Mais uma vez o jogo encontra resistências
O lançamento de Six Days in Fallujah ainda está relativamente longe de acontecer, mas o polêmico jogo acaba de ganhar um novo capítulo.
O Conselho de Relações Americano-Islâmicas, um grupo de direitos civis e defesa dos muçulmanos com sede em Washington (Estados Unidos), está pedindo à Valve, à Microsoft e à Sony que se recusem a distribuir Six Days in Fallujah, o FPS tático baseado na Segunda Batalha de Fallujah, uma das batalhas mais sangrentas da Guerra do Iraque.
Veja abaixo:
“Pedimos à Microsoft, Sony e Valve que proíbam suas plataformas de hospedar o Six Days in Fallujah, um simulador de assassinato árabe que só normalizará a violência contra muçulmanos na América e em todo o mundo.”
“A indústria de jogos deve parar de desumanizar os muçulmanos. Videogames como Six Days in Fallujah só servem para glorificar a violência que tirou a vida de centenas de civis iraquianos, justificar a guerra do Iraque e reforçar o sentimento anti-muçulmano em um momento em que o preconceito anti-muçulmano continua a ameaçar a vida humana. “
Huzaifa Shahbaz, coordenador de pesquisa e defesa do CAIR (Council on American-Islamic Relations)
Six Days in Fallujah se passa em novembro de 2004, no auge da segunda batalha para retomar a cidade das forças insurgentes. O jogo foi originalmente proposto em 2009 pela Atomic Games, (com publicação da Konami), mas a condenação imediata e generalizada do trabalho levou a Konami a arquivar o projeto.
A Atomic faliu em 2011, mas o ex-presidente do estúdio, Peter Tamte, reconstituiu o projeto sob uma nova editora, Victura, criada em 2016. Neste ano, a Victura anunciou em fevereiro que a Highwire Games estava desenvolvendo novamente Six Days in Fallujah, com lançamento previsto para este ano.
A declaração do CAIR é notável porque Victura não anunciou uma janela de lançamento ou mesmo todas as plataformas onde pretende publicar o jogo. A empresa disse que planejou versões para PC e consoles não especificados.
Jogo conturbado
A organização também fez referência ao uso militar americano de fósforo branco, um composto incendiário com certas aplicações militares proibidas pelo direito internacional, e um estudo de 2019 que concluiu que as crianças nascidas no Iraque desde os combates tinham “defeitos congênitos horríveis relacionados com os militares americanos em curso presença lá.” Esse estudo menciona especificamente a presença de tório-234, um elemento radioativo que sobrou do urânio empobrecido usado em algumas munições americanas.
Em uma entrevista à Polygon em fevereiro deste ano, Tamte disse que os jogadores de Six Days in Fallujah não sairiam do jogo “confusos sobre o custo [da guerra]”, mas não disse que abordaria especificamente qualquer um dos problemas em curso ligados a as operações de 2004.
Em seguida, veja o comentário abaixo:
“Talvez o jogo os deixe curiosos e eles queiram aprender mais sobre todas as coisas que aconteceram em Fallujah desde a batalha de 2004, e isso os levará às suas próprias conclusões ao fazer a pesquisa. Mas agora, simplesmente ignorar a batalha não os fará pensar em todas as suas consequências.”
A Segunda Batalha de Fallujah ocorreu de 7 de novembro a 23 de dezembro de 2004. Foi um esforço das forças americanas para retomar a cidade das forças insurgentes comandadas pelo líder terrorista Abu Musab al–Zarqawi. 95 soldados americanos foram mortos; 1.200 a 1.500 insurgentes foram mortos, e a Cruz Vermelha Internacional estimou que 800 civis iraquianos morreram nos combates. A maioria dessas vítimas, no entanto, ocorreu durante a primeira semana da operação, justamente onde se passa a história do jogo.
Tamte disse que o Six Days in Fallujah tentará recriar a confusão, a incerteza e o medo que as tropas americanas enfrentaram nos combates urbanos de casa em casa da operação. Uma história paralela, construída a partir de entrevistas com civis iraquianos que viveram os combates, seguirá um pai não combatente enquanto ele tenta levar sua família para a segurança.
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Fonte: Eurogamer
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