Análise| Hellblade: Senua’s Sacrifice te trará uma experiência ÚNICA

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Há algum tempo, víamos muitas notícias sobre Hellblade e o que ele propunha – uma ideia que fugia um pouco do geral. Vídeos mostravam um pouquinho do combate, mas a história é que parecia bem diferente, pois eles prometiam algo bem denso e profundo – pois bem, o objetivo foi atingido com maestria.

Hellblade: Senua’s Sacrifice está legendado em português e, por ter muitas vozes, as vezes percebe-se algumas falhas por faltar algumas legendas. O jogo tem uma duração mediana, sendo que em média 6 horas serão suficientes para poder concluir toda a aventura, mas fique tranquilo, o preço está condizente com uma espécie de cálculo valor/horas-diversão.

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O game foi desenvolvido e publicado pela Ninja Theory e tem versões para Playstation 4 e PC.

A Mitologia

Em Hellblade vemos uma garota chamada Senua, que vive num povoado Celta em plena época das invasões Vikings, motivo pelo qual a protagonista tem a sua grande jornada no jogo.

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Durante toda a aventura, ficamos a par de alguns costumes da época, mas um detalhe interessante é vermos que ao longo da evolução da história, os nórdicos já conquistaram muitas localizações. Isso porque os traços de guerra, principalmente marítimos, e os contos que encontramos nas pedras “rúnicas“, detalham histórias de entidades Nórdicas, então podemos concluir que o jogo se passa justamente quando os Vikings conquistam parte das tribos Celtas – Grã-Bretanha no geral, principalmente Irlanda.

Mas mesmo com a forte influência do povo do norte, os ideais e conceitos de deuses celtas ainda estão presentes e são as criaturas mais tenebrosas do jogo. Tameen Antoniades, diretor de Hellblade, lançou alguns diários de produção ao longo do desenvolvimento, e em alguns deles pudemos conferir essas referências mitológicas fantásticas e bem embasadas.

Um Combate simples, mas altamente bem feito

Eu, particularmente, sou um grande fã de jogo de combate Hack n Slash e lutas com espadas e armas manuais. Percebemos que Hellblade bebe da fonte de grandes jogos como Dark Souls, Bloodborne, Nioh, God of War e outros, os quais possuem sistemas muito eficientes e divertidos. Em Hellblade, há uma mistura de alguns desses jogos, porém com uma identidade própria que funciona perfeitamente.

Os combos não são difíceis de executar. Basicamente, consiste em uma sequência simples que varia entre estocadas e golpes laterais. Você também pode repelir o ataque pressionando a defesa na hora exata, o que te possibilita dar um contra-ataque poderoso. O elemento essencial do combate, que vai definir se você conseguirá vencê-lo, é a esquiva. Essa habilidade requer um timing perfeito, e uma percepção do seu espaço no campo de batalha muito apurado.

Essas evasões, definitivamente, são a beleza do combate, pois os inimigos trazem repertórios variados e as vezes em um número que fica difícil se organizar. Esses, sejam apenas soldados demoníacos ou deuses, possuem golpes poderosos e armas devastadores, o que traz muitas vezes um desafio grande.

Precisamos falar sobre Senua

Mais do que uma condição, uma doença ou um distúrbio, Senua tem um desafio de superação muito grande. Normalmente, vemos nossos heróis com conflitos externos: vingança pela perda de família, recuperação da honra, destruição do mal; mas poucas vezes encontramos um conflito interno tão forte. Em Hellblade: Senua’s Sacrifice estamos na pele de uma garota que tinha um problema de socialização muito grande até encontrar aquele que viria libertar e ensinar-lhe o amor, tirando-a da escuridão.


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Acontece que, com a invasão Viking, a vila que Senua morava foi dizimada e seu amado encontrou seu fim num castigo terrível. A partir daí, a garota entrou numa profunda psicose tendo sérias alucinações e levando-a para um universo obscuro, na luta pela própria sobrevivência e sanidade.

No próprio jogo, está disponível um documentário muito interessante, e nele podemos entender melhor como todos os conceitos do jogo foram criados. Professores e estudiosos da mente humana fizeram parte do desenvolvimento com o intuito de mostrar, na concepção dos quebra-cabeças e das outras mecânicas do jogo, como funciona essa psicose de Senua. Imagens sobrepostas, embaralhadas e alucinações, mostram um pouquinho o poder da mente humana – muito bem representado no game.

Eu ouço pessoas mortas

Em alguns jogos, temos o tutorial, o qual é responsável por ensinar o jogador os comandos e a prosseguir no game, nesse caso, as vozes que ficam na cabeça da menina, muitas vezes dizem o que ela precisa fazer ou até mesmo alertam de algum perigo obscuro que a aguarda. No combate isso fica bem expressivo, pois quando um inimigo aparece sorrateiramente, você ouve um “Behind You” (atrás de você), ou um “Watch Out” (Cuidado) e muitos outros áudios bem interessantes que te ajudam a entrar nesse clima maluco (Até eu fiquei cabreiro em vários momentos).

