreno para futuros jogos do que para encerrar satisfatoriamente essa história. Vários personagens são mal explorados, e as intenções de deixar conteúdo para o futuro tornam o final menos impactante.
Gráficos, Trilha Sonora e Poderes de Max
O estilo artístico icônico da franquia é mantido, com uma ambientação visual que mistura bem cores, sombras e luz para criar uma atmosfera envolvente. Contudo, há pequenos bugs no modo de 60 FPS que prejudicam a experiência em momentos chave. Escolher jogar no modo de qualidade com 30 FPS resolve essas falhas, sem comprometer a jogabilidade em um título focado em narrativa.
Por sua vez, a trilha sonora é um dos pontos altos, trazendo músicas que complementam bem o ambiente de mistério e introspecção. A dublagem em inglês contribui para a autenticidade dos diálogos, e a exploração de múltiplas linhas do tempo é marcada por sons que permeiam o ambiente da cena atual, aumentando a tensão e imersão.
Além disso, Max agora tem a habilidade de navegar entre linhas do tempo diferentes, acrescentando uma camada nova e interessante ao gameplay. Embora a mecânica crie soluções criativas para certos desafios, o impacto não é tão forte quanto no primeiro jogo. As transições de realidade se limitam a pontos específicos do cenário, o que quebra um pouco a imersão.
Escolhas e História
O jogo apresenta uma estrutura episódica familiar, mas as escolhas, apesar de aparentarem importância, não resultam em grandes mudanças nos eventos. Em comparação com outros jogos do gênero, como Detroit: Become Human, Double Exposure é mais linear, e as escolhas não carregam o peso esperado, o que é decepcionante para uma franquia que sempre promoveu um impacto real das decisões do jogador.
Nos três primeiros capítulos, a narrativa é envolvente, mantendo o jogador ansioso por mais. Entretanto, o enredo começa a perder força no quarto capítulo, parecendo mais preocupado em estabelecer uma sequência do que em entregar um final significativo. Essa escolha narrativa deixa uma sensação de insatisfação e de um final anticlimático.
Considerações Finais
Life is Strange: Double Exposure é visual e sonoramente envolvente, mas decepciona na execução narrativa e no impacto das escolhas. Max continua uma protagonista cativante, e a exploração de suas novas habilidades adiciona alguma inovação ao gameplay. No entanto, a história falha em entregar um desfecho satisfatório. Para novos jogadores, Double Exposure pode funcionar como uma introdução ao universo, mas para fãs de longa data, o jogo pode parecer uma oportunidade desperdiçada.
Nota Final: 6.5
Life is Strange: Double Exposure: Life is Strange: Double Exposure é visualmente envolvente e mantém a essência de Max como um protagonista cativante. Embora traga algumas inovações nas habilidades de Max, o jogo decepciona pela narrativa que, apesar de promissora, não entrega um segmento fechado, deixando um sentimento de oportunidade perdida. – M@xpay