Análise | The Swords of Ditto homenageia Zelda e traz um game agradável

Compartilhe

The Swords of Ditto foi lançado no último dia 24 para PlayStation 4 e PC. Com uma pegada mais retrô e bebendo muito de fontes como os clássicos The Legend of Zelda, The Swords of Ditto causa uma ótima impressão. Trazendo uma temática divertida e descompromissada, é fácil se sentir imerso e desfrutar do que o game tem a oferecer.

The Swords of Ditto é sobre aprender com seus erros

- PUBLICIDADE -

Um sábio babuíno e um leão conversavam sobre o passado, até que o babuíno acerta o leão com um golpe na cabeça. O leão reclama com o primata que a pancada havia doído. O macaco responde ao felino que “sim, o passado pode doer, mas você pode fugir dele ou aprender com ele”. Sim, isso é uma cena de O Rei Leão, mas esse não é o ponto que quero discutir. O que importa que The Swords of Ditto pega esse ensinamento e o aplica em sua essência.

A cada 100 anos uma bruxa surge para governar o mundo e cabe à Espada combater a tirana das trevas. A milênios o ciclo se repete e o jogador assume o controle da Espada. Ele é auxiliado pelo espírito um besouro de esterco fêmea, que guia o herói pelas eras. Se a Espada perde, são 100 anos de trevas e escuridão. Se a Espada triunfa, são 100 anos de paz até Mormo, a bruxa, retornar.

Se acostume a morrer, viu?

- PUBLICIDADE -

Se o jogador morre no jogo, a Espada morre com ele e o game pula 100 anos de trevas até o próximo escolhido assumir o manto de herói. A habilidade mágica da Espada de Ditto permite que o novo herói herde toda a experiência e conhecimento do herói anterior. Tudo isso é uma forma muito bonita de “Continue” no jogo, mas que traz uma inovação bacana. A cada vez que é derrotado, o jogador pode ver que na ilha onde o jogo se passa decaiu ainda mais. As forças da luz ficam mais fracas, enquanto as trevas vão reinando supremas.

A Espada, ou o jogador, aprende com seus erros e começa a se aplicar melhor em alguns aspectos. Na primeira jogada podemos perder feio. Mas na segunda era já estaremos preparados, e se falhar mais pra frente, saberemos como lidar com o problema da próxima. É um exercício de apanhar e aprender com o passado, para que os heróis das próximas gerações possam triunfar.

Sempre que morre ou mata a Mormo, o jogador mantém seu nível e alguns dos equipamentos, além do dinheiro que carregava. A cada geração as quests mudam, NPCS não são mais os mesmos. A princípio, todo o processo para derrotar a bruxa deve ser refeito do zero.

Uma corrida contra o tempo

Sempre que se inicia uma nova jornada, existe um limite de tempo para se preparar e enfrentar Mormo. O tempo é de quatro dias. Aparentemente os desenvolvedores do jogo não estavam satisfeitos de apenas o gameplay ser parecido com The Legend of Zelda. Eles tinham que inventar de colocar um tempo limite para fazer tudo como em Majora’s Mask. No final do quarto dia, o jogador deve entrar no castelo de Mormo e enfrentá-la. Isso é independente de ter feito as quests ou não.

No início do primeiro dia, devemos procurar dois itens lendários. Eles nos ajudarão na aventura para destruir dois cristais e enfraquecer Mormo. Tudo isso em quatro dias. O timer do jogo para de descer quando o jogador está em dungeons, na cidade ou ambientes especiais. Se precisar de mais tempo, o herói pode tentar correr atrás de moedas celestiais e oferecer oito delas à deusa Providência, que voltará um dia no tempo.

O relógio descendo dá um sentimento de urgência e força o jogador para se programar. São quatro dias para fazer o grinding para subir níveis ou quando vai atrás dos itens. Até mesmo as sidequests devem ser escolhidas a dedo para não perder tempo.

Em algumas missões e em certos calabouços, o jogador começa a encontrar alguns documentos que mostram que nem sempre o mundo foi assim. Existe uma maneira de quebrar o ciclo e cabe ao herói e o poder da Espada transcender gerações encontrar uma maneira.

Já falei que é parecido com Zelda?

Os desenvolvedores acertaram muito ao tentar pegar um “gênero” de jogo como esse e aplicar alguns conceitos diferentes. O uso de itens para passar de puzzles em dungeons ainda está lá, mas com aleatoriedade como tempero. Os itens lendários servem para passar por desafios nos calabouços dos cristais. Nem sempre serão os mesmo itens ou os mesmos calabouços de cristais. O mundo muda a cada 100 anos e sua estrutura também. A primeira vista, pode parecer apenas mais do mesmo, mas sempre alguma coisa é feita de alguma forma diferente.

Em A Link to the Past alguns itens são necessários para passar determinadas partes. Isso gera uma certa linearidade do que pegar e quando pegar, ou quando entrar em determinadas áreas. Em Swords of Ditto existe isso, mas de forma muito contida. O fato de nem sempre os mesmo itens estarem disponíveis para o jogador o força a improvisar e aprender o uso de diversos equipamentos diferentes. A homenagem aos jogos de Zelda é presente em todo o gameplay, mas Ditto possui diversos talentos únicos que podem sim ser chamados de originais.

Muita repetição pode enjoar

Infelizmente, em algum ponto, o fato de estar repetindo esse ciclo diversas vezes pode deixar até mesmo o mais entusiasta desanimado a continuar. Claro, sempre há a oportunidade de fazer as coisas de maneira diferente para trazer alguma coisa nova, mas mesmo assim a repetição pode ser uma falha grave no jogo. Além disso a pouca variedade de inimigos e chefes torna os desafios iguais e monótonos. São pouquíssimos tipos diferentes de inimigos e a forma de derrotá-los não muda em quase nada. Basta bater com a espada até virar fumaça. Mesmo com o uso dos itens no combate, ele ainda pode ficar cansativo rapidamente, pois não existe variedade estratégica. Mesmo com todos os pontos positivos o desenvolvimento do jogo para longas horas pode ser seriamente prejudicado por essa falha por parte dos desenvolvedores.

P.S.: Dá pra se divertir de dois, viu?

Mesmo com uma falha grave, The Swords of Ditto pode sim ser divertido, basta manter a mente aberta. Para incrementar existe um modo multiplayer local, onde o jogador e um amigo podem desbravar a ilha e enfrentar os desafios juntos e o segundo jogador consegue, finalmente, trazer uma boa diferenciada na dinâmica do game. The Swords of Ditto não é perfeito, mas tem um gosto melhor quando jogado a dois.

Compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

LIVES

TODOS OS DIAS

O melhor conteúdo do mundos dos Games para você! São LIVES diárias com os melhores jogos de luta, Últimos Lançamentos, Notícias, Temporadas da “Guerra das Torres (Mortal Kombat)” e da “Guerra das Ruas (Street Fighter)” com os melhores players do momento e muito mais! É só colar e mandar aquele “Salve”