Assassin’s Creed Mirage não passa apenas de uma MIRAGEM de um retorno da franquia ao passado – Análise | Review

Assassin's Creed Mirage

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Nos últimos anos, a franquia Assassin’s Creed passou por uma transformação significativa, adotando uma abordagem mais voltada para a experiência de RPG em um mundo aberto. No entanto, a Ubisoft decidiu voltar às raízes da série com o lançamento de Assassin’s Creed Mirage.

Este novo título foi concebido com a intenção de trazer de volta as origens da franquia para os tempos atuais. Lançado hoje (04) no mercado para PS5, PS4, Xbox Series, Xbox One e PC, a questão que se coloca é se de fato retornamos às origens da franquia Assassin’s Creed.

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Convido você a embarcar em uma jornada em Bagdá e conhecer a história de Basim para descobrir se ela está à altura do legado deixado por personagens icônicos como Altair e Ezio Auditore.

De ladrão a membro dos Ocultos

Basim é um personagem bem conhecido pelos fãs da franquia Assassin’s Creed, tendo desempenhado um papel significativo em Valhalla (2020). Agora, em Mirage, somos levados a Bagdá do século IX, durante a Era do Ouro Islâmica, para acompanhar a jornada de Basim Ibn Ishaq, que passa de ladrão de rua a um membro integrante da Irmandade dos Assassinos. A Irmandade luta pela paz e liberdade, em oposição à Ordem dos Templários, que busca a paz através do controle.

No entanto, Assassin’s Creed Mirage parece não aproveitar completamente o potencial dos Ocultos, que era uma parte importante dos jogos clássicos da franquia. O jogo parece abordar esse aspecto de forma superficial, deixando de lado o jogo estratégico de xadrez entre os Ocultos e os Templários, que era uma característica marcante dos títulos anteriores.

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Vale ressaltar que os jogos clássicos da série eram conhecidos por suas narrativas profundas, temas políticos e filosóficos, e tramas repletas de reviravoltas. No entanto, Mirage parece não seguir esse caminho. Em vez disso, parece ser mais uma espécie de DLC focada no personagem que apareceu em Valhalla, sem aprofundar os elementos que tornaram a série tão cativante.

O design das missões em Mirage é familiar aos jogos mais recentes da franquia, com muitos NPCs, mas nenhum deles parece ter um papel relevante na trama. Isso criou a sensação de que a Ubisoft tentou abandonar a abordagem atual da franquia, mas, ao mesmo tempo, manteve muitos dos elementos que já conhecemos.

Isso também se reflete em outros aspectos do jogo.

Origem? Mas que origem?

Assassin's Creed Mirage

Um dos grandes marketings de Mirage é seu retorno ao passado da franquia, certo? Bem, o título até tenta simular os trejeitos da “era de ouro” com parkour pelos telhados, a movimentação e uso de itens furtivos. No entanto, isso está longe, mas muito longe de se equiparar ao que os games originais são. O grande problema de Mirage foi se enganar em se autointitular como um game que volta às origens da série.

Embora Mirage tente ser nostálgico com o combate furtivo e certos artifícios dos games clássicos, ainda há elementos que herdam aspectos vistos nos últimos três títulos da franquia desde Origins, lançado em 2017. Os ícones na tela, a tela de personagem, o uso da águia para se ter uma vista de cima do mapa, entre outros aspectos.

Particularmente, é pouco e nada convincente apenas trazer um combate dos clássicos e rotular isso como “um retorno às raízes”. É barato demais se vender a essa ideia apenas a isso, sendo que os demais aspectos são deixados de lado, como o Animus e sua abordagem profunda entre os Assassinos e os Templários. Nada desta mitologia é abordada em Mirage. Portanto, Assassin’s Creed Mirage falha em vender algo e não entregar, de fato.

O fato de Assassin’s Creed Mirage optar por um mapa de menor escala e limitado, bem como por um combate mais próximo que não envolve o uso de escudos e batalhas épicas com muitos inimigos na tela, parece ser uma tentativa de se afastar da abordagem atual da franquia. No entanto, isso por si só não é suficiente para torná-lo digno dos títulos clássicos de Assassin’s Creed.

