Análise | COD: Infinite Warfare tem a melhor campanha da série nos últimos anos

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Não adianta, todo mundo reclama que jogos anuais existem, mas ano a ano estes mesmos jogos são lançados, jogados, batem recordes de venda. Call of Duty ainda é o maior dos exemplos, com um jogo por ano sendo desenvolvido por três estúdios diferentes. Na geração atual temos Call of Duty: Ghosts, desenvolvido pela Infinity Ward, Call of Duty Advanced Warfare, desenvolvido pela Sledgehammer Games e Call of Duty: Black Ops 3, que veio a vida pelas mãos da Treyarch.

Seguindo o ciclo, é a hora de jogarmos mais um jogo da série desenvolvido pela Infinity Ward, que caso você não se recorde, também é o mesmo estúdio que nos trouxe o clássico Modern Warfare em 2007, que também chega numa remasterização junto com as versões especiais de COD: Infinite Warfare. Falaremos da remasterização em uma análise separada, então vamos ao que interessa.

Um COD como há muito tempo não se via

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A Infinity Ward é conhecida por sua campanha incrível em Modern Warfare, que não é um COD que é lembrado apenas pelo multiplayer, mas também pela ótima história e desenvolvimento dos personagens. Em Infinite Warfare temos bons e novos personagens, mas nenhum com a capacidade de se tornar um novo Capitão Price. No entanto, há uma mistura de elementos futuristas e militares que fizeram muito bem ao jogo. Você joga com o Capitão Nick Reyes, que após alguns eventos e ataques a Genebra, fica a cargo da nave Retribution, uma espécie de Quartel General das alturas.

Ele é acompanhado da Sargento Nora Salter, uma companheira de carreira que luta ao lado dele há 10 anos. Reyes também tem a ajuda de um robô muito inteligente, chamado Ethan, que praticamente se porta como um humano, mas segue regras e ordens sem pestanejar. Há também, dentre tantos outros personagens, o Sargento Usef Omar, que não vai muito com a cara de Reyes e de robôs. Há um certo preconceito com os humanoides bastante inteligentes, porque não se sabe ao certo se eles podem ou não se voltar contra a humanidade.

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You Know Nothing Jon Snow

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Pra seguir o pagode da guerra e botar um terror na galera de Reyes, temos a participação mais do que especial de Kit Harington, o Jon Snow de Game of Thrones como o Admiral Salen Kotch, o principal antagonista de Infinite Warfare. Após a SDF tomar Marte e os recursos terráqueos começarem a acabar, a organização militar decide atacar a Terra pra conseguir os recursos que precisa, mas obviamente que teria algum tipo de repressão. Então começa a guerra, tanto em terra firme quanto no ar e espaço.

Apesar de ser a estrela principal do jogo, Kit Harington aparece pouco, tem falas ao estilo tirano descontrolado e não marca essencialmente uma boa passagem no game. Porém, como ele quase nunca aparece no campo de batalha, suas frases de efeito – “Morte não é desonra” – vão criando uma certa raiva no jogador, que passa a não ver a hora de se encontrar frente a frente com o vilão e dar na cara dele.

Guerra intergaláctica

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Apesar de Genebra ser um ponto de encontro pras guerras em Infinite Warfare, a Guerra não é mundial, é intergaláctica. Há uma transição muito natural entre os eventos que se passam em terra firme e no espaço, de uma forma muito convincente. Tudo é feito com muito cuidado pra não parecer forçado e a qualidade gráfica do jogo, aliada a ótimas cenas em computação gráfica trazem uma imersão que há muito tempo não via nas campanhas de Call of Duty. A grande maioria dos eventos são clichês, na tentativa de se criar grandes heróis, mas como tudo é bem construído, não há do que reclamar, já que nem sempre é possível ser original, mas sim criativo, e Infinite Warfare consegue encontrar um bom balanceamento.

Quando estamos no espaço, usamos nossas aeronaves de combate para derrubar instalações inimigas em cenas de muita ação e totalmente divertidas. Talvez o grande trunfo de Infinite Warfare seja o sistema de combate em naves, já que em terra pouco se diferencia de Black Ops 3. Porém, quando o jogo começa a cansar o jogador, a Infinity Ward leva ele para o espaço com cenários que mostram planetas, luas e até o sol de uma forma magnífica. Se você gosta de bons gráficos, Infinite Warfare é seu jogo.

