Análise | Horizon Zero Dawn é o maior passo já dado pela Guerilla Games 

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Antes uma desenvolvedora multiplataforma, em 2000 a Guerrilla Games passou a estar debaixo da asa da Sony com uma tarefa árdua: criar aquele que poderia ser o Halo da marca PlayStation, ou o “Halo Killer” como a grande maioria dos veículos de imprensa gostavam de chamar o jogo naquela época. Em 2004 lançaram Killzone e o resultado foi um jogo mediano.

O futuro, porém, foi brilhante e Killzone se firmou como um ótimo jogo de tiro, mesmo que faltasse a personalidade que tantos outros jogos do gênero já possuíam. Com a chegada do PS4,  Killzone Shadow Fall mostrou que o poder do console da Sony era tremendo, mas ainda a Guerrilla tinha muito mais a explorar na nova maquina e ideias que até então, ninguém acreditaria que pudessem vir da empresa.

O Raiar da liberdade artística 

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Quando na E3 2015 um novo jogo foi mostrado, com diversas artes conceituais vazadas antes do evento, ninguém sabia o que esperar, já que o game vinha da Guerrilla e seu histórico, apesar de bom, não era excepcional ou promissor para um tipo de jogo diferente, além dos de tiro. As artes mostravam humanos em meio a máquinas com formato de dinossauros e tudo parecia uma grande salada. Mas quando o primeiro vídeo de gameplay apareceu, com uma qualidade gráfica impecável e criaturas mecânicas altamente diferentes e cativantes, foi como se tivessem tirado a Guerrilla do status que tinha até ali, de um bom estúdio e nada mais, para o de desenvolvedor de jogos incríveis e diferentes. A espera então passou a ser o maior inimigo dos donos do PS4.

Agora, com o jogo na mão e muitas horas de jogatina depois, é fácil confirmar que Horizon Zero Dawn e a Guerrilla não só cumpriram com o que prometiam, como foram muito além das expectativas.

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A nova ruiva do Tchã é linda e blá blá blá!

Logo que Horizon Zero Dawn começa somos apresentados a um bebê que foi exilado dos Nora, um povo remanescente dos humanos na Terra futurista que o jogo se passa. De cabelos vermelhos, Aloy cresceu com Rost, outro exilado que foi como um pai para a garota por muitos anos e a protegeu de todos os males daquele mundo. Sempre muito fiel aos ensinamentos dos Nora, mesmo exilado, ele ensinou Aloy a ficar longe das máquinas e dos locais subterrâneos daquele lugar, já que tudo era dominado pelas máquinas e pode conter perigos indescritíveis. Em um determinado momento logo no começo do jogo, Aloy cai em um destes locais e encontra um apetrecho que mostra detalhes do mundo ao redor dela e serve muito bem para enfrentar as máquinas, por mostrar suas fraquezas. No entanto, ela ainda não tem habilidades o suficiente e é muito pequenina para tal tarefa.

Doida para conhecer mais sobre sua mãe, ela parte em busca do reconhecimento dos Nora para conseguir saber mais do seu passado. Enquanto vemos ela passar da fase criança para adulta, ganhamos acesso ao mundo de Horizon Zero Dawn, que guarda muitos segredos em um mapa repleto de atividades e locais para serem explorados. É muito interessante e cativante ver também que de caça, Aloy passa para caçadora nas primeiras horas do jogo, em um sentimento paralelo de confiança do próprio jogador que não tem certeza se pode ou não atacar as criaturas metálicas e aos poucos, vai entendendo que tudo é possível, dependendo apenas da maneira com a qual realiza os ataques. Com pouco tempo de aventura Aloy conquista o jogador e o espectador e não é a toa que ela é um dos maiores destaques de Horizon Zero Dawn, por sua forma de agir, por não precisar da sexualização para tal e pelo seu carisma acima da média.

Um mundo que mistura beleza natural e artificial

Muitos jogos usam o tema pós apocalíptico em suas composições, mas poucos conseguem fazer isso com maestria. Horizon se passa muitos anos no futuro e traz um planeta devastado pela própria natureza, como se a Terra tivesse clamado tudo que foi dela e mostrado aos humanos que é ela quem manda no pedaço. Porém, um grande mistério paira sobre todos: de onde vem as criaturas robóticas, quem as construiu e como enfrentá-las? Aos poucos, a experiência com o jogo e com Aloy vão respondendo todas as perguntas, a medida que você vai explorando cada canto do mapa.

