Análise | The King of Fighters XIV reinventa a série usando os seus próprios elementos

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The King of Fighters sempre foi uma franquia muito amada, por muitas razões. Seu sistema de jogo é muito mais complexo que muitos jogos de luta, o elenco de personagens é uma espécie de seleção de todos os jogos da SNK, formando um grandioso e altamente competitivo campeonato. Além de possuir seus próprios talentos, como Kyo Kusanagi e Iori Yagami, protagonistas e rivais na franquia. Mas nem mesmo todos estes elementos e a quantidade absurda de combos que são possíveis de se fazer nos jogos clássicos, foram capazes de manter The King of Fighters vivo. A série entrou em declínio e mesmo KOF XIII, que pra mim é um bom jogo, não conseguiu segurar as pontas.

Porém, com o retorno dos jogos de luta com Street Fighter IV, Mortal Kombat IX e Killer Instinct, só faltava The King of Fighters pra completar a família dos clássicos em 2D, mas para isso a SNK precisaria seguir o que as outras produtoras fizeram, mesmo já tendo em seu currículo diversos fracassos neste campo, que é de transformar seu jogo 2D em algo 3D, mantendo a essência e a jogabilidade.

Sucesso em quase tudo, menos no visual

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Após o anúncio de KOF XIV, os jogadores esperavam por três coisas: gráficos decentes, jogabilidade clássica com novidades e um modo online robusto o suficiente para aguentar a pancadaria. Podemos dizer que o visual, que recebeu altas críticas no momento em que o jogo foi anunciado, ganhou algumas melhorias de lá pra cá, mas nada que se compare com os jogos de luta atualmente no mercado. Infelizmente The King of Fighters não está no mesmo nível visual de Street ou Mortal, porém isso vai influenciar na decisão de compra apenas daqueles jogadores que não conhecem a franquia, o que pode ser um problema pra SNK que espera angariar novos fãs com este capítulo da saga. No entanto, os veteranos sentirão que é apenas um incômodo diante da qualidade que a jogabilidade possui.

Quem realmente é fã de jogos de luta sabe que o que importa são as mecânicas e a jogabilidade, e KOF XIV está ótimo neste quesito. Convidativo pra quem não conhece a franquia, por conta dos Rush Combos, onde basta apertar o quadrado para proferir combos que até mesmo emendam especiais, The King of Fighters XIV também consegue manter a alta qualidade que tínhamos nos jogos mais clássicos, como KOF 97, 98, 99 e por aí vai. A necessidade comercial de dar chances ao jogador mais casual impede que KOF XIV seja tão técnico quanto as versões citadas e que são consideradas as melhores da franquia e vão continuar mantendo este status. KOF XIV não vem pra ser a melhor, mas sim pra dar espaço pra que novas versões do jogo possam ser produzidas no futuro, e quem sabe, possamos ver a SNK levar a série para locais que não conseguimos imaginar ainda.

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Para se ter uma ideia, cancelar um golpe não exige um tempo tão exato como antes, havendo uma janela maior de espaço pra começar um combo, cancelar com algum golpe especial e por fim, concluir com um critical move. Quem não conhece a série não imagina que seja possível fazer tanta coisa, quem sabe que isso existe agora tem mais chances de acertar os combos mais extensos e quem é veterano terá uma facilidade maior pra tentar ir além ou continuar executando seus combos, agora com menos trabalho.

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Sinceramente, essa janela maior de execução resulta no aumento da diversão, o problema do jogo são os Rush Combos, que mesmo quem não precisa deles verá momentos que ao tentar começar um combo com soco fraco, se apertar demais, o Rush Combo entra em ação, atrapalhando a estratégia. The King of Fighters XIV seria convidativo aos novatos mesmo sem essa técnica. O game poderia oferecer uma opção de desligar o Rush Combo e, principalmente, não aceitar o movimento no modo online, mas isso não acontece.

Modos de jogo – História ou Arcade?

The King of Fighters XIV traz bons modos de jogo, contando com um modo Arcade (motivo de muitas críticas para Street Fighter V, por não possuir este modo), que foi renomeado para modo História. O nome é um erro, mas não influencia em nada, além de não termos uma história única contada como em MK9 ou SFV. Aqui ainda temos a opção de discutir qual foi o melhor final, qual terá sido o verdadeiro ou coisa do tipo. Lutamos em 10 estágios, exatamente como acontece em um modo clássico Arcade, porém a história do jogo vai se moldando conforme o trio que você escolheu para levar até o chefe final.

