Análise: TMNT Mutants in Manhattan escorrega no casco das tartarugas

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Uma pena, tinha muito potêncial

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As Tartarugas Ninja possuem uma história de grande sucesso em todas as mídias que passaram. Nascidas nos quadrinhos pelas mentes de Kevin Eastman e Peter Laird, não demorou muito para que Rafael, Donatelo, Michelangelo e Leonardo (todos com nomes baseados em grandes artistas do passado) invadissem a TV e os videogames. No cinema a turma já renasceu com um novo filme que agora vai ganhar uma sequência pelas mãos do diretor explosivo Michael Bay, e depois de tanto sucesso no final da década de 80 e início de 90, já estava demorando pra que as Tartarugas retornassem para o mundo dos games.

Mas bem que poderia ter demorado um pouco mais…

Uma nova casa

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Depois de passar pela Konami e Ubisoft, a franquia Teenage Mutant Ninja Turtles agora pertence à Activision, que além de Call of Duty, possui em seu catálogo diversos jogos e personagens, como o finado Crash. Depois de um anúncio que deixou muita gente animada com Mutants in Manhattan, a notícia de que seria possível jogar em até 4 jogadores ao mesmo tempo fez muito marmanjo suar pelos olhos, tamanha a nostalgia dos tempos de Arcade e 16 bits.

Teenage Mutant Ninja Turtles Mutants in Manhattan é produzido pela Platinum Games, uma produtora muito conhecida por seus jogos de Hack ‘n’ Slash, como Bayonetta. Todas as esperanças dos fãs das tartarugas estavam despejadas neste projeto, mas tudo acabou em pizza.

Um jogo para a nova e velha geração

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A Activision é uma das poucas produtoras que não conseguem largar o osso da velha geração. O novo jogo das Tartarugas é mais um exemplo, sendo lançado para PC, Xbox One, PS4, PS3 e também Xbox 360. Isso claro que não é um problema, principalmente se pensarmos que muita gente ainda não pulou para a nova geração e adoraria receber um game novo em seu velho console. No entanto, é fato que traz limitações técnicas para o jogo, principalmente no visual.

Graficamente falando, Mutants in Manhattan usa o estilo Cel Shading, muito utilizado em games que são baseados em desenhos e o novo game das Tartarugas tem como inspiração a animação que passa no canal Nickelodeon. O visual não é ruim como muita gente pensava, mas comparando com jogos da nova geração, sem dúvida alguma está muito atrás do que poderia ser. Mesmo assim agrada e não atrapalha o jogador em momento algum.

As dublagens, somente em inglês, são excelentes e dão o tom necessário para os personagens, tendo como um dos principais nomes o ator Nolan North, que faz a voz de Nathan Drake em Uncharted (além de Desmond Miles em Assassin’s Creed e o Pinguim em Batman Arkham City). As músicas são grudentas e você vai se pegar assoviando muitas delas e diversos momentos de sua vida.

O Efeito Platinum

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O que não dá pra reclamar em TMNT Mutants in Manhattan é da jogabilidade. Apesar de simples em momentos de exploração, as batalhas são empolgantes, principalmente contra os chefes. Jogando sozinho, você controla uma tartaruga por vez, havendo a possibilidade de alternar entre elas segurando L2/LT + seta digital. Cada uma delas possui golpes especiais que vão carregando durante as lutas, com efeitos que proporcionam uma boa estratégia pro jogador.

Além dos golpes normais (fraco e forte), é possível usar estas habilidades ao apertar L2 e escolher entre os quatro botões principais de cada console, sendo que o quadrado/X possui um golpe mais forte que é possível ser usado em conjunto com outras tartarugas, criando ataques combinados que lembram RPGs japoneses, como Chrono Trigger e Chrono Cross. Estes ataques são os que mais causam danos nos inimigos.

Chefes icônicos e divertidos

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Apesar de ser bem decente, a jogabilidade que a Platinum trouxe para TMNT Mutants in Manhattan não é novidade. Ataque, esquive, aproveite a brecha que o inimigo deixou. A estratégia implantada no meio da batalha é que diferencia o cara que fica apertando o botão do controle de forma maluca, daquele que tenta pensar um pouco e ver as falhas dos inimigos. Principalmente dos chefes, que formam a parte mais divertida do jogo.

