Análise | Dishonored: Death of the Outsider – O fim de um ciclo em um jogo imperdível

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Após o lançamento de Dishonored 2, sequência de uma das maiores surpresas da geração passada, A Arkane já estava trabalhando em Prey. No entanto, o que ninguém poderia imaginar era que o estúdio já estaria preparando um novo Dishonored. Debaixo das asas da Bethesda, A Arkane aproveita muito bem sua boa fase. Dishonored: Death of the Outside traz elementos muito conhecidos da franquia, mas finaliza de uma forma excepcional um arco marcante. Daqui pra frente nada será igual em Dishonored.

A Morte do Estranho

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Como o próprio nome já diz, Dishonored: Death of the Outsider traz a provável morte daquele que é o personagem mais misterioso da franquia. Ele é responsável pelos poderes de Corvo no primeiro game e também na sequência. O personagem é tão misterioso que ele vive em um plano totalmente diferente do normal. Tudo flutua, nada faz sentido, mas mesmo assim ele controla a realidade. Nos dois primeiros Dishonored vimos que há um culto que segue seus ensinamentos, mesmo que isso traga o mal para Danwall, Karnaca, ou alguma cidade onde o jogo se passa. Não pelo estranho ser mal, mas pelas pessoas entenderem que devem fazer coisas malignas para alcançar o “vazio”.

O novo jogo pode parecer uma história paralela ou um spinoff. Mas na verdade, tudo se passa após os eventos de Dishonored 2. O game deixa de lado Corvo e Emily e foca nos assassinos Billie Lurke e Daud. Os dois personagens encontram com Corvo (ou Emily) em Dishonored 2. No entanto, eles controlam a ação agora. Cansados de estarem nas mãos do Estranho (Outsider), resolvem então que chegou a hora de dar um fim nele. Mas como? De que forma uma entidade, uma espécie de deus, que vive em um mundo diferente do nosso, poderia morrer?

Uma História mais do que cativante

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Apesar de em sua essência a história de Death of the Outsider parecer simples, ela flerta com todo o universo construído na franquia até hoje. E faz isso muito bem por sinal. Mesmo sem os personagens que tanto conhecemos, a Arkane conseguiu nos fazer sentir-nos em casa, numa transição muito natural no protagonismo. Com muitas reviravoltas, intrigas, mistérios e elementos importantes para uma boa narrativa, o jogo nos prende do início ao fim. São de 12 à 15 horas de muita imersão.

Cada nova missão traz mais mistérios resolvidos e mais alguns sem explicação. Conforme chegamos perto da verdade é impossível largar o game de lado. O universo de Dishonored é rico demais e com o atestado de importância que Billie e Daud receberam com o jogo, fica claro que a Arkane não quer depender somente de Corvo e Emily. Há muitas outras histórias para contar; Existem tantas outras vidas influenciadas diretamente pela marca do Estranho. Chegou a hora de explorá-las.

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Um sentimento diferente

Apesar de a jogabilidade de Death of the Outsider ser extremamente parecida com Dishonored 2, fora toda a parte de apresentação do game como menus, tela inicial e gráficos que são idênticos, fica um sentimento diferente ao jogar esta nova entrada. Seguimos aqui o mesmo estilo de jogabilidade: você pode ser o Rambo ou o Sam Fisher. Você escolhe se vai detonar todo mundo ou andar sorrateiramente. Com Corvo ou Emily eu sempre me preocupei em não fazer deles pessoas más. Eu andava na maciota, procurava lugares altos para me esconder e avançava cuidadosamente matando o mínimo de pessoas possíveis. Eu sempre me colocava no lugar deles e pensava: “Corvo ou Emily não matariam essa pessoa“.

Com Billie é totalmente diferente. Desde o começo do game ela demonstra sua raiva, seu arrependimento da vida que leva. O que ela quer é acabar com isso, terminar o que Daud começou. Pra isso ela nunca parece medir esforços e a ideia que tive é que Billie usaria cada um de seus inimigos como degraus para alcançar o seu objetivo final. Assim, mesmo que eu tenha começado a jogar com o estilo stealth, não demorou muito pra que eu mesclasse o cuidado com a violência. Billie parecia me pedir para fazer isso. Ela parecia um monstro enjaulado. Mesmo que sua aventura pudesse ter como cena final a sua liberdade, eu resolvi prover isso à ela muito antes do final da primeira missão. Daí pra frente o que se via era sangue. Vingança. Violência. Arrependimento. Libertação.

Quase um jogo perfeito

Dishonored possui desde o primeiro jogo um estilo artístico diferente, parecido até com Bioshock. A trilha sonora impecável ajuda a criar este estilo. Porém os modelos dos personagens precisa de uma melhora caso a Arkane pense realmente em continuar a franquia. Os gráficos das cidades são ótimos, misturando sujeira, morte, ratos. Mas sinto que neste quesito dos personagens eles pararam no tempo.

Mesmo jogando no difícil a inteligência artificial dos inimigos não é boa. Por vezes eu fazia armadilhas com as armas que o jogo fornece, fazendo barulho, e os inimigos não entendiam de onde vinha, falavam coisas muito nada a ver, e eu me esforçando pra dizer “ó, to aqui! Vem me pegar seus filhos da mãe”. Eles são perigosos se nos atacam em grupo, mas sozinhos são presas fáceis.

Um fim digno do que é Dishonored

Apesar de deixar muitas pontas soltas, dá pra entender que a Arkane leva a sua franquia mais importante para um novo rumo. Death of the Outsider significa o fim de um ciclo e o início de uma nova era. Não consigo deixar de pensar sobre o que poderá vir depois. A narrativa, a ambientação e a jogabilidade de Dishonored são praticamente únicas e só se repetem em Prey, jogo que também é da Arkane. Mesmo assim Dishonored consegue ser mais especial.

As poucas falhas que o jogo tem não estragam o pacote final e Death of the Outsider é quase brilhante. Divertido, imersivo, cheio de possibilidades, com cenários grandes e cheios de locais para explorar, só faltou o desafio ser mais alto pra que o jogo fosse completo. Não que ele seja fácil, mas basta ser um pouco inteligente para lidar com os inimigos burrinhos que o jogo traz. Eles são violentos, mas até um animal também é. Para enfrentar uma assassina como Billie Lurke é preciso mais que violência.

Se você ainda não se aventurou nas ruas de Danwall e Karnaca na franquia Dishonored, não deixe essa experiência passar. É uma franquia diferente e muito divertida, com uma história muito boa e grandes momentos de imersão. Death of the Outsider se transformou para mim na cereja do bolo. Um jogo que eu não esperava e que me pegou de surpresa com sua qualidade e ambição. Com mais umas 5 horas de jogo poderia se chamar Dishonored 3 fácil fácil.


https://youtu.be/Ov96I3Vsm0w

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