Análise: The Crew – Física, onde você foi parar?

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The Crew foi anunciado como um MMO para a nova geração e PC com foco nas corridas de rua como as antigas séries de Need For Speed (Underground, Most Wanted e demais), onde o maior chamativo seria o gigantesco mapa em que o jogador poderia percorrer os Estados Unidos de Norte a Sul, de Leste a Oeste. A Ubisoft como sempre, nos entregou diversos trailers de babar e cair o queixo e todo mundo que gosta de corridas e interações online ficou com as antenas ligadas para o novo jogo da gigante francesa. Entretanto, até onde podemos dizer que The Crew cumpriu o que prometia ?

Indo direto ao ponto, como um MMO, The Crew falha bastante. Apesar de todas as missões serem possíveis de se cumprir com ou sem cooperação de alguém, a sensação que fica é que o time de desenvolvimento não conseguiu alacançar uma maneira mais direta de incentivar os jogadores a se encontrarem e jogar todo mundo junto como uma equipe pelo mapa, enfrentando desafios possíveis apenas em grupo. Ao iniciar uma missão da campanha, o jogo sempre lhe dá a opção “Solo” e “Cooperativo”. Quando você consegue encontrar algum jogador pra correr com você, ele sairá da campanha dele e irá parar na sua (ou vice versa), exatamente na missão que você está jogando. Se ele já tiver passado essa missão na campanha dele, irá jogar novamente. Ao final da corrida vai cada um pra um lado e pronto, sem quase nada de interação ou incentivo para continuarem juntos nas próximas missões.

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“Vamos pilotar como se não houvesse amanhã” – brisando no volante.

Quando jogado solo, The Crew se parece bastante com Need For Speed Most Wanted ou o antigo NFS Carbon, onde alguns pilotos são rivais do personagem principal. Em The Crew, você controla Alex que é motivado a trabalhar para a polícia após uma terrível fatalidade e uma detetive vê nele a chance de pegar policiais corruptos, ao mesmo tempo que dá a chance dele se vingar. Conforme você vai conquistando território e posições dentro de uma organização criminosa chamada “510” (ou Five Ten)  poderá correr contra alguns chefes que normalmente trazem grande emoção às corridas. Realmente tudo lembra bastante a época de ouro de Need For Speed e The Crew poderia marcar sua própria época, se não fossem alguns problemas irritantes.

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O maior dos problemas é a física inconsistente do jogo. Além do carro sair muito de traseira (em qualquer curva o carro parece a Gretchen de tanto que rebola pra lá e pra cá), as colisões são muito artificiais, isso quando elas acontecem pois quando batemos, a câmera muda pra um estilo Burnout de ser – sim, referências a outras séries de corrida não faltam – e você vê o carro se despedaçando. Ao retornar, o carro está ou inteiro, ou com pouco dano. Ok, há de se entender que acima de tudo, The Crew é um jogo de corrida estilo Arcade e não preza pela veracidade, mas em alguns casos o jogo chega a duvidar da inteligência do jogador. Um destes momentos é quando estamos em alta velocidade e batemos em outro na direção oposta, meio de lado, e o carro dá uma escorregadinha, como se tivesse esbarrado em alguma coisa e continua em alta velocidade. Você muitas vezes fica surpreso pois já esperava que a colisão viesse a acontecer e simplesmente nada acontece. São coisas difíceis de engolir mesmo num jogo sem muitas responsabilidades com a realidade. E olha que ainda não falei dos policiais…

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A polícia feita de rocha!

A polícia de The Crew possui dois pontos que me animaram logo que comecei o jogo. Primeiro: são rápidos e duros na queda. Segundo, agressivos e querem realmente te prender. Estes dois elementos são importantíssimos para um jogo onde devemos correr da polícia, mas erraram a mão quando fizeram os homens da lei. Eles são rápidos DEMAIS, não importa com que carro você esteja, se eles estiverem de bicicleta – o que não é possível dentro do jogo, obviamente – eles vão te alcançar e quando eles te ultrapassam, te fecham e freiam para que você bata neles e não consiga evoluir em sua fuga. Porém, é como se batêssemos em paredes, pois a partir do momento que uma viatura está à sua frente, ela praticamente vira uma rocha totalmente imóvel. Se você bater nela, vai ficar exatamente no mesmo lugar que bateu. São pequenas falhas que poderiam ter sido arrumadas antes do lançamento, pois ao invés de dar diversão, tiram.

Pra completar, os gráficos de The Crew muitas vezes não parecem que foram pensados para a nova geração, principalmente pela quantidade altíssima de serrilhado. Apesar disso, a maioria dos cenários são muito bem desenhados e diversificados, trazendo uma beleza ímpar para o título com locais cheios de lama, neve, asfalto, rurais e tantos outros conforme a região dos Estados Unidos que você estiver guiando.

