Ambientação 2D, física gravitacional, gráficos charmosos, mais de 60 engenhosas etapas, e muita, muita dificuldade: o que poderia dar errado em Airscape: The Fall of Gravity?
Não escondo, sou apaixonado por Indie Games. Este crescente e inchado mercado de jogos me fascina com sua variedade inacreditável de gêneros quase sempre recheados de títulos tão originais, divertidos e desafiadores que deixam no chinelo uma baciada de jogos que tiveram orçamento dezenas (ou até centenas) de vezes maior para serem criados. Mas claro, não é sempre que isso acontece. Muitas vezes o produto final que estes estúdios independentes nos apresentam parece meio cru, meio sem sal, como se faltasse algo para que a tal obra pudesse ser considerada um indie game de respeito, e muito possivelmente, esse é o caso deste singelo game do polvo abduzido por ETs.
Produzido e distribuído pela Cross-Product para Windows, MacOS e Linux, Airscape: The Fall of Gravity é um plataforma de ação que leva o jogador a uma série de localidades pseudo-espaciais no controle de um Polvo! Pois é, o protagonista do jogo é um pequeno e simpático (e raríssimo) polvo da raça Dumbo que, após presenciar seus amigos marinhos sendo abduzidos no melhor estilo Ecco the Dolphin, sai no encalço dos ETs raptores utilizando-se da gravidade para viajar pelos pequenos mundos que formam os ambientes do jogo. Pequenos mas não simples: a gravidade é um fator que torna tudo complexo e recheado de situações que irão testar a habilidade e, pasmem, a paciência dos jogadores.
E é aí que o negócio enrosca: o aumento gradativo da dificuldade é cruel, o repeteco é exaustivo, e diferentemente de muitos outros games pauleiras por aí que jogamos de maneira viciada apesar de milhares de mortes subsequentes, aqui faltou um “algo” para nos prender no jogo. Basicamente os cenários e a ambientação mudam, mas os elementos de jogo vão se repetindo exaustivamente só variando a complexidade das estruturas, algo parecido com o que acontece num game de quebra-cabeça de celular como o ótimo Cute the Rope por exemplo, com a diferença de que este funciona bem demais por ser um passatempo genial para se jogar em plataformas mobile e tablets por intervalos curtos de tempo.
Assim, Airscape: The Fall of Gravity, apesar da física bem aplicada e dos bons elementos presentes na peleja, não funciona como deveria, e fica devendo na hora de proporcionar uma jogatina duradoura. Dá pra se divertir? Claro, o jogo possui ótimos momentos, mas a duração da diversão vai depender principalmente do nível de paciência do jogador, e isso é algo perigoso para um game tão repetitivo quanto este.
Airscape: The Fall of Gravity está disponível para venda desde o último dia 11, e pode ser adquirido por R$20 Dilmas no Steam.