Análise | Darksiders 3 traz Fury contra os 7 Pecados Capitais

Compartilhe

Franquia volta após vários anos de hiato

As coisas não saíram como o previsto para a Virgil Games, uma empresa da THQ que acabou indo para o espaço junto com a própria THQ, quando a mesma abriu falência. Contudo, Darksiders, a franquia de Hack ‘n’ Slash que queria ser muito mais do que era, acabou sendo salva. Embora não mais desenvolvida pela Virgil, que tinha Joe Madureira como uma das mentes criativas, a franquia ganhou uma “terceira” chance nas mãos da Gunfire Games, após a Nordiq comprar a THQ e se tornar THQNordiq.

A franquia Darksiders, então, poderia continuar sua história. História que pode ser um dos grandes motivos de tanta gente gostar dos games da franquia. Afinal, não se trata do melhor jogo de ação e Hack ‘n‘ Slash que há no mercado. Mas atiçou os fãs com o final do primeiro game, prometendo a reunião dos quatro Cavaleiros do Apocalipse. Assim, chegamos ao terceiro capítulo, trazendo o terceiro Cavaleiro e muito mais perguntas do que resposta.

A menina do grupo é NERVOSA

- PUBLICIDADE -

Fury foi apresentada de uma maneira mais cadenciada que os demais personagens. Ela tem uma personalidade muito quente, mas só é possível perceber isso ao começar a jogar o game. Sua grande ambição é ser a líder dos Cavaleiros do Apocalipse. Para isso, ela aceita a dura missão de sozinha, enfrentar os 7 Pecados Capitais. Tarefa que deveria ser executada pelos 4 Cavaleiros do Apocalipse juntos. Mas Fury confia em seu poder e o Conselho também. Após uma introdução que deixa claro que estamos diante de mais uma história paralela, que começa e termina antes do final do 1, enfrentamos os 7 Pecados Capitais. E claro, durante a grande aventura, entender o que se passa por baixo dos panos.

Isso pelo fato de que os Cavaleiros foram enganados. Este fato é confirmado logo no começo do primeiro game, mas acaba sendo o background deste novo jogo. Assim, somos convidados a ver Fury passando por todos os Pecados, algo que pode moldar a sua própria personalidade para sempre.

- PUBLICIDADE -

Um jogo com proporções menores

Podemos dizer facilmente que Darksiders 3 leva a franquia de volta às suas origens. Não por uma escolha criativa, mas por uma escolha técnica. Certamente não se trata de um jogo de grandes recursos, sendo visível em seus gráficos que não estamos diante de um game digno da geração atual. Tudo nele é bem geração passada, embora não deixe de ser bonito. Trata-se de um jogo que agrada muito em vários momentos e decepciona em outros, neste quesito visual. Contudo, a grande diferença é que, ao invés de levar a saga dos Cavaleiros para algo ainda maior que o segundo jogo, temos aqui uma ideia muito parecida com o primeiro. Saem os elementos pesados de RPG e o mundo mais aberto de Darksiders 2 e agora temos um jogo bem mais linear.

Contudo, é um jogo grande. Demorei 27 horas para finalizar Darksiders 3 jogando no modo difícil (a terceira dificuldade de um total de quatro), e ainda tenho coisas para fazer no game. Os cenários são grandes, totalmente interligados, o que faz com que, do nada, você saia de um cenário da floresta e através de uma passagem secreta que só é possível abrir com poderes mais avançados, você encontre a estação de metrô. Os produtores do jogo mesmo mencionam que a ideia era fazer dos cenários de Darksiders 3 uma grande dungeon. E este objetivo é facilmente alcançado. Temos um game que parece um Castlevania em 3D e, mesmo que não tenhamos um mapa, acaba incentivando o jogador a descobrir o que há em cada canto do cenário. Ainda assim, não deixa de ser um jogo com proporções menores que o 2, com Death.

Dark Soulsiders 3

Se há algo que diferencia de uma vez por todas Darksiders 3 dos outros dois jogos já lançados, é sua dificuldade. Se antes tínhamos jogos mais próximos do que é um Hack ‘n’ Slash, agora temos algo mais próximo de um Dark Souls ligado na velocidade 5. Afinal, Fury não é tão pesada como um personagem da série Souls e seus golpes são mais absurdos. Contudo, os inimigos são igualmente perigosos. Não é raro você errar o momento de um ataque e ser morto com apenas um golpe, ou um combo de dois ou três golpes. Contra os chefes então é uma loucura. Qualquer vacilo é adeus!