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Dá pra reclamar de tudo em The Crew, menos dos cenários. Dá uma olhada nessa belezura.

Junto com estes problemas de física e os carros a lá Gretchen, The Crew não é de todo ruim em sua jogabilidade. Se você conseguir ignorar estes fatos, terá um jogo rápido e desafiador, cheio de possibilidades, uma história que se não é empolgante ao menos mantém o interesse do jogador com uma boa dose de diversificação. As missões principais possuem algumas vertentes, podendo ir da corrida simples para uma perseguição cheia de ação. Os cenários vão sempre mudando, trazendo um ar de coisa nova para cada missão e ajuda a criar a vontade de jogar cada vez mais para descobrir mais locais curiosos. Como o mapa é ao estilo Ubisoft e suas torres que quando descobertas habilitam novas missões, existem muitas coisas extras e todas elas são realizadas no mapa de uma maneira bastante integrada com a exploração. Muitas vezes você pode entrar numa side quest e sair dela sem nem mesmo ver uma tela de loading.

É possível fazer tunning nos carros de uma maneira bem abrangente, mas quem não gosta muito de perder tempo com isso possui opções prontas pra instalar e sair jogando. A cada missão completada, seja ela da história ou paralelas, normalmente o jogo dá algumas peças que você instala na mesma hora no carro que está usando, praticamente em tempo real.

The Crew oferece boas variações de tipos de carros, sendo seis no total: Fullstock, Street, Dirt, Perf, Raid e Circuit. Cada carro pode ter todos os tipos de kit instalados e se o jogo precisa e uma categoria diferente para deixar você entrar na corrida, o próprio game avisa que estará mudando para o tipo necessário. Tudo bastante dinâmico.

Um ponto a se destacar é a parte sonora do game, que apesar de não ser perfeita e estar longe disso, possui dublagens excelentes, ótimos efeitos e boas músicas. Apesar de ter rádios separadas para o jogador escolher, cada frequência possui poucas músicas e algumas são passáveis. Porém, a estação inicial do jogo já faz um bom trabalho durante o game todo.

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O mapa gigantesco de The Crew é o maior mérito do game.

O Mapa de The Crew é realmente chamativo, com muitos locais para visitar, muitas missões e uma diversidade para se explorar. A experiência poderia ser épica se a Ubisoft tivesse conseguido realmente fazer a parte online do jogo mais chamativa, incentivando todos os jogadores a criarem suas “Crews” para jogar com os amigos. Tudo isso é deixado de lado para um dos maiores mapas que os videogames já viram, com uma réplica muito interessante dos Estados Unidos. A grande quantidade de missões e os níveis dos carros dão um fator replay imenso para The Crew, mas não são o suficiente para manter o jogador dentro do game por muito tempo.

Se The Crew tivesse uma física um pouco mais sensata e apurada, um modo online mais consistente sem a necessidade da interação do jogador, de uma forma mais natural dentro do gigantesco mapa, estaríamos diante de um jogo inesquecível. Porém, com os pequenos problemas e os acertos do título, The Crew é um bom game de corrida, que abre grandes possibilidades para que a provável sequência dele seja realmente algo marcante e único. Por enquanto este não é caso.


Galeria de imagens: The Crew

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7 respostas

  1. Os gráficos também não achei tão bacana… mas ainda sim dá pra se levar…
    Os carros realmente balançam muito nas horas das curvas e para se estabilizar demora um tempo… principalmente quando a modalidade é dirt, você acaba saindo da pista com muita facilidade…

    Jogar PVP é um saco! Os outros carros ficam passando por dentro do seu e seu carro fica passando por dentro de outros objetos… lamentável! Sem falar dos legs… uma hora o carro rival tá do seu lado… de repente ele fica lá na frente… e tipo.. what?
    Quando você quer jogar uma missão cooperativa ninguém aceita. Uma raridade quando eu jogo.

    Agora em relação aos carros policiais não vi muita dificuldade não…consigo fugir numa boa… e derrotar eles também não encontrei muita dificuldade…

    Agora aquelas missões que você tem que derrotar um carro rival.. que fica lá na frente e você tem… parece que dois minutos acho… puta merda… essas são um verdadeiro chuto no saco.

    Eu nem to jogando mais cooperativo… to focado em terminar a campanha logo para passar pra frente.
    Só preciso decidir qual jogo de corrida vou pegar…

    Ótima análise Ariel. Parabéns!

    1. Valeu Ricardo!

      Qual plataforma você tá? Se for o PS4 vai de DriveClub que melhorou bastante desde o lamentável lançamento. Se for o Xbox One, sem dúvida Forza Horizon 2, que jogo! Em breve quero trazer meu ponto de vista sobre ele também 😉

  2. É uma pena que o jogo tenha tantos pontos negativos, mas não deixa de ser divertido, principalmente pelo vasto mapa!

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