Alita Anjo de Combate é um filme que tem, nada mais nada menos, a presença de James Cameron e Robert Rodriguez. Cameron fez trabalhos incríveis e tudo o que ele toca, faz um sucesso tremendo. Rodriguez já tem mais equilíbrio, porém é um diretor que costuma me agradar em vários aspectos, principalmente na escolha da direção de arte.
Alita é baseado em um Mangá de 1990 criado por Yukito Kishiro. Nele trata de um futuro distópico, onde seres humanos e ciborgues convivem de uma maneira predominantemente miserável. Resumidamente, houve uma grande guerra na qual as cidades foram destruídas, só sobrevivendo a imponente Zalem e a Scrapyard, lugar que alimenta a grande cidade com tudo o que for necessário.
A Alita Anjo de Combate
Hoje, é muito comum vermos Hollywood se interessar pelos produtos japoneses. Vimos recentemente Ghost in The Shell ganhar os holofotes, até mesmo a Netflix produzindo Death Note e outros clássicos. Pois bem, a ideia dessa adaptação era trazer ao público um pouco do que foi contado em Gunnm e toda a sua poesia cyber punk. A ideia principal da trama é trazer ao público a boa e velha ideia de humanos vivendo com máquinas.
A tecnologia tomou conta da humanidade com uma proporção estratosférica. Quase toas as pessoas contém alguma parte do corpo cibernética, tanto para aperfeiçoar suas capacidades, quanto para recolocá-lo na sociedade. Aí é onde Alita tenta buscar suas grandes mensagens. Um humano pode se apaixonar por uma máquina? E mais complicado ainda, e se for ao contrário? Pois esse é um dos temas centrais do longa.
Alita (Rosa Salazar) é encontrada por Doutor Ido (Cristoph Waltz) no ferro velho. Ele a restaura com o corpo que tinha feito para sua falecida filha, Alita. E com esse mesmo nome, ele batiza a mais nova integrante de sua casa. Curiosamente, o cérebro da garota que estava no lixo está intacto, porém, ela não lembra de absolutamente nada. Assim a garota parte com seu recente amigo Hugo (Keean Johnson), para desbravar o mundo e tentar lembrar de quem é, ao passo que descobre um grande poder em si mesma.
Alita Anjo de Combate – explosão visual incomum
Alita Anjo de Combate faz você ter momentos épicos na grande tela. Aconselho desde já para aqueles que estão lendo: Esse filme tem um apelo visual e sonoro muito forte, portanto assistir no cinema te trará uma experiência única. Pois bem, o longa mistura cenas em computação gráfica com Live Action, até aí, sem novidade, certo? Errado. Alita consegue te inserir dentro daquele universo sem nem saber o que é real e o que não é.
As cenas mais maravilhosas do filme irão te deixar boquiaberto, pois abusam da tecnologia, usada com sabedoria. Vale dizer que Alita flutua entre cenas épicas e fantásticas, para outras não tão empolgantes. Isso talvez seja porque adaptar uma obra com um conteúdo diferenciado em duas horas, não é uma tarefa fácil. Portanto, fica difícil cravar exatamente se aquilo deveria ser descartado, ou poderia ser melhor explorado dentro do longa.
Mesmo assim, não podemos deixar de elogiar o primor e o cuidado visual que colocaram. A personagem tem uma expressão facial impecável, bem como tudo o que gira em torno dos androides.
Quero jogar um game de Alita Anjo de Combate
Se tem uma coisa que Alita Anjo de Combate faz bem é a parte das lutas apresentadas. Cada cena em que ela se apresentar para lutar, você pode esperar que algo de maravilhoso será mostrado. E assim é em TODAS as lutas. O que Robert Rodriguez, James Cameron e a atriz principal, Rosa Salazar, construíram será referência para a CG daqui em diante. Isso se encaixaria perfeitamente em um super jogo focado no combate. E aí Platinum Games, o que você acha disso?
Assim como Cameron construiu um universo inigualável em Avatar, em Alita, Rodriguez conseguiu dar na batalha o sentido para tudo aquilo existir. Rapidamente mostram um pouco do background da história. Alita guerreou com sua espécie 300 anos antes. Foram eles que destruíram as cidades humanas, ou seja, ela é um inimigo em potencial. Acontece que com sua “nova” vida, a garota cibernética adotou até a profissão de seu pai/médico, que além de cuidar de pessoas, é caçador de recompensa.
Os personagens são os responsáveis pelos altos e baixos
Nesse longa, vemos predominantemente as ações protagonizadas por alita. Mas há muitos momentos que o clima fica tenso, romântico ou até mesmo, triste. É aí que o Anjo de Combate perde um pouco a força. Se por um lado, a guerreira cibernética faz um papel acima de qualquer expectativa (CG e Captura de movimentos impecáveis) por outro, os coadjuvantes não seguem a mesma linha. Não digo todos, mas o principal, Hugo (Keean Johnson) não passa a força necessária para as cenas.
O roteiro também não ajuda em vários momentos. As cenas parecem desconectadas, e isso deixa o espectador um pouco confuso. O doutor Ido (Christoph Waltz) faz um papel muito burocrático, não trazendo a tona seus personagens épicos quando estava ao lado de Q. Tarantino. Jennifer Connely não tem tempo de tela suficiente, mas também não compromete. O que sim, senti MUITA falta foram dos caçadores de recompensa. Cada um com uma particularidade que, se víssemos em tela, seria épico.
O filme mostra algum em ação e, provavelmente, se mostrassem mais, não daria tempo de terminar o filme nessa década. Mas a parte visual e personalidade de alguns foi muito bem construída. Destaque para Ed Skrein, que fez o caçador Zapan, que protagoniza cenas bem legais.
Motorball é o jogo do futuro
Assim como Alita merece um jogo, motorball merece uma versão da vida real. Esse esporte contém tudo o que gostamos de ver. Habilidade de ataque e defesa, velocidade, agilidade e violência são os pontos cruciais do jogo. Basicamente é: Uma bola de metal é jogada numa arena, e você precisa encaçapar em um buraco específico. Para isso, vale todo e qualquer movimento dos jogadores.
Fomos apresentados ao Motorball no início para que Alita fosse introduzida ao esporte. Porém, quando a coisa pega pra valer, e o prêmio é um ticket para Zalem, o couro come de uma maneira feroz. Os competidores vão para cima com tudo o que tem, principalmente quando há um interesse por trás.
Conclusão
Alita é um filme muito visual. Isso pode deixar uma parte espectadores incomodados. Ele busca te conectar pela beleza dos movimentos, pela plasticidade das cenas e por combates que te deixarão boquiaberto. Recomendo muito para aqueles que gostam de animes e de suas lutas épicas. É perfeito para quem curte um filme de ação frenética. A história se perde em vários momentos, mas ainda assim, o brilho do longa não apaga. Vale destacar novamente, veja no cinema, pois terá uma experiência memorável.
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