Crítica | Black Mirror: Bandersnatch é perturbadoramente divertido!

Black Mirror: Bandersnatch

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Black Mirror: Bandersnatch faz jus a expressão “Isso é tão Black Mirror”

Black Mirror, a popular série original da Netflix que conta diferentes histórias do nosso futuro com a tecnologia. Inicialmente a série era exibida na televisão, mas na 3ª temporada, os direitos autorais foram adquiridos pelo serviço de streaming. O grande atrativo por trás dessa produção são suas histórias alucinantes que causam um certo desconforto no telespectador. Atualmente a série está em sua 4ª temporada, e quando menos se esperava a Netflix anunciou o primeiro longa da antologia, Black Mirror: Bandersnatch.

Bandersnatch não é um filme comum como os que já estão no catálogo da Netflix. Aqui, quem define o rumo da história é o telespectador. Semelhante ao que já temos em desenhos da Netflix como Minecraft: Story Mode, Gato de Botas: Preso num Conto Épico e Stretch Armstrong: A Fuga, o telespectador terá momentos específicos que poderá escolher entre duas ou mais opções que o levará em diferentes cenas e finais. Este estilo é bastante comum nos games da Telltale, onde os jogadores “mais assistem do que jogam”.

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Justamente com essa mistura da interatividade e da perturbadora aventura de Black Mirror, torna-se a experiência divertida, mesmo que de alguma forma te traga o famigerado desconforto. A produção soube brincar com estes dois elementos para que no fim você possa olhar para si mesmo e dizer “Isso é tão Black Mirror”.

A trama brinca com a interatividade, e ambas brincam com seu psicológico!

Black Mirror: Bandersnatch

Se a Netflix estava buscando uma forma de afetar nossas emoções com estas histórias da antologia, ela conseguiu. Black Mirror conta histórias alucinantes sobre um futuro distorcido com a tecnologia – da pior forma, mas no bom sentido. No entanto, bastava a gente acabar de assistir um episódio, que a gente digeria tudo que passamos pela experiência.

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Com a interatividade implementada em Bandersnatch, este desconforto dificilmente irá embora, pois você é o culpado. Não entendeu? Bem… não posso falar muito mais do que isso, se quiser entender, vai precisar assistir. De alguma forma, você faz parte daquele acontecimento, e isso é simplesmente genial!

Diferente do que muitos sites de notícias indicavam, não existe “milhões” de possibilidades. Isso é já é difícil nos games, imagine em um live action. Mas a gama de escolhas que a história proporciona é o suficiente para você rever o filme algumas dezenas de vezes para descobrir todas escolhas e consequências sem enjoar.

Impactos das escolhas

Black Mirror: Bandersnatch

Em sua maior parte, estas escolhas não afetam rigidamente o roteiro, escolhas fúteis como “escolher a música que o protagonista vai escutar” ou “qual cereal ele vai comer” não afetam nada, a não ser a curta cena que você verá a seguir. Já em outros momentos você é “obrigado” a retornar um ou dois passos, caso tenha realizado uma escolha que tecnicamente você não deveria ter feito. Isso estreita um pouco as ramificações, chegando a um ponto onde você só tem uma escolha para realizar. A cada retrocesso que você realizar para tentar uma nova escolha, o filme passa por um rápido resumo de tudo que você escolheu ou fez antes do momento da escolha. Isso certamente faz com que você não desanime em ter que rever o filme do início ao fim toda vez.

As escolhas de impacto existem, aos poucos você descobre em qual momento a história realmente vai mudar com sua decisão. Elas são um tanto óbvias por não serem tão fúteis como as que citei inicialmente. Ao todo, você tem cinco finais distintos com múltiplas variações. Sobretudo, embora o filme determine que possui 1h30 de duração, este tempo pode reduzir dependendo das suas escolhas.

Um evento Black Mirror

Black Mirror: Bandersnatch

Se você está preocupado com a credibilidade do filme com a série, pode confiar que é uma história legitimamente Black Mirror. Inclusive temos a presença de easter eggs dos episódios Metalhead (4ª Temporada) e White Bear (2ª Temporada). Diferente de muitos episódios, não estamos no futuro, mas sim no passado, sendo muito bem representados pelos eletrônicos da época. Monitores de tubo, toca discos, fitas e jogos 8-bits aparecem frequentemente na história.

O longa conta a história de Stefan, um jovem de 19 anos que realiza o sonho de conseguir apoio de um famoso estúdio de jogos para a publicação do seu jogo, Bandersnatch. Seu projeto é uma adaptação do livro de mesmo nome que possui diferentes escolhas de história. Mas durante este período, Steafan passa a questionar o próprio conceito de realidade e acaba enfrentando um desafio alucinante.

Fionn Whitehead (Dunkirk) interpreta o jovem protagonista que a todo momento convence ser uma pessoa perturbada. Ele é tímido e inseguro, em momentos de desespero estampa em sua face seu medo. Chega em um momento que podemos concluir que o ator conseguiu mostrar que Stefan é praticamente uma pessoa de dupla personalidade, algo que já vimos em séries como Bates Motel. Frequentemente temos uma contracena com Will Poulter (Maze Runner) que interpreta Colin Ritman, um famoso programador de videogames. Colin Ritman se mostra mais confiante do que faz e não tem medo do que acontece com Stefan.

Veredito

https://youtu.be/1JMqurqxnDM

Black Mirror: Bandersnatch se demonstra mais como um episódio a parte do que um filme. Sua duração é relativamente curta e próxima dos episódios da série. Sua duração extra vem do fator replay para descobrir outras escolhas e finais. A história é padrão Black Mirror, uma realidade distorcida e tecnológica com um bocado de cenas alucinantes. A reviravolta é o maior destaque, ela intensifica a imersão do telespectador de forma nunca vista antes na série, tudo graças a interatividade. Se você é fã da antologia, Bandersnatch não pode ficar de fora.

A ideia da interatividade poderia ser repetida no futuro, mas torço para que a Netflix pense muito bem antes de fazer isso. O filme se tornou genial com esta nova proposta devido a história. Ela não foi adicionada por qualquer coisa, a “mecânica” faz parte da experiência. E o mais importante é que ela funciona bem por ser Black Mirror. Talvez o mesmo não se aplique em outras obras.

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