Análise: Splinter Cell Blacklist

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Splinter Cell já nasceu com o estigma de necessariamente disputar espaço com uma das séries de maior sucesso no mundo dos games. Nada mais nada menos que Metal Gear Solid, o game que sempre tomou conta do gênero, e que um dia também teve um concorrente de peso, que se perdeu no tempo, chamado Syphon Filter.

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No entanto, Splinter Cell que era exclusivo do primeiro Xbox (mas depois perdeu essa exclusividade), trouxe uma jogabilidade viciante, onde a sombra sempre foi a melhor amiga do agente Samuel Leo Fisher, mais conhecido como Sam Fisher. Logo no primeiro game, Splinter Cell tornou-se um clássico instantâneo e ganhou espaço merecido dentro do gênero, bastante explorado nos jogos, cinema e livros, o qual nem sempre é bem executado – o Stealth.

Com o sucesso, as sequências vieram sempre com muita qualidade como Pandora Tomorrow, Chaos Theory, Double Agent e o excelente Conviction. Em todos estes games, um detalhe sempre ficou óbvio: Sam Fisher não é mais um garoto, e desde o terceiro game que sua idade é colocada como um possível problema. Portanto a dúvida que sempre existiu era: estaria Sam Fisher com uma imagem desgastada para mais um jogo? Não estaria ele e seu público cansados de andar sorrateiramente por entre as sombras derrubando inimigos desatentos?

A resposta é um simples e singelo NÃO para as duas perguntas.

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Sam Fisher arrebenta tudo em sua nova aventura!

Em Splinter Cell Conviction, a série tomou outros rumos, necessários para se manter viva e atualizada, e a jogabilidade que já era o ponto alto da franquia, ficou melhor ainda. Em Blacklist, novo capítulo da saga e sexto game da série principal da franquia, a qual chegou para PS3, Xbox 360, PC e até mesmo Wii U, o gameplay se mantém com um auto nível, e com novos elementos que ajudaram a série a continuar em alto nível. Entretanto falaremos da jogabilidade um pouco mais pra frente.

Nesta nova aventura, Fisher é o líder da Fourth Echelon (criado após os eventos de Conviction, já que Lambert liderava Fisher e o Third Echelon até o quarto game da série), uma subdivisão da NSA que trabalha diretamente para o Presidente dos Estados Unidos e é invisível para qualquer país ou organização, ou seja, algo quase clandestino e totalmente secreto. A tarefa do grupo e de Fisher é muito simples: impedir um grupo de 12 terroristas chamado “Os Engenheiros” que, cansados da dominação mundial que os Estados Unidos impôs ao mundo com soldados espalhados por grande parte do planeta, atacam o país com uma operação chamada Blacklist, que consiste em diversos atentados de tempo em tempo até que os país do Tio Sam ceda às suas exigências. Fisher precisa descobrir quem lidera o grupo de terroristas e acabar com todos eles sem que ninguém perceba e antes que um grande ataque biológico aconteça.

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Desde Splinter Cell Conviction que os fins justificam os meios. Fisher dá na cara dos terroristas pra conseguir as informações que precisa.

Após os acontecimentos em Conviction, Fisher demonstra outro tipo de comportamento, mais patriota e confiante, algo diferente do game anterior, e também de tantos jogos e obras onde personagens mais velhos tendem a sofrer com a pressão da idade. Entretanto, a ligação forte que ele tem com sua filha se mantém, mesmo que de forma diferente. Sam é a imagem da confiança e demonstra que está em sua melhor fase. Em um dado momento, dizem para ele que se um guarda o vir, ele já era, e a resposta é direta: “Você se esqueceu com quem está falando?”

Logo que o jogo começa, além de notar a dublagem em português que, diga-se de passagem, está excelente, também percebemos que mesmo na dublagem em inglês, a voz de Sam Fisher não é a mesma. Michael Ironside que fez um ótimo trabalho desde o primeiro game, foi substituído por uma voz mais jovial, por assim dizer. Mas como a versão brasileira vem dublada, nós não precisamos nos preocupar com isso. Os motivos da saída de Ironside se dão devido a ele não ter gostado do roteiro, e também por ele não ter as características físicas de Sam Fisher, sendo necessário um ator mais jovem para captura de movimento e falas do espião. O resultado tanto na versão americana quanto na dublada em português é excelente, e o único problema é a voz de Briggs, um espião da CIA que está junto com Sam Fisher nesta nova missão. A dublagem de Briggs na versão brasileira é inconstante, pois em alguns momentos fica mais baixa que o normal, como se o ator estivesse falando sem vontade. Não atrapalha a experiência, mas ficou longe de estar ao nível das demais dublagens. No geral, o som do game é bom, com boas músicas em momentos de ação e até mesmo o silêncio colabora para criar o verdadeiro ambiente Stealth.

Thiago Zambrano (esquerda) é quem dá a voz para Sam Fisher na versão brasileira do game.
Thiago Zambrano (esquerda) é quem dá a voz para Sam Fisher (direita) na versão brasileira do game.