É fácil comparar o mapa de Horizon com The Witcher 3, já que ambos são jogos de RPG cheios de segredos, mesmo que o exclusivo da Sony tenha uma pegada mais voltada para a ação e aventura que o jogo do bruxão. O mundo ao redor de Aloy é extenso, lindo e cheio de perigos, onde a caça é a melhor saída para a sobrevivência e cooperar com os NPCs traz mais vantagens em cada nova missão, seja da história ou extras. A fauna e a flora do game estão impecáveis, apesar que como o mundo do jogo foi devastado, existem poucas espécies de animais espalhados pelo mapa. O que mais se vê são as máquinas, sempre a espreita esperando algum humano vacilar para derrubá-los. Portanto, andar igual a um maluco no começo de Horizon Zero Dawn é para poucos, já que se faz necessário um estudo meticuloso sobre todas as fraquezas dos inimigos antes de entrar em combate.

Derrubando as máquinas

Existem diversos tipos de máquinas e inimigos em Horizon Zero Dawn e entender como todas elas atacam e quais seus pontos fracos é o caminho do sucesso. Como cada ambiente é habitado por criaturas diferentes, vale muito a pena ficar de olho no mapa para saber que tipo de criaturas você vai encontrar por aí, já que isso pode definir a maneira que você vai jogar. Aloy usa o mato alto, que de forma bastante conveniente também é vermelho assim como seus cabelos, como a melhor maneira de ficar longe dos olhos inimigos. Após usar seu dispositivo especial e ver por onde cada inimigo anda, o que eles fazem e que tipo de fraquezas possuem, é hora de usar o arco e flecha para acertar no lugar certo, com a munição certa.

E não são poucos inimigos que Aloy vai encontrar por aí. Existem desde os vigias, uma espécie de velociraptor mecânico, até criaturas parecidas com cachorros gigantes, touros, cavalos e todos se portam de uma maneira muito natural, como se realmente fossem tais animais. Aloy possui uma quantidade muito boa de armas a sua disposição, todas elas fazendo uso de cordas, flechas e elementos como fogo, gelo e eletricidade. Ela poderá melhorar todas as armas usando atributos que dão mais dano ou mais poder de fogo, além de comprar formas mais poderosas dessas mesmas armas com os vendedores espalhados pelo mapa.

Tecnicamente impecável

Horizon Zero Dawn possui muitos elementos que chamam a atenção e mantém o jogador ligado na aventura por muito tempo, no entanto é fácil ficar babando com o visual do game, provavelmente o melhor da geração até o momento, unindo detalhes de mundo aberto como The Witcher 3 com técnicas utilizadas em Uncharted 4, um jogo com ambientes mais fechados. Sinceramente eu imaginava que só seria possível criar aquele visual de Uncharted 4 em jogos com progressão linear, mas Horizon chegou para provar que não, os estúdios internos da Sony conseguem criar ambientes maravilhosos com gráficos incríveis mesmo em um jogo de mundo aberto e é notável a cooperação entre os estúdios, já que é fácil perceber que muitos elementos de Uncharted, como escaladas, são muito parecidos em Horizon. Não me espantaria também que a experiência da Sucker Punch com Infamous e seu mundo aberto também possam ter sido emprestados para a Guerrilla.

Os inimigos possuem um feixe de luz azul que muda conforme eles entram em alerta ou percebem a presença de Aloy e quando estão bem próximas da personagem, essa luz gera efeitos incríveis na tela. As músicas e efeitos sonoros que acompanham o jogador durante a aventura são ótimos, e a dublagem brasileira também acompanha o mesmo nível de qualidade. Rost, no começo, parece meio forçado, mas aos poucos o ator parece ter entrado no papel e o trabalho de voz vai melhorando.

Apesar disso, alguns detalhes como a reação de algumas partes do cenário com Aloy tiram um pouco da imersão, como matos mais baixos, que passam por dentro dela, árvores menores que não sofrem dano quando tentamos derrubá-las e pequenas montanhas que a gente consegue subir apenas pulando, tirando bastante do senso de realidade. Mas nada disso influência no nível de diversão que esse jogo leva à você e muita coisa deve ser resolvida com patchs futuros.

Um exclusivo de tirar o chapéu

Não há como definir Horizon Zero Dawn sem lembrar da palavra magnífico. A Guerrilla Games se superou e criou uma nova propriedade intelectual que deve ser explorada por muitos anos dentro dos exclusivos dos consoles Playstation, nos trouxe uma personagem que vai ficar marcada na memória de muita gente e uma história que mistura ficção científica com tantos outros gêneros que empolga do começo ao fim. Com muitas coisas para fazer, segredos para desvendar e criaturas maravilhosas, Horizon Zero Dawn é mais do que obrigatório e mais uma grandiosa razão para qualquer jogador que não liga para marcas e não entra em discussões bobocas na internet comprar um PS4.

 

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