Bebendo da fonte de Mass Effect

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Outro fato surpreendente deste novo Call of Duty é que não se trata de um jogo de FPS linear. Você tem sim os cenários que possuem um ponto A e outro ponto B, mas quando está na Retribution o jogador pode escolher quais missões irá fazer: as principais ou as missões paralelas. Sim, agora temos side quests em Call of Duty e funciona extremamente bem. No mapa da galaxia você tem pontos dominados pela SDF e ao escolher qualquer um deles, entra em território inimigo para missões a pé ou com naves, devendo sair de lá com algum protótipo de arma, algum planos maquiavélico da SDF ou eliminar algum alvo.

Todas as missões possuem um grande cuidado e não existem aos montes como na maioria dos jogos que possuem side quests, são realmente ótimas oportunidades de se aventurar ainda mais no jogo e curtir o universo de Infinite Warfare. Como estávamos reclamando que não haviam mudanças em Call of Duty, bem, parece que não é mais assim e a Infinity Ward criou uma ótima forma de diversificar a nossa jogabilidade e tirar aquela mesma fórmula do papel. Além disso, a trilha sonora é bem épica e combina certinho com cada um dos momentos, tanto nas missões principais quanto nas secundárias.

Multiplayer continua o mesmo

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Pelo bem e pelo mal, o multiplayer de Infinite Warfare é praticamente o mesmo de Black Ops 3. Pra quem gosta e não deixa de jogar o game do ano passado, poderá ser uma boa transição e aproveitar as novas classes, mas pra quem quer algo realmente novo e, principalmente, tem como jogar Titanfall 2 ou Battlefield 1, que trazem ótimas experiências online, comprar Infinite Warfare por causa do multiplayer pode não ser um bom negócio.

Apesar de termos bons modos de jogo, o habitual mata mata que encontra partidas rapidamente, e você acaba ficando por lá. O mapa Terminal, em sua versão remasterizada vinda diretamente de Modern Warfare 2, traz um ar de nostalgia, mas não é o suficiente pra segurar as pontas e o jogador por muito tempo. Basicamente, o multiplayer de Infinite Warfare vai agradar os fãs da franquia que não ligam pra novidades ou àqueles que há muitos anos não experimentam um jogo da série.

Dentro da categoria multiplayer, temos o modo Zombies in Spaceland, uma nova história do minigame que Call of Duty vem trazendo ano a ano e que já é motivo de grande diversão. Desta vez estamos numa história ao melhor estilo Scooby Doo misturado com Zumbilândia e o modo funciona muito bem novamente, tanto local quanto pela internet.

O melhor COD dos últimos anos

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Call of Duty: Infinite Warfare surpreendeu pela qualidade em um momento em que a franquia vinha recebendo duras críticas e comparações com Battlefield 1. A temática futurista se provou não ser um problema, aliada com uma boa dose de criatividade e uma produção de alto escalão. A Infinity Ward me fez lembrar dos velhos tempos quando desenvolveu os melhores jogos da franquia e o futuro parece brilhante para os games desenvolvidos pelo estúdio.

A dublagem brasileira está muito boa, faltando a emoção correta em alguns momentos chave, como quando algum personagem morre e os demais ao redor falam de uma maneira muito normal, sem aquele pesar na voz. Isso se deve pelo fato de que quando gravam as falas, os dubladores nem sempre estão vendo o que está acontecendo. Fica apenas o lamento sobre o multiplayer sem criatividade e muito “mais do mesmo”, já que a grande maioria dos jogadores acabam perdendo mais tempo jogando com os amigos do que na história. No final das contas temos um ótimo Call of Duty, que faz jus ao nome que carrega, mesmo com uma tonelada de clichês todos muito bem encaixados uns nos outros formando um belo jogo. Resta saber se Infinite Warfare terá gás pra competir com Battlefield 1 e Titanfall 2, gigantes que chegaram praticamente ao mesmo tempo neste ano.

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8 respostas

  1. Acabei de ver uma gameplay e ache sensacional!!
    A imersão é impressionante e quando as naves vão para o espaço é espetacular!!

  2. Realmente a campanha tá bacana, as missões secundárias acrescentam uma sensação(falsa) de que o jogo melhorou. Não terminei ainda mas estou curtindo bastante, já o multiplayer tá ridículo, time to kill horrível, gráficos horríveis, cores horríveis, menus, armas, acessórios, perks, séries de pontuação… nada se aproveita… :/

  3. A campanha tá espetacular, o multiplayer tá brochante, salvo o modo zombies que dá uma refrescada de algo diferente. Adorei comprar o game e além da campanha, ainda vem o tão falado Call4 Remaster que eu ainda não tinha jogado. Aliás parece mais um remake que remaster!!!! Nota 10.

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