Crítica: A Lenda de Tarzan traz releitura mais sombria do clássico personagem

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A Lenda ainda vive!

Na onda dos filmes Live Action, fazendo uso das tecnologias sensacionais que abundam o cinema hoje em dia – e eu adoro -, a Warner Bros. achou que havia chegado a hora de renascer uma lenda, aquele que é filho de humanos e criado por macacos, que tem um grito conhecidíssimo e que pode ser ouvido a distância, além de se balançar de cipós por aí. Estamos falando de Tarzan.

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E não somente a Warner trouxe o personagem de volta aos cinemas, como esquivou da possibilidade de contar a origem toda novamente na esperança de criar uma nova franquia. Com um elenco de peso e muito bem selecionado, A Lenda de Tarzan vai além e conta o que aconteceu com Tarzan e Jane após tudo que a gente já tá careca de saber através de livros e, porque não, da animação da Disney, que também marcou uma época. Nada de origem, mas temos um novo Tarzan.

Animal ou humano? Como ser os dois?

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“Olha meu dedinho.”

O que surpreendeu quando vi os primeiros materiais de divulgação de A Lenda de Tarzan, é que o filme parte em busca de uma nova história, um roteiro corajoso, menos alegre, mais caótico. Tarzan não é mais Tarzan, ele é John Clayton III, Lorde Greystoke, filho de aristocratas ingleses que se perderam na selva africana e lá pereceram. Como já sabemos, Tarzan então foi criado por macacos, sempre sofrendo com o preconceito dos outros animais, por ser um humano, um estranho no ninho. Ele ganha o respeito deles após muitos anos de convivência, até ser chamado de o Rei da Selva.

Mas tudo isso muda quando ele encontra Jane e volta pra Inglaterra para viver a vida que deveria ter vivido, caso não tivesse ficado a mercê da sorte em meio a selva. O Diretor David Yates soube explorar muito bem a personalidade do personagem vivendo uma situação destas, e fica fácil perceber que as inspirações partiram de outros heróis da cultura pop. Temos em nossas mentes um Tarzan que pula de cipó em cipó, percorrendo grandes distâncias como um Homem Aranha, mas aqui a comparação pode ser feita com o Batman de Zack Snyder: um cara marcado pelo seu passado, que não está totalmente feliz com seu presente, que faz de tudo pra proteger quem o ama e que aos poucos vai deixando camadas de sua personalidade contida caírem, até virar o animal que a história nos conta há tanto tempo.

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Um elenco animal 

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Para dar o tom sério que Tarzan precisa, principalmente em seus momentos mais humanos, temos Alexander Skarsgård perfeitamente no papel do Rei da Selva, mesmo fora das selvas. O ator convence em todos os momentos do filme, com uma atuação sólida e exigente em termos físicos (o cara tá trincadaço). O vilão da história conta com Christoph Waltz, um ator que admiro muito, mas que há tempos vem me gerando alguma desconfiança, pois não parece ter muitos recursos para fazer de um papel ruim, algo bom através de suas habilidades. No entanto, assim como em Bastardos Inglórios e diferente de Os Três Mosqueteiros, Waltz faz mais uma vez um vilão altamente interessante, que fala com os olhos e que possui gestos pensados ou criados ali na hora, mandando muito bem. Gostaria inclusive de tê-lo visto mais vezes na tela durante o filme.

Samuel L. Jackson é outro grandioso destaque do filme. Ele vem no papel de George Washington Williams e poderia muito bem ter sido um problema, devido a como seu personagem age e onde ele se mete, que não parecia combinar com o resto do filme. No entanto, ele serve de alívio cômico e uma espécie de sidekick (um Robin ou Asa Noturna, talvez), e logo essa desconfiança vai embora.

