Análise | Onimusha Warlords marca o retorno de uma franquia esquecida, mas muito querida

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Onimusha Warlords marca o retorno da franquia da Capcom, embora seja de uma forma tímida

No final da década de 90 a Capcom viveu momentos inacreditáveis. Utilizando a mesma engine de Resident Evil, a empresa conseguiu criar outros jogos, bem diferentes da franquia de zumbis mais conhecida do mundo dos games. Vimos o nascimento de Dino Crisis, que trouxe os dinossauros para dentro de um jogo de câmeras fixas. Vimos também o nascimento de Dante e Devil May Cry, com um combate frenético. Mas um dos jogos que mais impressionou foi, definitivamente, Onimusha Warlords.

Lançado em 2001, Onimusha Warlords também usava as câmeras fixas, mas nos levava diretamente ao Japão Feudal na pele de Samanosuke Akechi. Baseado no lendário samurai japonês Akechi Hidemitsu, que viveu na era Sengoku, Samanosuke precisa enfrentar Oda Nobunaga e seu exército, evitando que demônios tomassem conta do nosso plano terrestre. Contudo, Samanosuke é também quem dá menção ao nome do game, uma vez que Onimusha significa “Guerreiro Demônio”.

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De 2001 até 2006 Onimusha recebeu quatro jogos. Isso é algo impensável para os dias de hoje, onde geralmente um grande game leva em torno de, no mínimo, três anos para ser desenvolvido. Então, após o lançamento do 4º game, a franquia caiu no esquecimento. Agora, Warlods recebe uma remasterização, dando chances para uma geração inteira conhecer a saga da Capcom. E claro, quem sabe, dar o fôlego necessário para o retorno de Onimusha em um novo game.

A Remasterização

Seguindo a tendência que ganhou muita força desde a geração passada, Onimusha Warlords ganhou sua remasterização. A diferença é bem grande em comparação com a versão original do PS2. Jogamos a versão do PS4 base, onde o visual antigo de formato 4:3, mais quadrado, dá espaço para o 16:9, sem deixar o jogo esticado. Isto já é uma vantagem em comparação aos emuladores.

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Contudo, o visual do game, embora tenha envelhecido bem, mostra vários pequenos problemas, que somados, incomodam. É possível ver falhas nas sombras, ou efeitos estranhos em como elas refletem nos personagens e no cenário. Elementos como cabelo entrando na roupa, passando por dentro de orelhas. Além disso, quando os personagens falam, a boca mexe de uma maneira bem estranha, fora de sincronismo. Tudo isso já existia no jogo original. Mas poderia ter sido melhorado nesta remasterização. Tudo isso incomoda nos primeiros minutos com o game e fará os marinheiros de primeira viagem pensarem que o jogo não é lá essas coisas, só os mais nostálgicos deixarão isso passar. Entretanto, a história e a jogabilidade acabam fisgando o jogador muito rapidamente, fazendo destes problemas meros detalhes dentro da experiência. Mas claro, é preciso que o jogador insista um pouco e não se deixe abalar num primeiro momento.

Jogabilidade melhorada

Um dos grandes pontos positivos de Onimusha é sua jogabilidade. Enquanto antes tínhamos os mesmos controles de Resident Evil, agora temos mais liberdade. A Capcom deu um tapa no sistema de controles, permitindo que joguemos no direcional analógico. Assim, podemos direcionar realmente para onde queremos ir, ao invés de usar o clássico controle de tanque. Tudo é responde muito bem. Mas se você é fã do sistema original de controles, poderá jogar através do direcional digital, exatamente como no jogo de 2001.

O sistema de combate continua incrível. Este é talvez o grande destaque do game e o motivo de jogarmos novamente ou conhecermos Onimusha. Não é à toa que muita gente pede o retorno da franquia, pois poucos jogos possuem este sistema de batalha tão fluido quanto o game da Capcom. NioH se aproximou disso, mas a pegada do jogo é completamente diferente.

Jogadores mais experientes não terão problemas para passar os desafios desta remasterização. Não sei se foi a experiência que os anos de jogatina me trouxeram, mas achei o game fácil. E olha que não tenho boas lembranças da chefe voadora, pouco antes do final do game. Em 2001, jogando no PS2, lembro de ter perdido diversas vezes para aquela monstrenga. Mas passei fácil por todos os desafios do jogo. A maior dificuldade foi lembrar de todos os caminhos e segredos espalhados pelo mapa. Contudo, isso pode ser visto como algo positivo para quem está chegando na franquia agora, tornando a experiência bem agradável, à medida que avançamos pela história.

A velha fórmula da Capcom

Onimusha Warlords usa tudo que fez a Capcom marcar uma época no final da década de 90, início da de 2000. Temos um grande cenário, geralmente uma construção, e temos que ir abrindo caminho. Várias portas fechadas, selos que impedem que avancemos e inimigos à espreita. Até mesmo as ervas de Resident Evil fazem parte do game. Andar por vários locais por muitas vezes é algo bem comum.

O mais interessante é que tudo isso funciona muito bem ainda hoje. Até mesmo abre margem para que a Capcom entenda que está na hora de um novo game da franquia. Bastaria apenas que o estúdio adaptasse as ideias do Remake de Resident Evil 2 e aplicasse aqui. Ou o grande novo passo que Devil May Cry está dando com o 5º jogo. Ou seja, o retorno de Onimusha poderia ser com uma sequência ou um remake / reboot. Ainda assim, a velha fórmula poderia ser utilizada, pois é divertida e viciante. Com um combate bem equilibrado, sem tentar ser um Souls Like, mantendo sua própria cara, Onimusha seria sucesso rapidamente nos dias hoje.

Assim, Onimusha Warlords é uma grande oportunidade para quem nunca jogou a franquia finalmente conhece-la. E claro, é o momento derradeiro dos velhos fãs retomarem um clássico. O preço de lançamento desta remasterização é aceitável (PS4 71,50 e Xbox por 61,50). A Capcom poderia ter ido um pouco mais além e revitalizado um pouco mais o jogo. Mas parece que a empresa está sendo cuidadosa, querendo ver o resultado deste primeiro esforço. Cabe então a nós, fãs, mostrarmos que queremos realmente que a Capcom volte seus olhos para o Japão Feudal. Somente assim veremos um novo, realmente novo Onimusha surgindo no horizonte.


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