Black Mirror Episódio 2 – 4ª Temporada: O lado bizarro do Controle Parental

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ATENÇÃO: Esta crítica pode conter alguns spoilers sobre o episódio Arkangel

Sabe aquele recurso que você ativa para censurar conteúdos que você acredita ser impróprio para o seu filho? Sim, o controle parental! Presentes em milhares de eletrônicos, serviços e softwares como TVs, smartphones, blu-ray players, computadores, vídeo games entre muitos outros. Arkangel mostra o lado obscuro desta funcionalidade, ao “jeitinho Black Mirror”.

Confira a crítica completa abaixo:

Funcionalidade simples e obscura!

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Arkangel

Não é difícil imaginar a existência deste recurso em um futuro. Afinal, temos muitos pais que querem proteger seus filhos de ver as partes chocantes e desumanas do mundo. E se a possibilidade de bloquear esse tipo de conteúdo virtualmente já é possível, porque não na vida real? Claro, desde que ela não possua os mesmos efeitos colaterais que o episódio demonstra de forma intensa e obscura. O que chega a ser impossível praticamente, imagine seus pais te proibindo de ver determinados conteúdos na sua vida? Isso levaria aos governos criar novas leis em torno da inovação tecnológica.

Em Arkangel, vemos a rotina de uma garota cujo a mãe é super protetora. Ela implanta um chip chamado Arkangel na mente de sua filha para rastreá-la. Como bônus, é possível saber o que o usuário está vendo, além de censurar violência na visão do usuário por meio do controle parental, tudo na ponta dos seus dedos! Um simples toque em uma espécie de tablet, você é capaz de monitorar seu filho, como se fosse uma babá eletrônica. Acompanhamos sua vida de criança até sua fase de vida pré-adolescência. Parece simples, mas é perturbador como a jovem reage e convive com sua mãe lhe monitorando e censurando tudo que acredita ser impróprio, um dos pontos principais e mais interessante do episódio!

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Efeito colateral e informações equivocadas no episódio

Arkangel

 

O artigo continua abaixo

 

O processo de desenvolvimento da garota é o foco da série. Vemos as mudanças de personalidade que Arkangel pode desenvolver no usuário. Curiosidade e falta de senso de perigo é uma das características mais perigosas que o chip desenvolve. Leva o usuário a automutilação e até a falta de senso do que é certo e errado, o que faz mal ou bem, entre outras coisas. A paranoia desenvolvida pela garota devido a sua constante vigia (sua mãe) é claramente demonstrada em uma das cenas mais pesadas e violentas do episódio no fim. Um momento onde eu percebi que aquilo realmente era “muito Black Mirror”.

Arkangel em determinado momento mostra uma polêmica cena em que a mãe descobre que sua filha está grávida, e então, resolve colocar as espreitas uma pílula do dia seguinte, que acaba ocasionando um aborto. O grande problema está na informação equivocada, já que a pílula não ocasiona abortos em mulheres grávidas. Um problema se jovens utilizarem a informação transmitida no episódio como fato.

 


O segundo episódio de Arkangel nos leva a ver um lado sombrio sobre o “controle parental”, o que foi uma boa sacada, fazendo que o público que utiliza a tal funcionalidade se chocar com essa realidade fictícia de Black Mirror. Lembra até mesmo o episódio “White Christmas” da segunda temporada, em que vemos uma história que gira em torno da função “bloquear” das redes sociais, porém na vida real. No entanto, se o episódio possuía algum objetivo de transmitir uma mensagem ou “moral da história”, ela fracassou. Pois fica confuso saber se o episódio quer dizer que proteger seus filhos de conteúdo impróprio é perigoso ou não. Muitas coisas neste episódio se misturam a nossa realidade e determinadas informações se tornam equivocadas demais. Mas não deixa de ser uma experiência “OK” se levado em consideração as bizarrices e tensões de Black Mirror.

Você pode conferir nossa crítica completa do primeiro episódio da 4º temporada de Black Mirror, clicando aqui.

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3 respostas

  1. Boa crítica!

    A temática do episódio é extremamente atual e a narrativas, apesar de não ser mutio complexa, é executada com maestria!

    Dá pra relacionar os temas tratados em Arkangel com os conceitos filosóficos de vigilância e punição, do Foucault. Acho que isso dá uma camada de complexidade a mais ao episódio.

    Esse post fala mais sobre isso: http://farofageek.com.br/series/arkangel-vigilancia-panoptico-e-a-chave-para-boa-educacao/?utm_source=comentarios&utm_medium=sites&utm_campaign=comboinfinito

    1. Obrigado!
      Sem dúvidas, Arkangel consegue pegar um recurso tão inofensivo nos dias de hoje (apesar de poucos usarem) e mostrar um lado sombrio e surreal, típico de Black Mirror. E com isso é possível tirar muitas reflexões do que vemos, até por conta dessa proximidade a realidade do episódio que temos na vida real.

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