Análise – I Hate Running Backwards é repetitivo, mas divertido

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I Hate Running Backwards é uma espécie de Vingadores da Devolver Digital. O estúdio pegou personagens de diversas de suas franquias e os colocou em um scroll shooter clássico. E olha que uso o termo clássico muito vagamente, já que I Hate Running Backwards tem uma diferença fundamental do que víamos nos shooters de antigamente. Neste game os personagens correm de costas e atiram para baixo.

I Hate Running Backwards é simples, e isso é bom

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Primeiramente o charme do game está em sua simplicidade. Não há uma história de virar a cabeça, nem microtransações, nem carisma dos personagens. A alma do jogo é exclusivamente sua simplicidade. Como nos jogos do passado basta ligar o game e jogar. Os comandos são intuitivos e é necessário pouquíssimo tempo para se acostumar com os controles.

A princípio, a premissa é igualmente simplista: sobreviva até o final. O personagem fica constantemente andando pra cima da tela, enquanto os inimigos ficam surgindo da parte baixa. A variedade de oponentes é boa e a munição limitada gera um nível de estratégia. É preciso escolher quando atirar e com qual armamento. Os personagens carregam dois tipo de armas com tipos de rajadas diferentes. Também existem golpes corpo-a-corpo, mas limitados com um tempo de execução. Cada personagem também possui habilidades diferentes: um tem mais vida, enquanto o outro atira mais rápido.

Chefões também estão presentes durante os estágios. Durante certos momentos da corrida eles podem aparecer e tornar sua vida um inferno.

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Infelizmente, o charme do game acaba aí.

Ciclo sem fim

Derrotou vários inimigos e morreu para o chefão? Você tem que começar o estágio inteiro de novo. Como a criação das fases é aleatória, assim como as masmorras de Diablo, nunca será o mesmo lugar com os mesmos inimigos nas mesmas partes. Porém a variedade dele acaba aí. São poucos os momentos em que o jogador vai ver coisas novas depois da terceira tentativa.

Após derrotar um chefão um checkpoint é criado, mas isso não significa muita coisa em termos de mudança. É o mesmo passo-a-passo até o próximo boss. E isso vai se repetindo. Eventualmente, eu queria dar uma pausa, então após uma morte fechei o jogo para voltar mais tarde. Todos os checkpoints haviam sido apagados e era necessário recomeçar tudo do zero. Em momento algum isso é avisado, então fui pego de surpresa. Lá estava eu, de volta ao início do game novamente, precisando passar pelos desafios novamente. E foi aí que os verdadeiros problemas e qualidades do jogo começaram a aparecer.

“De novo”

Quando Morfeu está treinando Neo em Matrix, ele pede para ele tentar e tentar de novo. Isso vai tornando o herói mais preciso, aprendendo com seus erros. Até que no final do longa a icônica frase “Ele está começando a acreditar” marca o ápice das habilidades de Neo… Até ele morrer. Essa analogia descreve perfeitamente a experiência com I Hate Running Backwards.

Aos poucos você vai avançando, vai se vendo evoluir e melhorar a cada partida. Toda vez que o jogador consegue uma pontuação maior, é um incentivo a ir mais longe. O desejo de se superar vai gritando cada vez mais forte. Porém tudo é perdido quando o jogador percebe que terá que fazer tudo no jogo de uma vez.

Explorar tudo que o game oferece demanda tempo. Uma quantidade de horas que alguns não tem para dispor. O sistema de checkpoints é apenas uma ilusão de progresso. Ao mesmo tempo que o título é recompensador, ele também é frustrante.

Mas sem sombra de dúvidas a pior parte é saber que a premissa do game poderia ser adaptada de maneira melhorada em qualquer celular. Sim, ao invés de utilizar um console ou PC para rodar o game, ele teria se dado muito melhor no mercado mobile, bem como em consoles portáteis. Não existe justificativa para como as mecânicas funcionam de maneira tão destoante das plataformas escolhidas. Se fosse jogado para o mercado portátil, I Hate Running Backwards poderia ter sido muito melhor aproveitado.

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