E o que dizer da maravilhosa Margot Robbie? Sua Jane é de longe a melhor que já vi, em qualquer história de Tarzan, apresentando uma personagem corajosa, atrevida, sem medo (já falei que ela é maravilhosa?). A produção poderia muito bem ter transformado a personagem na donzela em perigo (uma Lois Lane), mas ela passa longe disso e traz com seu carisma diversas cenas importantes para o filme. É uma atriz que está numa ascensão importante, e que muito provavelmente a teremos em sua melhor forma em Esquadrão Suicida, também da Warner. Sua beleza também ajuda a deixar o filme ainda mais agradável, porque ela é… maravilhosa.

A ascensão dos filmes com animais

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Nos últimos anos tivemos um grande avanço na tecnologia de computação gráfica, responsável por grandes efeitos especiais em Hollywood. Planeta dos macacos é um dos grandes exemplos de filmes que fazem uso das cenas em CG pra deixar tudo mais crível. Este ano tivemos o ótimo Mogli: O Menino Lobo, que trouxe uma qualidade incrível na construção dos modelos de personagens deste estilo de filme e agora Tarzan também nos mostra como a tecnologia fez bem para representar animais e locais exóticos de maneira convincente.

Como Tarzan tem uma interação enorme com os animais e com a natureza, os efeitos em CGs são primordiais para passar a sensação de que aquilo é realmente real. Aí entra uma junção de elementos entre a capacidade técnica de Skarsgård (Tarzan) e a altíssima qualidade das cenas em computação gráfica. Mas aí também vem uma das coisas que mais me incomodou no filme.

Mas como isso?

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Eu te respondo pequeno gafanhoto: cenas em CGs mal feitas. Sim, elas existem em determinados momentos em Tarzan, mais especificamente em uma cena de um trem. E justamente neste trem que duas cenas ficaram aquém do esperado. Em uma delas, o fundo do cenário destoa demais dos atores, deixando muito claro que ali era um fundo verde, e logo em seguida acontece mais uma vez. Isso tira o espectador do filme, quebrando a imersão.

Em outra, que aí já não tem nada a ver com efeitos, mas sim com Direção, roteiro e Produção, Tarzan entra numa cabine cheia de soldados, e todos ficam olhando pra ele com cara de “o que faremos?“, e nenhum, simplesmente NENHUM deles tentou tirar um revólver pra atirar no loirão, apenas ficaram olhando, como se a única opção que eles tinham era esperar pelo fim da cena.

Apesar do bom roteiro, bem amarradinho, em determinados momentos (que não posso dizer pra não virar spoiler), os acontecimentos poderiam ter uma melhor exploração, mais explicação e mais emoção. Em um filme tão dramático, tão adulto, a superficialidade não pode ter vez.

O começo de uma franquia?

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Apesar de alguns tropeços, temos um bom filme, que diverte bastante, segura o espectador em todos os aspectos e entrega uma aventura sólida, séria, dramática e surpreendente. A atuação de todo o elenco é ótima e convincente, os efeitos especiais e sonoros são muito bons na maior parte do filme. Sem dúvida alguma a Warner tem um bom começo nas mãos, que se bem trabalhado poderá virar uma franquia.

E não sei vocês – e agora e talvez vá muito, muito longe -, mas Samuel L. Jackson fala 3 vezes, mais ou menos, durante o filme a frase “Civil War“. Já de conhecimento de todos que ele queria ter participado de Capitão América 3: Guerra Civil (no universo Marvel ele é Nick Fury) e não foi chamado pela Marvel, e em todos os momentos que ele diz “Civil War” o faz com uma entonação tão grande e perfeita que parece um recado. Pode parecer loucura, mas somente nerds muito ligados a tantas obras altamente legais poderia supor que ele aproveitou o filme da Warner (que faz Batman V Superman) pra cutucar a Marvel. Loucura? Talvez, mas eu não duvidaria…

A Lenda de Tarzan estreia dia 21 de Julho nos cinemas brasileiros e você precisa ver o renascimento da Lenda!


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