Para muitos fãs, Onimusha 3 é o ápice da franquia. No entanto, Samurai’s Destiny, segundo jogo da série, lançado originalmente em 2002, também tem sua relevância e importância dentro do legado da Capcom.
Como sequência, o título conseguiu expandir o universo de Onimusha com a adição de um novo protagonista e elenco, ao mesmo tempo em que manteve vivos os eventos do jogo anterior — mesmo se passando cerca de 13 anos após a história original.
Depois do relançamento de Onimusha: Warlords em 2019, a Capcom decidiu fazer o mesmo com Samurai’s Destiny. Com lançamento marcado para 23 de maio de 2025, a nova remasterização chega exclusivamente ao PS4, Xbox One, Switch e PC. Apesar disso, o retorno do jogo chega com ressalvas: os fãs esperavam um tratamento mais digno, após tantos anos de espera.
Jubei e sua trupe
É inegável que a abertura de Onimusha 3 é marcante, mas não dá para ignorar o impacto da introdução de Onimusha 2. Com um cenário trágico e emocional, ela apresenta personagens que logo se tornam importantes na narrativa, mesmo sem sabermos quem são de imediato.
O jogo começa com Jubei retornando à sua vila, devastada por Oda Nobunaga em sua versão demoníaca. Movido por vingança, ele embarca em uma jornada onde encontra novos aliados e descobre mais sobre sua origem.
A narrativa de Samurai’s Destiny é carismática, mesclando momentos dramáticos com toques de leveza e humor. A trupe de Jubei é composta por personagens cativantes, cada um com suas próprias motivações. Esse equilíbrio entre o trágico e o galhofa me cativou há mais de uma década — e, rejogando hoje, vejo o jogo como uma verdadeira obra cult.
Tal qual um vinho envelhecido
Embora o novo remaster traga apenas melhorias visuais, Samurai’s Destiny preserva o charme da era de ouro da franquia. Derrotar demônios enquanto se resolvem enigmas e aprimoram armas é uma experiência única, familiar para quem viveu o início do PS2. Tal como um vinho envelhecido, o remaster de Onimusha 2 é saboroso em sua essência e traz um sensação nostálgica sem igual.
A remasterização traz gráficos em alta definição, com destaque para detalhes visuais antes impossíveis de se notar. A chuva, por exemplo, agora apresenta efeitos mais realistas, como a água escorrendo sobre as rochas e gotas persistentes no ambiente. Mesmo com a movimentação estilo “tanque”, os 60fps tornam a jogabilidade mais fluida e agradável.
Contudo, apenas melhorias gráficas talvez não sejam suficientes para conquistar novos públicos. Jogadores acostumados com mecânicas modernas podem estranhar as câmeras fixas e a movimentação datada.
Capcom poderia (e deveria) ter feito mais
A Capcom perdeu uma grande chance de apresentar essa franquia clássica a um público mais amplo. Onimusha 2 merecia o mesmo tratamento luxuoso que Dead Rising recebeu em seu remaster no ano passado. É estranho ver tanto cuidado com uma franquia que está em baixa, enquanto Onimusha, prestes a retornar com um novo título em 2026, recebe um relançamento tão modesto.
Além disso, o remaster sequer foi lançado para consoles de nova geração. Uma versão na RE Engine, com melhorias mais robustas, atingiria todas as plataformas e poderia reacender o interesse de novos jogadores pela franquia — algo essencial para o sucesso de Way of the Sword.
No entanto, um ponto positivo é a inclusão de legendas e interface em português do Brasil — um aceno importante para a base de fãs nacional.
Mas afinal, Onimusha: Samurai’s Destiny é tudo isso mesmo?
A nova versão remasterizada de Samurai’s Destiny marca um importante retorno da franquia, que deve culminar com Way of the Sword em 2026. Para os fãs, o relançamento é um prato cheio de nostalgia. Porém, para quem ainda não conhece Onimusha, essa nova edição poderia ter sido mais atraente e cuidadosa.
Ainda assim, como um bom vinho envelhecido, o jogo mantém sua essência saborosa e uma experiência única — mesmo que envelhecida e tímida em suas atualizações.
Veredito: A versão remasterizada de Onimusha Samurai's Destiny é a constatação do retorno da franquia, que culminará na chegada do novo jogo em 2026. Contudo, a Capcom perdeu uma grande oportunidade de angariar novos jogadores à sua cultuada franquia com um remaster digno e honroso, assim como fez com Dead Rising em 2024. – João Antônio
