Análise: Airscape – The Fall of Gravity

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Ambientação 2D, física gravitacional, gráficos charmosos, mais de 60 engenhosas etapas, e muita, muita dificuldade: o que poderia dar errado em Airscape: The Fall of Gravity?

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Não escondo, sou apaixonado por Indie Games. Este crescente e inchado mercado de jogos me fascina com sua variedade inacreditável de gêneros quase sempre recheados de títulos tão originais, divertidos e desafiadores que deixam no chinelo uma baciada de jogos que tiveram orçamento dezenas (ou até centenas) de vezes maior para serem criados. Mas claro, não é sempre que isso acontece. Muitas vezes o produto final que estes estúdios independentes nos apresentam parece meio cru, meio sem sal, como se faltasse algo para que a tal obra pudesse ser considerada um indie game de respeito, e muito possivelmente, esse é o caso deste singelo game do polvo abduzido por ETs.

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Produzido e distribuído pela Cross-Product para Windows, MacOS e Linux, Airscape: The Fall of Gravity é um plataforma de ação que leva o jogador a uma série de localidades pseudo-espaciais no controle de um Polvo! Pois é, o protagonista do jogo é um pequeno e simpático (e raríssimo) polvo da raça Dumbo que, após presenciar seus amigos marinhos sendo abduzidos no melhor estilo Ecco the Dolphin, sai no encalço dos ETs raptores utilizando-se da gravidade para viajar pelos pequenos mundos que formam os ambientes do jogo. Pequenos mas não simples: a gravidade é um fator que torna tudo complexo e recheado de situações que irão testar a habilidade e, pasmem, a paciência dos jogadores.

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2015-07-29_00002Airscape é bonito, sem dúvida! A simplicidade quase aquarelada dos cenários misturada a um efeito de água que realmente lembra o elemento pairando no espaço cria um ambiente muito convidativo, tudo regado a uma trilha sonora orquestrada muito bem produzida. O resto é exploração e às vezes, correria: em cada etapa existem animaizinhos marinhos para serem resgatados, e para que isso aconteça, basta encostar neles. Só que eles invariavelmente estão em locais de difícil acesso, e só utilizando muito bem da mecânica e física do jogo é que o jogador poderá resgatar todos eles e carregá-los até o fim do estágio. Claro, para concluir a etapa, não é necessário salvar todos os três mariscos, mas este feito é pré-requisito para se completar o game em 101% (são 23 achievements na Steam, sendo que o mais difícil, é justamente o que exige 101%). As vezes alguns mariscos apresentam limite de tempo para serem resgatados, e nesta hora o jogo se torna correria pura: aproveite que os comandos são super simples e corra, pule e nade como um louco para conseguir chegar ao amiguinho raptado antes que ele seja retirado de cena provavelmente para virar alguma fritura gourmet alienígena. Existem outros 4 personagens que podem ser controlados e que vão sendo desbloqueados no decorrer da aventura, 2015-08-10_00003obviamente cada um deles possuindo suas próprias características únicas que vão ajudar muito na exploração, e é só voltar ao início das fases para alternar entre eles à gosto do cliente. Save points durante as etapas existem e são essenciais: a importância deles fica nítida quando percebemos que o nosso polvinho morre com um único esbarrão em qualquer coisa inimiga, e nesse momento, voltamos imediatamente ou do início da fase, ou do save point, e sem contagem de vidas, tanto por que este é um game daqueles de tentativa e erro onde o aprendizado é constante.

E é aí que o negócio enrosca: o aumento gradativo da dificuldade é cruel, o repeteco é exaustivo, e diferentemente de muitos outros games pauleiras por aí que jogamos de maneira viciada apesar de milhares de mortes subsequentes, aqui faltou um “algo” para nos prender no jogo. Basicamente os cenários e a ambientação mudam, mas os elementos de jogo vão se repetindo exaustivamente só variando a complexidade das estruturas, algo parecido com o que acontece num game de quebra-cabeça de celular como o ótimo Cute the Rope por exemplo, com a diferença de que este funciona bem demais por ser um passatempo genial para se jogar em plataformas mobile e tablets por intervalos curtos de tempo. 2015-08-10_00001Para um game de PC onde se joga no teclado ou no gamepad, faltou algo em Airscape que o deixasse definitivamente com cara de jogo de ação plataforma, pois no momento, ele se parece com um game para mobile disfarçado de jogo para PC ou console. Arrisco até a dizer que ele funcionaria muito melhor se fosse um game mobile que usasse a função de giroscópio (presente em qualquer aparelho que não seja do período cretáceo) para fazer a rotação na tela e simples toques para impulsionar o personagem, um game daqueles para ser jogado muitas e muitas vezes mas por pouco tempo.

Assim, Airscape: The Fall of Gravity, apesar da física bem aplicada e dos bons elementos presentes na peleja, não funciona como deveria, e fica devendo na hora de proporcionar uma jogatina duradoura. Dá pra se divertir? Claro, o jogo possui ótimos momentos, mas a duração da diversão vai depender principalmente do nível de paciência do jogador, e isso é algo perigoso para um game tão repetitivo quanto este.

Airscape: The Fall of Gravity está disponível para venda desde o último dia 11, e pode ser adquirido por R$20 Dilmas no Steam.

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