Análise | The Red Strings Club coloca o futuro da humanidade em um copo de bebida

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Mesmo os mais céticos encontram em um copo com gelo e Vodka a resposta para o “ser ou não ser, eis a questão“. Cada um vê o mundo de um jeito diferente, mas numa mesa de bar as coisas são praticamente as mesmas com todo mundo. Falamos demais, sorrimos a toa, fazemos amizades que no outro dia nem saberemos mais quem é. Agora imagine um local onde além de uma bebida espetacular, rolasse uma das maiores conspirações que a humanidade já viu em um mundo caótico e corrompido pelas escolhas humanas?

Seja bem vindo ao The Red Strings Club.

Os valores humanos

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Desenvolvido pelo estúdio Deconstructeam, The Red Strings Club é uma história de ficção científica cyberpunk riquíssima. Donovan é um barman com habilidades diferentes, onde cada copo de bebida traz uma sensação. Ele tem um parceiro, um hacker de mão cheia e adepto às tecnologias. A vida dos dois muda por completo quando do nada, entra no bar uma Araka 184. O Androide é um esforço de uma empresa chamada Supercontinent, que visa criar um projeto um pouco absurdo. Através de implantes tecnológicos, eles pretendem acabar com a tristeza que assola o mundo. Como consequência, os crimes, mortes, estupros e sentimentos como ódio, morreriam também.

O problema é que os planos da grande empresa não parariam por aí e para combater este mal, as habilidades dos dois protagonistas são colocadas a prova. Cada um deles possui suas dores, traumas e razões para não quererem ver o mundo cair de joelhos. Afinal, é algo trágico fazer com que os humanos deixem de sentir a tristeza não é? Ela faz parte do que nos torna humanos, correto? Ou abdicar destes sentimentos negativos seria parte da nossa evolução?

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Um local para jogar conversa fora

E assim The Red Strings Club vai te colocando diante de diversas situações. Suas respostas mudam o rumo da história, que até mesmo mostra uma linha do tempo com suas escolhas. Através de seus drinks, Donovan consegue ver a alma das pessoas e assim, tirar informações úteis para derrubar o sistema. Em seu bar é onde ocorrem as melhores conversas do jogo e não espere realmente por momentos de ação. The Red Strings Club é um game voltado para a narrativa e conversar é parte integrante das mecânicas do jogo. Cada diálogo possui um objetivo: descobrir informações de pessoas que possam ser influentes na cidade.

Além do bate papo intenso, existem três mecânicas de jogo que explicaremos adiante, mas ao menos 70% do jogo é baseado em respostas e uma bela coleção de diálogos profundos que te farão pensar a respeito da sua própria vida. E muito mais que isso, vai te fazer questionar como o mundo do jogo ficou daquela forma, tão horrível e ao mesmo tempo tão belo. The Red Strings Club usa uma técnica gráfica de bit art sensacional com movimentos fluidos em cada personagem. Algo lindo de ver.

Mas não se deixe tomar pela beleza do game, é preciso prestar atenção em tudo. Cada escolha acarreta reais consequências, apenas o começo e o final do game (que são praticamente a mesma coisa, acredite) são intocáveis. De resto, tudo será diferente em cada vez que você jogar e escolher novas opções de diálogos ou até mesmo de sabores de bebidas.

Mexe a Coqueteleira aí meu filho!

Nós temos três formas de jogar The Red Strings Club, além claro dos diálogos. Com Donovan podemos criar diversos drinks com opções diversas de bebidas. Cada uma delas leva um cursor para perto de uma reação e dependendo da pergunta que você quer fazer, as reações são muito importantes para se obter a melhor resposta. O negócio é ler o personagem logo que ele entra no bar e incorporar Donovan de verdade. Ele é um cara frio, calculista que consegue tirar praticamente tudo que imaginar das pessoas. Com Brandeis podemos hackear e pegar informações diversas através da tecnologia ou do telefone. E por incrível que pareça, nunca me diverti tanto jogando um game que me fizesse ficar discando pelo telefone tantas vezes.

A maneira com a qual cada um deles, Donovan e Brandeis conseguem suas informações, refletem diretamente em seu estilo devida. Um é totalmente averso a tecnologia e o outro é muito adepto, ao ponto de possuir um implante em seu corpo.

A outra mecânica é com a Araka, a Androide que tem como objetivo deixar os seres humanos felizes. Ela recebe os pacientes e verifica suas fichas com problemas como “Não consigo lidar com os haters na internet”, “Quero ser mais influente no meu trabalho” e tantos outros. Depois, ela precisa escolher sabiamente algum implante que possa alterar a forma da pessoa pensar, sentir e agir. O problema é que na tentativa de resolver um problema, há grandes chances de se criar outro. E assim a gente vê o quanto a Supercontinent pode ser uma organização maléfica ou mal interpretada. Tudo depende do que você acredita que poderá ser melhor para o mundo.

Seu maior mérito é levantar o questionamento

The Red Strings Club é aquele tipo de jogo que nos faz ficar pensando por muito tempo. O roteiro do game poderia muito bem se transformar em um episódio de Black Mirror que estaria tudo certo. Até onde o uso da tecnologia deve ir para satisfazer os desejos humanos? A tristeza é algo tão…triste assim? Digo, ao ponto de ser abolida de nossas vidas? E o ódio, melancolia, arrependimento, dúvidas, homofobia, preconceito, racismo e tantos sentimentos negativos que os seres humanos insistem em não superar?

Por muitas vezes você vai se ver do outro lado do balcão e nem mesmo as bebidas de Donovan terão as respostas. E assim The Red Strings Club entra para aquele hall de jogos indies especiais. Sim, daqueles que pensam fora da caixa e que entregam uma experiência memorável.


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5 respostas

    1. Eu não fiz todas as possibilidades, ainda preciso jogar mais vezes e escolher novos caminhos. Mas na linha do tempo que aparece no canto superior esquerdo, tudo leva para o fim único. As consequências que aquele final traz para o mundo que deve mudar o universo do jogo, mas a cena final em si é a mesma.

  1. Pelo visto, esse jogo une duas coisas que eu gosto muito: escolhas e uma história para se pensar a respeito. Só achei que o preço ainda tá um pouco alto kkkk

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