Combo Entrevista: Sandro Di Segni Diretor de VFX que trabalhou em Homem de Aço

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Olá meus caros Combonautas. Estivemos em um evento de uma renomada empresa chamada Wacom, cujos produtos são Tablets para desenho e desenvolvimento de peças para arte em geral, no dia 12 de novembro.

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O intuito do evento era demonstrar o novo produto que a empresa está lançando para o mercado, e para isso convidaram dois grandes nomes do âmbito artístico de grandeza mundial, os quais utilizam a ferramenta (Dã!) e um deles foi nada mais nada menos que Sandro Di Segni, Diretor de Efeitos especiais que trabalhou em grandes produções, mas já chegamos lá.

Pois então, após o evento pudemos ter o prazer de entrevistar o Sandro, que além de um ótimo profissional reconhecido no mundo inteiro, é uma pessoa extremamente simpática e agradável.

Antes de tudo, vamos conhecer um pouco da história desse cara. Sandro é Diretor Técnico de Efeitos Especiais e viveu entre os grandes estúdios de animação e efeitos 3D do Canadá, Ásia e Inglaterra. Sandro traz na bagagem a experiência de participar de superproduções internacionais como “Homem de Aço”, “Thor – O Mundo Sombrio”, “John Carter- Entre Dois Mundos”, “Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2” e “Aprendiz de Feiticeiro”, as séries para TV “Star Wars: Guerra dos Clones”, “Dragon Booster”, “Max Steel”, “Hot Wheels” e “Spider Man”, entre outras. Trabalhou em estúdios renomados como a Double Negative, ganhadora do Oscar de Efeito Especial em 2010 pelo filme “A Origem”,  Ilion Animation Studios na Espanha, na Lucasfilm, do diretor George Lucas, em Cingapura, a Nerd Corps Entertainment localizada no Canadá e na Mainframe Entertaintment, considerada na época, início dos anos 2000, a maior produtora de televisão do país – ISSO SIM É UM CURRÍCULO!

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É muito gratificante vermos um brasileiro com tanto talento fazendo história pelo mundo afora, e ainda mais retornando ao Brasil para conquistar a terra tupiniquim e ajudar a desenvolver nosso mercado de cinema e efeitos especiais, que no atual momento, ainda é pobre e escasso.

Sem mais delongas, vamos à entrevista!

1- Combo Infinito: Você gosta de jogos, ou tem algum gênero preferido ou até mesmo se inspira em algum game para fazer alguma cena?

Sandro Di Segni: Eu to sempre ligado no que está acontecendo em jogos acompanhando trailers e novidades. Pessoalmente eu tenho um pouco de medo de jogos, porque eu sou um cara que vicia. Desde a época que eu jogava em MSX, eu tinha uma fita, eu comprava revistinhas na banca de jornal e escrevia o código do game para jogar, e era um joguinho de uma minhoca que andava na tela, isso há muito tempo atrás. Depois veio Carmen San Diego, e Lucas Films que entrou com jogos muito legais, e eu trabalhei muito perto de pessoas que trabalham com jogos. Atualmente em minhas últimas experiencias foram com o Wii e me diverti pra caramba, achei o conceito genial, e por ter toda aquela conectividade. Depois comprei um playstation 3, mas acabou que eu tive uma filha ao mesmo tempo, então eu joguei muito pouco. Gosto muito de FPS, mas é uma coisa que eu tento balancear, agora que eu tenho filho e em termos de que educação eu quero dar, e o que eu quero mostrar para os meus filhos, e as vezes o videogame passa dos limites nesse ponto. Não condeno, acho lindo o trabalho, como disse antes tenho muitos amigos que trabalham com isso, tenho amigos na EA games, na Ubisoft em várias outras, mas não foi nada que eu me envolvi pessoalmente. Acho uma coisa muito legal na área de games é que eles tem uma divisão de lucros, o que ainda não migrou para a área de cinema e efeitos especiais – se o filme foi bem pra caramba ninguém leva nada, mas nos games, se o produto for bem em vendas eles dividem o dinheiro com a galera, acho essa cultura muito legal, porém o produto é muito caro, e se há uma falha perde-se muito tempo e muito dinheiro, as vezes é mais interessante partir para mobile, onde você pode investir um capital menor e ter um retorno mais rápido. Se eu fosse investir, investiria em mobile.

2- CI: Você já trabalhou ou tem vontade de trabalhar com games?

Sandro D S: Não trabalhei. Eu gosto muito de realismo, não excluo essa possibilidade. Se eu tivesse a oportunidade certa no lugar certo, porque nao?

