Análise | Yakuza Kiwami dá nova cara ao clássico da SEGA

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Quando a SEGA lançou Shenmue e Shenmue 2 para o Dreamcast e anos depois deixou o mercado de consoles, acabamos assistindo o esquecimento de uma ótima franquia, que tinha iniciado um formato de jogabilidade diferente e empolgante misturando lutas ao melhor estilo dos fighting games com um universo semelhante a um RPG. No PS2, já como um estúdio de desenvolvimento, a SEGA criou uma nova franquia que fazia muito uso de mecânicas que vimos em Shenmue e o sucesso foi incrível. Yakuza se tornou uma das franquias que a SEGA mais se dedicou, já contando com 7 jogos da linha principal se lembrarmos que saiu Yakuza 0 há pouco tempo atrás, além de spinoffs e jogos para portáteis.

Procurando sempre explorar o rico universo de Yakuza, a SEGA vem modernizando sua franquia com novas engines, novas formas de combate e gráficos aprimorados. Em Yakuza 0 pudemos ver que ainda há muito espaço para criação e diversão com a franquia Yakuza e como a história deste último game se passava antes do primeiro, lançado para PS2 em 2005, seria uma boa revisitar este grande clássico de refazer tudo do 0, mostrando como um dos melhores personagens dos games nasceu, correto?

CORRETO!

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Sim, a SEGA partiu para o caminho de criar um remake de Yakuza do PS2 e assim nasceu Yakuza Kiwami, uma releitura completa do game original, com mais detalhes em tudo que podemos imaginar, além de adições na história para que tudo possa ficar mais coeso e ter uma ligação mais natural com Yakuza 0. A parte gráfica é praticamente idêntica ao que vimos em Yakuza 0, com uma cidade de Kamurocho bem mais detalhada que no game de 2005 e muito mais viva.

Yakuza Kiwami reconta a história de Kazuma Kiryu, um ex-Yakuza que acaba de sair da prisão após ficar 10 anos encarcerado e mesmo que ele tente ficar longe de confusão, o destino sempre arruma um jeito de colocar uma grande missão no colo de Kiryu. Além disso, um de seus grandes parceiros acaba virando seu maior inimigo, enquanto uma pessoa muito querida para ele desaparece. Em busca de encontrar uma maneira de fazer tudo voltar ao normal, Kiryu precisa cuidar de uma pequena garota, que apesar de totalmente inocente, carrega consigo um grande segredo. E assim a história de Yakuza vai deixando o jogador cada vez mais preso ao game conforme vamos avançando por cada um dos 13 capítulos.

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Adições muito bem vindas

Apesar de ter um upgrade gráfico bem chamativo, um dos pontos cruciais para que um game da franquia Yakuza seja legal está na qualidade de seu combate e estamos falando aqui da primeira versão do jogo, que ao longo de tantos anos, acabou ficando bem datado e o sistema de combates da franquia evoluiu bastante. Vemos que essa evolução também é adicionada em Kiwami. Antes tínhamos um sistema de combate que ia evoluindo conforme ganhávamos pontos de experiência, similarmente a um RPG, e agora temos as três formas de lutar que Kiryu tinha em Yakuza 0 e também a que ele possuía no Yakuza de 2005. As três primeiras formas de lutar são evoluídas com pontos de experiência, enquanto que a Dragão, a mais antiga forma de luta de Kiryu, só evolui com uma das surpresas de Yakuza Kiwami.

Estamos falando dos encontros com Goro Majima. O personagem é muito querido e possui uma ligação bem complexa com Kiryu e em Yakuza Kiwami ele tem um só objetivo: Fazer Kiryu voltar a ser o grande lutador que era no passado e para isso, ele está disposto absolutamente a tudo para encontrar o protagonista do game em qualquer parte da cidade e iniciar um combate. Majima pode estar andando pela cidade, escondido atrás de uma esquina, dentro de uma lata de lixo, de um carro e até mesmo em uma infestação zumbi. Sério, esta é uma das coisas mais bem vindas em Kiwami, pois adiciona um encontro totalmente aleatório no mapa do jogo, diferente dos demais combates que você pode evitar saindo correndo dos malfeitores. Além disso é possível evoluir o estilo de luta Dragão através de aulas com um antigo mestre de Majima, que em Yakuza 0 já dizia que apesar do “sangue nos olhos” que Majima tinha, ele não era o lutador que ele procurava.