Graficamente percebe-se alguns problemas, principalmente em NPCs ou personagens de pouco destaque, que se diferenciam muito dos demais, como o próprio Fisher, Briggs ou Grim. Foram utilizados modelos mais simples em alguns terroristas e tira um pouco da sensação de cuidado e polimento que o game poderia ter.  Além disso, em alguns níveis em que Fisher anda em meio a algumas pessoas em um vilarejo por exemplo, ninguém interage com ele. É possível chegar na frente de um soldado inimigo (nesta parte Sam é um civil), ficar parado na frente dele, dançar o tcham que nada acontece, quase como um teatro. Fora que todos eles parecem paredes, pois Sam não os toca ou empurra, e isso vindo da produtora de Assassin’s Creed é bastante estranho. Mesmo assim, os personagens principais são muito bem modelados, e apesar de Fisher parecer estar fazendo tratamento de botox, os cenários estão muito convincentes e dignos de um game de final de geração.

A jogabilidade está totalmente ligada à diversão. Quem conhece a série pode ter se assustado com alguns vídeos, onde mostravam formas diferentes de se jogar o novo título, e os saudosistas não devem ter gostado da possibilidade de sair atirando em todo mundo, chutando portas e dando tapa na cara. No entanto, mesmo sendo possível realmente sair metendo bala nos terroristas ao melhor estilo Call of Duty, tudo fica tão difícil caso esta seja a sua estratégia, que sempre você vai pensar que poderia ter sido mais fácil se tivesse continuado escondido, e ainda assim não espere por um game fácil, já que as balas sempre são escassas – principalmente se você gosta de começar no difícil, assim como eu. Felizmente a adição de novas possibilidades à jogabilidade trouxeram mais valia ao estilo stealth, e o jogador que seguir este caminho será recompensado com o melhor gameplay da série até aqui. Após cada missão, o jogador recebe pontos por cada tipo de jogabilidade que utiliza.

O visual do jogo é muito caprichado, mesmo que em alguns momentos aconteçam deslizes.
O visual do jogo é muito caprichado, mesmo que em alguns momentos aconteçam deslizes.

E a forma de se jogar o game não se resume ao que estamos acostumados na série. A Ubisoft trouxe muitas influências para o novo Splinter Cell, e o Paladino talvez tenha sido a maior delas. O Paladino é o avião utilizado como base militar pelo Fourth Echelon, e tudo lembra demais a Normandia de Mass Effect. Sam toma as decisões de onde vai, como vai, o que será feito, e tudo mais através de um painel centralizado no avião, e auxiliado por Grim cria suas estratégias. Até os diálogos são parecidos, apesar de não possuírem as decisões do game da Bioware. Não é exatamente igual, mas quem jogou Mass Effect entenderá a ligação. Além disso, o Paladino pode ser evoluído, e cada upgrade reflete na jogabilidade e recursos de campo para Fisher. Melhore a enfermaria e terá mais saúde durante as missões por exemplo.

Todas as decisões são tomadas aqui, no Paladino. O avião é uma referência clara à Normady de Mass Effect.
Todas as decisões são tomadas aqui, no Paladino. O avião é uma referência clara à Normady de Mass Effect.

As fases extras, que são acessadas ao conversar com cada personagem, podem ser jogadas sozinho, com um amigo em tela dividida ou online. Mesmo com a tela dividida a diversão é garantida. A Ubisoft trouxe de volta o modo Spys vs Mercs, que tanto fez sucesso na quarta versão do jogo – Double Agent. Neste modo, quem escolhe ser espião joga em terceira pessoa, e quem escolhe ser terrorista joga em primeira pessoa. A visão em FPS dos terroristas colabora para que os espiões alcancem o alvo pelas costas. Tudo funciona muito bem e novamente apenas adiciona diversão e replay para o título.

Através dos recursos do Paladino e da característica de cada personagem, é possível gerenciar praticamente tudo: missões extras, roupas, gadgets, equipamentos, armas e muito mais. Ao finalmente escolher a fase ou o seu próximo passo, é possível ouvir um áudio que geralmente tem a ver com a missão. Saindo e voltando do painel de escolha das missões este áudio muda, e algumas revelações sobre a história vão surgindo.

Atores e personagens da versão americana. Incrível como o Briggs (inferior à esquerda) está IGUAL!
Atores e personagens da versão americana. Incrível como o Briggs (inferior à esquerda) está IGUAL!

Splinter Cell: Blacklist é uma ótima continuação para a saga de Sam Fisher. Tudo funciona muito bem e unindo todos os elementos encontramos um produto sólido e quase perfeito.  A história que mesmo sendo totalmente clichê é bem executada passando a sensação de imediatismo e do quanto Fisher e seu modo único de executar as missões são importantes para salvar a nação. A evolução do personagem é totalmente notável, dadas a todas as outras aventuras e perigos que ele passou. Fisher é um herói que vive nas sombras, que as usa para fazer o bem e a favor de sua nação, sem ser notado tanto pelos inimigos quanto por quem ele protege, já que ninguém pode saber da existência das forças especiais que um dia ele fez parte, mas hoje ele lidera com maestria.

http://youtu.be/XolefCguqdQ

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