O jogador precisa tomar cuidado pra não perder todas as tartarugas, caso contrário é game over. Mas não pense que é uma tarefa difícil, pois mesmo contando com tantos personagens a sua disposição, os golpes dos chefes englobam muitas vezes a tela toda, e é necessário acertar o tempo para esquivar e sair com vida. Quando uma tartaruga morre, volta para o QG para recuperar sua vida comendo pizza (bem apropriado eu diria) e caso você ainda tenha ao menos uma delas viva em combate, as outras vão retornando e lhe ajudando na luta.

Cada um dos chefes são muito conhecidos da galera, como Bebop, Rocksteady, Slash e Armaggon, sem contar o temível vilão Krang. Ao chegar em seus esconderijos, o jogo lembra Megaman por ter um sinal de Warning enorme na tela, porém as referências param por aí, pois o jogo não exige tantas estratégias quanto os jogos do robozinho azul, apenas saiba o momento certo de atacar, não importa com quem ou com o que, apenas ataque.

O que não funciona? Muita coisa…

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Porém, com tudo isso dito acima, é necessário que agora a gente fale do que não funciona, e tem muita coisa que não funciona em TMNT Mutants in Manhattan. Mesmo com uma jogabilidade legal e chefes bacanas, nada parece realmente divertir ao ponto de não lhe dar sono. A mecânica escolhida para compor as fases é muito ruim, deixando o jogador a deriva de um cenário aberto mal utilizado e com poucos inimigos. O problema se agrava ainda mais com missões ruins, mal planejadas e sem sentido, como sobreviver a um ataque inimigo, que quando chega ao zero, simplesmente some com todos eles da tela, ao invés de deixar o jogador cuidar de eliminar cada um. Soa como algo apressado, que não condiz com a situação.

A inteligência artificial de seus companheiros beira o ridículo, e o que dizer dos inimigos, que não trazem desafio algum. Os únicos inimigos que trazem algum problema são os chefes, fora eles, nenhum mais. Os soldados e ninjas comuns são fracos, não se movimentam direito e não fazem nada de ameaçador. Seus companheiros por outro lado, em missões onde você deve andar devagar e surpreender os inimigos com ataques surpresa, saem correndo pra frente deles botando tudo a perder e acredite, as missões terminam como falhadas por causa deles e não de você.

Repetitividade ao limite do extremo

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Tudo isso ainda seria passável se tivéssemos missões mais inteligentes e que não se repetissem tanto. Você vai desarmar bombas, achar esconderijos, matar inimigos repetitivos em locais que já passou, andar no cenário todo para encontrar dois gatos pingados só porque o jogo quer. Depois repita tudo isso umas 18 vezes até achar o chefe da fase. Realmente a estrutura geral dos estágios deixou muito a desejar, e se o game era pensado para as crianças, a própria Activision deve ter se esquecido que elas hoje em dia jogam Call of Duty.

O jogo se passa em cenários interessantes, mas mal aproveitados e que se repetem de uma forma estranha. Estágios como o metrô é pouco usado, enquanto outros como os prédios e os esgotos de Manhattan se repetem fortemente. O problema é que são os mesmos lugares sendo usados para mais de uma fase e você percebe que não é por uma escolha artística, parece mais um reaproveitamento de cenário para ganhar tempo de produção.

Uma pena, tudo poderia ter sido muito melhor

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Dado ao tamanho da empolgação que o público demonstrou com TMNT Mutants in Manhattan, é uma pena ver que o resultado final passou longe do que poderia ter sido. O jogo tem uma história bacana, as Tartarugas estão muito bem representadas e muito da jogatina se faz valer pelas cenas que contam os acontecimentos do jogo. Apesar de ter bons e desafiantes chefes, quando você pega o jeito de um deles, poderá repetir a mesma estratégia para todos, o que novamente é frustrante.

Se pensarmos que muitas crianças vão aderir ao game, o jogo não ser ao menos legendado em português também é uma falha grave para os dias de hoje, deixando de incluir muitos jogadores que não entendem do inglês. No entanto, a maior falha está na repetitividade do game e na inteligência artificial desastrosa, que deixa tudo muito fácil e tira diversão de um jogo que já é curto, mas com tantas fases e missões parecidas parecia demorar a acabar. TMNT Mutants in Manhattan é indicado apenas para os grandes fãs das Tartarugas sedentos por um novo game, caso contrário é melhor esperar alguma promoção e pegar o jogo num preço bacana pra não se arrepender.

Uma pena, de verdade.

Trailer

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