A melhor maneira de reintroduzir a franquia no Ocidente

Yakuza é uma franquia bem especial, que conseguiu suprir a falta de Shenmue, que sabe-se lá por qual motivo a SEGA não quis continuar. No entanto, por muitos anos a franquia não foi adaptada com interesse real da SEGA aqui no ocidente e nos últimos anos a empresa parece ter visto que há mercado para os japoneses briguentos aqui para estas bandas. Com o lançamento de Yakuza 0 no começo deste ano para PS4 e a chegada de Kiwami forma uma dupla de jogos imperdíveis e lotados de conteúdo. Quem nunca jogou um game da franquia tem ainda a vantagem de poder começar por qualquer um destes jogos, apesar que se a ideia for acompanhar a história, seria bem interessante começar por Yakuza 0.

O mais legal de Kiwami é que ele acaba sendo um jogo mais convidativo, por ser um pouco menor, ter menos possibilidades que Yakuza 0 e os demais games da saga, mas não deixa de ter uma qualidade gigantesca. Apesar de Yakuza de 2005 ter ficado bem datado, as novidades adicionadas em Kiwami não somente são ótimas para quem já jogou o game em 2005, como também são mais modernas para os jogadores mais novos e habituados à jogabilidade dos jogos de hoje em dia, no geral. Podemos considerar Yakuza Kiwami um grande RPG com tanta coisa para fazer que pode levar de 30 à 60 horas para ser concluído, tudo depende da sua vontade de fazer as missões paralelas. A história é fantástica, totalmente empolgante e traz tantos momentos tensos que é difícil não jogar até o final. Isso sem contar a batalha final, memorável para quem já jogou Yakuza de 2005 e com certeza marcará a vida gamer de quem jogar agora.

Porrada pra todo lado e histórias malucas

Apesar de a história de Yakuza (no geral, não só Kiwami) ser bem original e divertida, passando por momentos engraçados e outros bem dramáticos, o combate é onde o jogo realmente brilha. Qualquer coisa é motivo de treta e Kiryu luta com qualquer um que cruzar seu caminho e muitos lutam com Kiryu somente por ele aparecer na frente deles. Lutar é a diversão de todos em Kamurocho e isso é o melhor a se fazer por lá. Em um local cheio de Yakuzas perigosos e tretas entre famílias, nada pode ser conquistado com conversa.

Ainda assim, Yakuza Kiwami tem muitos diálogos, muita história pra contar e grandiosas figuras. Em todo lugar que a gente passa, há alguém precisando de algo, se defender de alguém, pedindo bebida, tentando pregar uma peça ou aplicar um golpe em pessoas desavisadas. Apesar da quantidade insana de conteúdo na história do jogo, uma boa parcela de diversão mora nas missões extras de Yakuza Kiwami. Todas elas servem como uma espécie de filler da história principal, sendo muito mais cômicas, deixando todo o drama para as missões da história.

Uma franquia que deveria ser melhor apreciada

Yakuza não chegou onde chegou por acaso onde chegou e não possui uma grande quantidade de fãs por nada. A SEGA sabe disso, parece estar tentando correr atrás do prejuízo por ter demorado tanto para localizar os jogos da franquia para o ocidente. No mesmo ano nos brinda com dois games excelentes. Yakuza Kiwami não consegue ser tão completo e complexo quanto Yakuza 0, mas sua história é tão boa e casa tão bem com o que vimos no 0 que é quase uma sequência de uma nova fase na franquia Yakuza.

Quem já jogou o game original tem agora uma grandiosa oportunidade de experimentar uma aventura mais complexa, que ainda possui algum momentos engessados por conta do próprio roteiro, que na época tinha em mente as limitações do PS2 e não o poder todo do PS4, mas consegue modernizar a obra original de uma maneira tão boa que é quase perfeito. Não há como não se divertir com as histórias malucas, combate insano e novidades como os encontros com Majima. Para os amantes da franquia é um prato cheio e para os novatos uma ótima oportunidade de entender e jogar essa deliciosa franquia.


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