Capcom fala sobre seus 30 anos de vida

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No mês de junho deste ano, a Capcom completou 30 anos de vida, alcançando a Eletronic Arts e a Activision em termo de longevidade no mundo dos negócios dos games. A empresa é muito conhecida por todos, por questão de diversos títulos e séries únicas, que moldaram muitos estilos de jogos desde que foram criados, como Street Fighter, Mega Man e Resident Evil, apenas para citar alguns. O fato é que até mesmo Katsuhiko Ichii, diretor da a divisão de publicações da companhia, se diz um pouco espantado com isso.

“Eu não consigo pensar em nenhuma indústria que em 30 anos tenha obtido tanto sucesso, alcançado tantas realizações e esteja em constante mudança como a indústria dos games. É algo bastante dramático. A expressão visual é algo que está num level totalmente diferente, e o campo de atuação que os games chegaram e são oferecidos expandiu muito desde então. A 30 anos atrás, tenho certeza que ninguém nunca imaginaria que jogos rodariam em aparelhos como os smartphones por exemplo. Na época nem o Windows e o PC existiam. O fato é que os games e os aparelhos evoluíram e agora proporcionam a diversão dos games em qualquer lugar que você esteja, dando mais opções para os jogadores, eu acho.”Katsuhiko Ichii, Diretor da Capcom falando à revista Edge.

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Street Fighter sobrevive junto com sua criadora até hoje
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Um dos segredos da longevidade da Capcom, sobrevivendo num mercado tão acirrado por tanto tempo, se dá pela habilidade fantástica da empresa em criar hits como Mega Man em 1987, Street Fighter 2 em 1991, Resident Evil em 1996 e Dead Rising em 2006, que tornaram-se grandes franquias e grandes marcas, redefinindo muitos gêneros, como já falamos acima, e trazendo muitas possibilidades de negócios até mesmo para outras desenvolvedoras. “Eu acho que isso parte do sentimento que temos de continuarmos desafiando a nós mesmos. Nós nunca partimos para defensiva. Olhando para o passado, sempre que um novo hardware foi lançado, nós sempre procuramos criar algo especificamente para aquele hardware, e isso sempre nos trouxe novos frutos. Claro que nunca saberemos qual console será o mais vendido num início de geração, mas nós sentimos o desafio ressurgindo em nossas mentes, no sentido de ‘se utilizarmos esta nova tecnologia deste console, nós poderemos criar algo realmente divertido com isso’, por exemplo. Nós sempre tivemos este espírito, e acho que é por isso que nós mantemos tantos fãs nos ajudando e nos acompanhando até hoje,” disse Ichii.

Neste momento, a Capcom se vê em meio a muitas concorrentes, principalmente no mercado ocidental. “Na E3 do ano passado (2012),” ele lembra, “nós percebemos o quanto os títulos ocidentais evoluíram em qualidade numa quantidade muito surpreendente. Honestamente, ficamos até mesmo em pânico com isso, chegando ao ponto de marcarmos uma reunião de emergência com toda a equipe durante a E3, onde chegamos a conclusão que se as coisas continuassem daquela forma, nós ficaríamos comendo poeira. A questão era parte de hardware e parte de nossas próprias ideias e a parte no que diz respeito a singularidade de nossos títulos. Eu vejo que as ideias por trás de nossos games sempre foram um diferencial para nós, mas nós precisávamos polir mais ainda nossas ideias e nossos jogos. Então, no período que nós chamamos de pós E3, fizemos diversas pesquisas em gráficos e para a programação da E3 deste ano de 2013.”

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Mega man é uma das franquias deixadas de lado pela Capcom

 O resultado pôde ser visto na E3 deste ano com Dead Rising 3 sendo exclusivo para Xbox One e utilizando muitas das particularidades do console e com a apresentação do PS4 em fevereiro deste ano, com o RPG exclusivo para o console chamado Deep Down. “Existe algo que sempre renasce em nossa equipe e nossos colaboradores quando ouvem falar em um novo hardware,” continuou Ichii, “é algo como ‘nós precisamos fazer isso’, como se um switch fosse ativado, e isso tenho certeza que faz parte do DNA e da tradição da Capcom historicamente falando. Eu não preciso ficar direcionando meu pessoal, é algo como as pessoas me dizendo o que eles desejam fazer. Deep Down tem um pouco disso, com muitas ideias surgindo enquanto nós pesquisamos e entendemos o PS4. Estaremos disponibilizando novas informações sobre este projeto no futuro, mas acho que será um título muito singular.”

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Como a Capcom poderá competir com o ocidente no futuro? Na cabeça de Ichii, tudo se resume a um conceito: singularidade. “O que eu concluo dos últimos anos, jogando tantos games que fizeram muito sucesso no ocidente, é que não se trata apenas de tecnologia,” explica ele. “Nenhum dos jogos são completos em questão visual, gráfico, jogabildiade, história, e tudo mais. É que eles realmente são excelentes em certas partes da experiência. Por exemplo, a definição de um mundo pode ser bastante emocionante, ou um gameplay singular, único. Eles competem entre si nestes campos, naquilo que toca o jogador, naquilo que determinado game é único ou bom o suficiente para competir com os demais. É importante frisar o quanto essa singularidade é importante para uma marca, e a torna algo bom comercialmente falando. Sinto que veremos muitos avanços na tecnologia e nas diferentes formas de se jogar no futuro, mas eu sinto também que essa singularidade é o que realmente precisamos para nos manter seguros no futuro, como empresa.”

Dead Rising 3 e seu tipo único de...se vestir.
Dead Rising 3 e seu tipo único de…se vestir.

Com os lançamentos previstos para 2013 e com a chegada de uma sequência no caso de Ace Attorney, que chegou ao seu quinto jogo, singularidade talvez não faça parte dos planos da Capcom para este ano. Mas Ichii continua vendo a Capcom com muita força, mais ainda do que ela já conquistou no passado. “Isto é algo que eu digo muito em nosso escritório, eu não acho que todos os nossos títulos precisam vender bem em todos os lugares do mundo,” ele diz. “Cada região tem seu próprio gosto em termos de conteúdo, e existem games que se encaixam com cada região do mundo. Desde que saibamos qual delas mirar com nossos produtos, está ótimo para mim. Nós precisamos nos questionar sobre o que faz cada título ser único, promover essa singularidade, e fazer o produto se destacar. Talvez isso seja o segredo de produzir games verdadeiramente do estilo Capcom de ser,” concluiu Ichii.

É muito gratificante ver uma empresa que acompanho a tantos anos ser dirigida de uma maneira tão legal, cheia de ideias e pensando no futuro da maneira que nós queremos, ou a maioria de nós, para um mercado de games mais surpreendente a cada ano. A Capcom tem muito calibre pra competir com empresas de todo o mundo, pois possui games no estilo japonês e no estilo americano, e a maioria de seus títulos alcançam um sucesso invejável.

Torço para que a empresa complete mais e mais anos de vida, e nos traga novas franquias e novas ideias, no estilo Capcom de ser. Concorda? Comente!

Fique com o trailer de Deep Down, exclusivo para PS4, confirmado como um jogo online, mas sem muitos detalhes até o momento. O interessante é que a empresa jura de pé junto que o que você verá é ingame, e não CG. Confira.

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4 respostas

    1. Eu tb… estou jogando Powered Up do PSP, matando a saudade de uma forma mais “nova”. Não tinha jogado ainda. Tá valendo a pena, pois mantém o desafio do primeiro jogo!

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