KOF XIV não vem pra ser a melhor, mas sim pra dar espaço pra que novas versões do jogo possam ser produzidas no futuro, e quem sabe, possamos ver a SNK levar a série para locais que não conseguimos imaginar ainda.

Com cenas em CG durante as batalhas, cada equipe tem um final animado sem muitos detalhes, mas com artes bem legais. Tudo é legendado em português – inclusive os menus -, e nos ajuda a entender a salada que é a história o motivo da aparição do vilão do jogo, o porque de Antonov ser o auto proclamado campeão e por aí vai. É empolgante conhecer todos os trios a fim de terminar com cada um deles para depois montar o quebra cabeça da história no modo galeria. Além do História, KOF XIV ainda conta com os seguintes modos de jogo:

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  • Tutorial: Onde podemos aprender a essência do jogo, de uma forma bem superficial. Novamente, os novatos terão aqui algo pra aprender, mas a nata da jogabilidade deverá vir na raça e no aprendizado, exigindo um certo esforço. Os veteranos devem passar por este modo apenas por curiosidade;
  • Versus: O clássico modo PvP ou jogador contra CPU, podendo escolher entre partidas em equipe ou o clássico 1×1;
  • Missão: Dentro do modo missão, temos mais 3 modos, sendo Desafio, Time Attack e Sobrevivência. No Desafio, devemos acertar algumas sequências específicas com cada um dos personagens, muito parecido com o modo treino de Killer Instinct do Xbox One. No Time Attack enfrentamos 10 estágios com tempo limitado e o Sobrevivência é o clássico Survival Mode, que você luta até não ter mais forças.
  • Online: No modo que os jogadores provavelmente vão passar mais tempo, temos opções pra ver lutas ao vivo, a classificação no ranking, arrumar nosso perfil, treinar online com outros jogadores através de uma sala especialmente criada para isso, ver replays de outros jogadores e finalmente escolher se vai jogar uma partida de ranking ou livre. Como durante nossos testes não foi possível testar o modo ranking, vamos atualizar a nossa análise posteriormente com nossa experiência. O modo livre possui algumas características próprias que também vão chamar bastante a atenção e vamos detalhar abaixo.

Lutas em equipe, Duelo e até lutas em grupos

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O modo livre poderia ser apenas o casual, sem mais nenhuma opção, mas a SNK resolveu trazer novidades, bem vindas por sinal. Temos o modo livre em equipe, onde dois jogadores se enfrentam no 3 contra 3, o Duelo que, assim como no modo versus, possibilita escolher apenas um personagem e a novidade que é o versus em Grupo, onde 3 jogadores poderão formar um grupo e enfrentar outro grupo de 3 jogadores.

Cada grupo formará um trio de personagens e cada jogador controlará um deles. Não foi possível testarmos este modo ainda por falta de jogadores e pelos servidores, que serão abertos de forma definitiva somente no dia do lançamento do jogo, mas também voltaremos aqui para adicionar informações a este respeito nos próximos dias.

Um retorno promissor

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The King of Fighters XIV é o retorno que vínhamos pedindo, com algumas ressalvas. A jogabilidade é o grande chamativo e a grande quantidade de modos de jogo vão fazer os jogadores ficarem ocupados por um bom tempo. O nível técnico do game continua alto, apesar da SNK se ver forçada a facilitar um pouco as coisas com Rush Combos para os novatos. O som e as músicas estão ótimas, a trilha cantada da abertura é viciante, criando o clima perfeito para as batalhas.

Se a ideia da SNK era se recolocar no mercado, o objetivo foi alcançado. Os fãs tem em mãos um jogo que não tenta ser um marco, mas sim um reinício. Uma pena que os gráficos não acompanham a qualidade geral do jogo, o que poderia tornar de KOF XIV um jogo ainda mais atraente. Quem sabe em KOF XV?


Gameplay – Jogando com o time Misto!

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5 respostas

  1. Os gráficos são bastante irritantes ainda, mas os modos lidos aqui me deixou bastante empolgado, em especial o História, onde só se tem total ideia da trama, zerando com todos (ou quase todos, não sei) os trios. Gostei muito disto. Agora na minha simples opinião, o modo de sistema Tradicional deveria ser separado do modo Rush Combos, tipo separado em 3: Tradicional; Rush Combos e misto. Mas espero que dê tudo certo pelo bem da franquia.

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