Para contornar a dificuldade o jogador precisa entender e dominar a esquiva. Afinal, Fury não tem defesa (e tento entender até agora o motivo) e sua única defesa é desviar dos ataques. Se realizada no momento certo, a esquiva cria uma oportunidade de ataque única, que ao invés de usar o dano habitual de sua arma, tira dano com um poder arcano, que é tratado de forma individual nas características de Fury. Assim, nem sempre o que conta aqui são as armas, mas sim as habilidades naturais de Fury em conseguir atacar usando suas armas e seus danos arcanos. O negócio é esquivar no momento certo, atacar com o poder arcano e se afastar. Não há espaço ou vitória para quem gosta de apenas apertar botões insanamente. O negócio aqui é a estratégia. Porém o problema é quando nada disso dá certo.

Vulgrim está de volta

Quando nada do que falei acima dá certo, a saída é recorrer ao Vulgrim. Há cada local que encontramos este ser estranho, o jogo cria um checkpoint. Assim, é possível retomar o gameplay do último ponto que encontramos Vulgrim. O problema é que muitas vezes você já andou tanto, que a morte se torna um fardo muito pesado. Afinal, você vai voltar ao último Vulgrim que você encontrou e isso aconteceu há meia hora atrás.

Assim, cada passo dado tem que ser com cuidado. Sair correndo, enfrentando os inimigos com o peito aberto só vai deixar o jogador frustrado. E mesmo assim, alguns pontos chave do game também criam essa sensação de frustração ao colocar o checkpoint muito longe de um chefe muito difícil. Este cenário ainda fica pior se você estiver jogando no console, onde cada loading é gigantesco. Felizmente jogamos a versão PC, onde os loadings não duram nem 5 segundos. Mas nossos amigos do Meia Lua Pra Frente e Soco jogaram no Xbox One. O que eles me relataram foi triste, com o jogo demorando quase 1 minutos para carregar entre uma morte e outra. O mesmo ocorre no PS4. Então, a versão PC é infinitamente melhor neste aspecto desempenho.

Contudo é algo que as empresas costumam arrumar com patchs. Não deve demorar para que isso ocorra com Darksiders 3.

Pontos importantes que fazem Darksiders 3 valer seu investimento

 

Quem gosta de Hack ‘n’ Slash sente falta de jogos deste gênero. Não é à toa que God of War e Devil May Cry fizeram e fazem tanto sucesso. Contudo, é importante notar que Darksiders também conseguiu seu lugar ao sol e por pouco ficamos sem essa franquia para sempre. Darksiders 3 talvez não seja o que esperávamos para o terceiro game. Mas se trata de um jogo divertido e desafiador que ainda é Darksiders, e isso conta positivamente.

O combate é bem divertido, fácil de pegar. As armas extras são bacanas para variar o estilo de gameplay e a importância que cada uma tem na exploração e no cenário é algo que dá gosto de ver. Claro que o gráfico mais simples que a grande maioria dos lançamentos de 2018 pesa negativamente. Mas a criatividade nos cenários e toda a interligação que ele possui em todos os pontos do mapa compensam as falhas gráficas.

Some tudo isso a lutas incríveis contra chefes, aos inimigos secretos, os chamados Escolhidos e toda a curva de evolução que temos que conquistar vendendo almas para Vulgrim, e você terá um jogo que vai durar quase 30 horas, ou mais. A história é algo que poderia ter sido melhor aproveitada, é verdade. Basicamente não há nenhum avanço com o que vimos em Darksiders 1 e 2. Vejo isto como uma grande falha, um potencial desperdiçado, até por conta do carisma que Fury tem (que não é uma unanimidade por aí).

Mas vejo que se Darksiders 3 for bem em vendas, poderemos ter tudo que imaginamos em um quarto game. Com mais orçamento e finalmente o 4º Cavaleiro do Apocalipse. E se há uma coisa que quero ver, é o final desta história.

Então Darksiders 3 tem muitos problemas, mas seus acertos devem ser exaltados.

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

LIVES

TODOS OS DIAS

O melhor conteúdo do mundos dos Games para você! São LIVES diárias com os melhores jogos de luta, Últimos Lançamentos, Notícias, Temporadas da “Guerra das Torres (Mortal Kombat)” e da “Guerra das Ruas (Street Fighter)” com os melhores players do momento e muito mais! É só colar e mandar aquele “Salve”