3- CI: Para você qual é a vantagem de ter uma ferramenta Wacom para trabalhar?

Sandro D SPra mim hoje em dia eu quero implementar em um processo de reviews da O2 onde estou trabalhando. Seria fantástico eu poder fazer um review ou dar uma nota e isso já ir para um sistema de tracking, onde um artista pode ler uma nota que eu estou dando em um shot e poder atuar em cima disso – em vídeos e tudo mais. Poder anotar alguma coisa no set de filmagem. E agiliza bastante, é um tecnologia pesada para trabalhar no colo, mas eu tenho uma Wacom, que é só a caneta, e que funciona no Ipad, e eu a uso para muita coisa. Acho muito legal e até brinco de pintar com ela.

4- CI: Para um designer existe diferença em trabalhar em cinema ou em jogos, e qual seria?

Sandro D S: Eu acho que não. Há alguma diferença sim, isso depende. Estou tentando imaginar aqui, porque muitas coisas servem para os dois, eles emprestam muita coisa um para o outro. Nos jogos da Lucasfilm, eu estava trabalhando na época no Clone Wars e ao mesmo tempo estavam produzindo os games da série. É um departamento de arte, o cara fez um mundo, agora no jogo ele tem que detalhar mais, tem que ter 360° e explorar uma área maior, que no filme você não pode explorar, mas a arte é a mesma para um designer. Eu acho que é um trabalho muito parecido.

5- CI: O que você acha que é necessário para os efeitos especiais fazerem parte das obras brasileiras?

Sandro D S: Falta capital, porque o dinheiro investido em filme aqui é muito pouco. Falta acabar com a pirataria aqui no Brasil que é um problema sério. Falta um modelo de capital de cinema que permita um investimento maior, porque hoje em dia é investimento praticamente privado e incentivo fiscal, e lá fora é incentivo dos estúdios diretamente nos filmes porque eles vão ganhar na bilheteria e na venda de um DVD. Então esse retorno esta meio quebrado, mesmo lá fora, porque o modelo de “work for hire” que eles tem é o seguinte, eles contratam um estúdio te sugam o sangue  e quem ganha no final é o estúdio. Eles contratam com um capital fixo, então você ganha para fazer uma sequência do filme, você entrega a sequência, mas eles mudam 50 vezes, então você acaba perdendo dinheiro. Hoje existem alguns estúdios falindo por isso, até os que ganham Oscar. Aí você me pergunta Games ou Cinema? Games faz muito mais dinheiro, mas o cinema tem um fator interessante – a recompensa artística – é você poder dizer “fiz parte dessa história”.

6- CI: Você trabalhou em Superman, que foi um ótimo filme diga-se de passagem, e gostaríamos de saber quais os outros projetos que você participou?

Sandro D S: Trabalhei no Thor 2, que saiu semana passada, e foi bem legal, apesar de não ter visto o filme ainda. Era para eu ter trabalhado até o final, mas o prazo mudou e estava com a minha mudança para o Brasil e não consegui trabalhar até o fim do filme, mas foi muito bom. Eu não sou o maior fã de Thor, mas acho que o filme está bom e estou muito afim de ver. Eu trabalhei na sequência de destruição da ponte arco-íris. Trabalhei também no trailer do Godzilla que vai sair o ano que vem, mas foi um trailer específico para a Comic Con. Trabalhei no ‘Entre dois Mundos’ do John Carter que eu achei um filme fantástico de participar. Harry Potter foi muito legal, porque eu gostava muito dos livros e foi uma experiência ótima. No geral, cada filme foi muito bom de tralhar, durante, é claro, tem muita pressão, estresse, prazo, mas quando passa você  fala – Que legal ajudei a criar isso, e você vê Harry Potter no cinema e assistindo a destruição da Ponte de Hogwarts é muito legal.

7- CI: Agora você está no Brasil. Quais são seus projetos por aqui?

Sandro D S: Estou trabalhando na O2 filmes. Trabalhando com Fernando Meirelles e vou ver o que eu consigo fazer para ele e o que eu conseguir agregar e trazer o máximo que eu puder pro time para a produção tanto de cinema quanto de propaganda que eu carro bem grande lá dentro.

E foi isso meus amigos Combonautas. Espero que vocês tenham gostado dessa entrevista. Gostaríamos de agradecer ao pessoal da WACOM pela oportunidade e principalmente ao Sandro por ter-nos concedido essa entrevista incrível, cujo trabalho é excepcional e sempre vale lembrar que o cara é reconhecido mundialmente e tem um currículo de dar inveja. Para conhecer mais sobre o trabalho dele clique aqui.

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