Assassin’s Creed Mirage terá duração entre 20 a 30 horas

Partindo para o combate, Basim faz jus de todos os aparatos que tornam sua furtividade algo persistente durante o jogo, incluindo o uso de adagas, bombas de fumaça e dardos tranquilizantes. Confesso que estava com saudades desta abordagem mais furtiva, onde é preciso eliminar de um por um todos os inimigos.

Caso a abordagem furtiva não funcione, Mirage oferece um combate com o uso do “parry” bastante satisfatório e, às vezes, desafiador quando o número de inimigos aumenta na tela. Mas se há algo que eu possa destacar é a presença de contratos e dos enigmas que oferecem um senso desafiador para a experiência dentro do game. Enquanto os contratos trazem uma abordagem criativa para o combate, os enigmas instigam sua exploração pelo mapa do game em busca de tesouros e até missões secundárias.

Já passou da hora da Ubisoft melhorar a IA e as expressões faciais em Assassin’s Creed

assassin's creed mirage

Se tem um aspecto que vem me incomodando nos últimos anos dentro da franquia é o trabalho desleixado da Ubisoft no que tange a IA e o nível de detalhe das expressões faciais. Em Mirage, este aspecto persiste e é um dos pontos que mais quebram a imersão do jogador e descredibiliza totalmente o realismo que o game quer passar.

Com a IA de Mirage, não precisa se esforçar muito para ser um exímio assassino. Acontece que, muitas vezes, a IA medíocre torna os inimigos cegos e surdos durante sua abordagem no combate, o que chega a incomodar o quão ineficaz é essa inteligência artificial em momentos que adotamos uma abordagem furtiva. É constrangedor ser furtivo no game.

Já as expressões faciais funcionam apenas nas cinemáticas que usam o gráfico do game. No entanto, in-game, os diálogos entregam uma apresentação tão superficial que, nos dias de hoje, é inadmissível um estúdio do porte da Ubisoft deixar passar expressões faciais tão rasas e nada convincentes para a imersão do jogador com os personagens.

Para estender ainda mais minha decepção, as animações dos assassinatos vez ou outra são nada críveis, como golpes na perna que são fatais, mas não atingem o inimigo de maneira convincente. Todos estes fatores somados mostram que hoje a Ubisoft é um estúdio tecnicamente ultrapassado e Mirage serviu de comprovação.

Artisticamente surpreendente

Assassin's Creed Mirage gameplay

O  visual de Mirage é o que há de mais satisfatório para se prestigiar. Bagdá é simplesmente incrível em todos seus aspectos geográficos e geopolíticos. Vivenciar o dia a dia deste povo com suas atividades, suas rotinas foi algo que a Ubisoft soube captar de forma magistral. E devo dizer que é algo que remete aos games clássicos da série.

Além de dar destaque para as vestimentas e o idioma nativo em algumas ocasiões, o aspecto gráfico está de parabéns. Minha análise aconteceu na versão de PS5 do game, onde optei fazer jus do modo que prioriza a taxa de quadros. O resultado foi uma experiência com taxa de quadros a 60 FPS constantes e com um nível de detalhamento e movimentação incríveis. Nisso, não há como negar a excelente apresentação visual do título com sua atenção aos detalhes nas texturas,e tudo que engloba os biomas de Bagdá.

Uma ressalva para a trilha sonora, que não deixa de ser um aspecto artístico. Neste ponto, a Ubisoft continua sublime com uma trilha que dá vida a cultura e as origens de Bagdá. Outro aspecto relevante é a instrumentalização desta partitura sonora que nos deixa imersivos ao ambiente do game.

Mas afinal, Assassin’s Creed Mirage é tudo isso mesmo?

Na verdade, Assassin’s Creed Mirage era pra ter sido uma DLC de Valhalla. No entanto, o projeto acabou ganhando forma de jogo completo e que vendeu a ideia de dar aos jogadores um frescor dos “games clássicos”.

Ademais, o que temos aqui é um experimento da Ubisoft em uma nova vertente para a franquia no futuro. E isso dependerá muito da recepção do título pelos jogadores. Seria interessante ver duas abordagens para a franquia.

Em suma, Mirage se engana ao pensar ser um título que honra seus antecessores da era do Altair e Ezio Auditore. Assim, embora querendo replicar esta sensação nostálgica com um mapa limitado e com grande ênfase no combate furtivo, Assassin’s Creed Mirage não passa apenas de uma MIRAGEM de um retorno da franquia ao passado.

NOTA: 7.0

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