Análise: Dragon Age: Inquisition – o melhor jogo de 2014

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Despretensiosamente fui jogar Dragon Age: Inquisition. Não por não esperar muita coisa do jogo, pelo contrário. Mas decidi não criar expectativas, afinal era uma continuação de uma série de RPG criada em 2009 com um antecessor não muito bem recebido. E fui surpreendido, simples assim.

A história inicia-se com a seguinte premissa: em Thedas, você foi o único a sobreviver a um evento que gerou portais no céu e por eles vem um monte de demônios. Você deve tentar acabar com esses portais e descobrir o que está acontecendo no mundo. Aliado a isso temos uma guerra rolando entre magos e templários, onde nós, os jogadores e os habitantes de Thedas se encontram bem no meio.

Bem-vindos a um universo rico, com uma bela história muito bem contada e diálogos tão polidos e bem escritos que te deixam com vontade de ser um tagarela o tempo todo. Mas claro que você não precisa ficar preso a textos e mais textos, se quiser passar por algo superficialmente você pode, assim como cutucar o assunto até a exaustão. Os textos estão todos em português e muito bem traduzidos.

Ah, você é daqueles de poucas palavras e muita ação? Sem problemas. Haverá pancadas de sobra dispondo das mais variadas armas, magias e poderes, e são muitos.

Mas antes de chegar nessa parte, no começo do jogo, temos que escolher entre quatro raças: Anões, Elfos, Humanos e Qunaris. Depois basta escolher sua classe entre Guerreiro, Ladrão ou Mago. E então chegamos na personalização visual do personagem. O editor é tão amplo e permite uma personalização tão grande que podemos nos reproduzir se quisermos, basta paciência.

Jogar Dragon Age: Inquisition é prazeroso e fluido. Com seus dois modos de jogo ele permite que joguemos de um modo tático, estratégico, pausando o jogo e atribuindo comandos e ações para cada um dos personagens. No total são quatro, controlamos um deles e podemos alternar para qualquer um a qualquer momento, com um clique. Além do modo tático podemos usar o em tempo real, de mais ação e não prejudica o uso de magias e poções, o qual está muito bem implementado pela excelente interface. A câmera sempre está numa boa posição, não atrapalhando a jogabilidade em tempo real e no modo tático podemos colocá-la em qualquer ângulo, da forma como nos convier.

O jogo conta com belos gráficos, um mundo detalhado e muito vivo trazendo uma experiência visual muito bacana. É legal andar pelos locais do jogo e ver animais silvestres correndo pelos campos, uns amigáveis e outros nem tanto. Há detalhes em todos os lugares: nas roupas, vegetação, pedras, enfim, todo o visual foi muito bem cuidado, polido e detalhado. E um destaque para os dragões: são grandes, bonitos, muito bem animados e vão exigir bastante de você para serem derrotados.

Completando a experiência visual temos a sonorização do jogo. Desde a bela música do menu até a dublagem de excelente qualidade. A dublagem (que é somente em inglês) deu realmente vida aos personagens, mesmo os não jogáveis estão primorosamente dublados e bem entonados.

Há muito o que se fazer em Thedas. Desde quests mais simples como trazer um animal fugido, até fabricar armas e armaduras. Na fabricação e melhoria você pode empregar diversos materiais, os quais conferem atributos diferentes, como por exemplo, empregar numa armadura: couro ou algodão simples. Espalhados pelo jogo há um conteúdo imenso apresentado ao jogador na forma de livros, cartas e pergaminhos, além dos já citados diálogos. Para aproveitar tudo que Dragon Age: Inquisition nos dá é sempre recomendável explorar ao máximo o mapa, seja a pé ou a cavalo, o que é bem divertido, diga-se de passagem.

Cada personagem tem uma ampla quantidade de habilidades que podem ser adquiridas. São quatro grandes habilidades que possuem ramificações abrindo muitas possibilidades para serem adicionadas ao herói e seus companheiros.

Há uma fortaleza no jogo chamada Fortaleza do Céu, a qual será num determinado ponto seu quartel general. No início ela estará bem “caidinha”, mas com a progressão no jogo podemos abrir novas áreas e até personalizar o visual  escolhendo cortinas, bandeiras, tronos, móveis e outras coisas.

Contamos também com uma Mesa de Guerra, um grande mapa onde podemos realizar pequenas missões enviando tropas, agentes ou diplomatas além de liberar também áreas para serem exploradas.

De forma geral é tudo muito legal de se fazer, ler e ouvir. Durante o jogo sempre apareciam coisas que me tiravam um “uau, que legal” e não deixavam de impressionar. Jogar Dragon Age: Inquisition é uma experiência única que o faz não querer sair daquele universo imersivo e rico. Muita diversão e menos vida social, se você não tomar cuidado.

E se foi legal jogar uma vez, porque não jogar novamente? Como você faz diversas escolhas e essas escolhas refletem no jogo há a possibilidade de jogar novamente várias vezes mudando suas respostas e trilhando um caminho diferente. Diversão garantida por horas e meses a fio.

Temos à nossa disposição um multiplayer para jogar com outros três amigos. Os níveis e habilidades desse modo de jogo são independentes do single player, então você terá que ralar pra ter um herói forte aqui. A narrativa do single não existe no multiplayer, ficando mais a parte da ação. Com um mundo tão rico no single player o multiplayer para mim ficou de lado e caso não houvesse, não faria muita falta. Mas se você gosta, ele funciona muito bem.

Após a surpresa extremamente positiva de Dragon Age: Inquisition só me resta recomendar a você aproveitar e jogar esse belíssimo game. Cada detalhe, cada surpresa fazem com que o game seja memorável e o faça querer jogar sempre mais. Poucos jogos conseguem ser tão maravilhosos como o que foi atingido em Dragon Age: Inquisition. Um verdadeiro trabalho de arte pelas mão da BioWare.

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