Vale ressaltar a epicidade da trilha sonora. Sabemos que é um jogo épico e, por isso, os instrumentos e a melodia remetem a algo mais antigo, porém também há umas influências modernas deixando o clima denso na hora certa, bem como traz uma atmosfera tenebrosa ou voltada à ação.

Concluindo, Hellblade: Senua’s Sacrifice é um ótimo jogo, o qual traz algumas boas horas de diversão (eu queria muito mais – espero que a Ninja continue esse universo), quebra-cabeças bem interessantes, combates desafiadores, uma história muito boa, mas o que mais te fará apaixonar-se por toda essa aventura é a protagonista: uma força de vontade interna fora do comum, uma condição mental instável, que faz com que sua jornada seja única. Recomendo fortemente!

Confira o nosso gameplay do jogo

 

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15 respostas

  1. Que legal esse site faz avaliação por tópicos assim como era nas revistas dos anos 90, assim da pra ter mais confiança que o avaliador realmente jogou o game, só falta deixar a ID aberta aí vai ficar perfeito, parabéns !!!

  2. A única coisa que o site errou foi em falar mau dos gráficos do jogo, sendo que os gráficos são um dos pontos fortes

    1. Realmente, os gráficos são praticamente perfeitos aqui no meu PS4 simples. Muitissimo acima da média. Imagino como seria num pro…me pareceu que deve ser espetacular (ainda mais)

    2. Não falei mal. Porém em alguns pontos, principalmente quando vem a bendita água (um dos elementos mais tensos de trazer pra realidade) é outros pontos no ambiente, mas nada que atrapalhe a experiência

  3. Pelo review, pensava que vinha um 9. Estou impressionada com o jogo. Para mim, rivaliza com persona 5 e horizon como jogos do ano. Em termos de imersão, foi o melhor! Daria 9, considerando-o obrigatório. Qual a melhor historia/diversão de jogos para vocês esse ano?

      1. Eu não vejo problema em debater muito boas histórias, contanto que o gameplay seja de altíssimo nível e é exatamente esse o caso de Hellblade. Acontece que a história e a condição que o jogo te coloca, te faz ter um carinho especial e esse tipo de vínculo é bem difícil de acontecer. Mas sua discussão é válida!

        1. Eu tb gosto de boas histórias, mas vamos pegar um exemplo como The Last of Us que é o masterpiece da pagação de pau, não vejo ninguém falando dele pelo ótimo stealth que ele proporciona, pelo excelente combate, pela exploração cativante (lembrando que aproveitar isso tem que pelo menos se jogar no modo normal), só falam dele por causa dos personagens, dos gráficos, da história. Tipo ficam analisando os games apenas pelo que ele parece ser e não pelo que ele é, aí chegamos ao cúmulo de dizerem que The Order 1886 é o Gears of War da Sony.

          1. No caso de The Last of Us é que o conjunto da obra é sensacional, mas o que brilha demais no game é o enredo, personagens e tudo que você acha que não deve ser ovacionado hoje em dia. Os jogos mudaram, são mais tecnológicos, possuem atores por trás dos personagens e a atuação + roteiro serão sempre importantes dentro da proporção que eles ganharam hoje em dia.

            No passado a gente só falava da jogabilidade porque os personagens não falavam direito. Mas até nos Final Fantasies a gente vê valor na história e nos personagens desde a primeira versão.

            Acho que isso é questão de gosto e não é uma generalização como você diz não.

      2. Perguntei de acordo com meu interesse para ver se eu descobriria jogos para mim. Gameplay para mim ficou em Nioh e Nier. E você?

        1. Sim ok, só peguei um gancho com o que vc falou pra expor o meu ponto de vista onde acho que hj tratam jogos como se fossem filmes e esquecem do conteúdo mais importante que é o gameplay.

          1. Certo. Também acho os dois fatores importantes. No caso de hellblade, gostei do combate, além da beleza em si.

            Confesso de antemão não ser fã de FPS, talvez por não achar que não há tanta variedade de gameplay.

            Faço uma menção honrosa a dois jogos: battlefield 3 (ps3) e rainbow six siege (ps4).

        2. Nesse estilo de combate talvez sejam os mais expressivos, porém há muitos outros games que tem gameplays sensacionais, como o persona mesmo que você citou. Que jogo maravilhoso. REVII também nao pode faltar. Esses que voce citou também, bem como Horizon Zero Dawn e o Zelda né.

          1. Zelda não joguei! Não tenho o switch. 🙁

            Mas todos esses games os personagens são carismáticos, histórias legais ou algo mais envolvente. E esses foram os melhores que joguei esse ano. Joguei resident também, mas gostei mais do aniversário (puzzle), digamos assim.

            Por exemplo, gosto mais do combate de sleeping dogs do que yakuza 0.

  4. Que prazeroso ver indústria dos games evoluir assim, desenvolvendo sua narrativa com maestria e criatividade, à semelhança da literatura ou do cinema. Assim que puder comprá-lo-ei!

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