Crítica | Esquadrão Suicida erra onde não poderia, mas garante uma boa dose de diversão

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Muitos podem dizer que a quantidade de filmes baseados no universo dos super heróis é muito alta, mas fico extremamente contente em ver que filmes deste gênero, por mais que todos os anos tenhamos muitos deles, ainda cativem adultos e crianças para irem ao cinema. Essa é a graça da sétima arte, o poder de entreter e usar tantos elementos a favor disso. A DC vem forte com seu universo expandido, que começou com o Homem de Aço, depois Batman V Superman e agora o adorado Esquadrão Suicida, e apesar das notas adversas por aí, a parceria da gigante dos quadrinhos com a Warner consegue alcançar esse objetivo de entreter muito antes dos filmes chegarem aos cinemas com tantos trailers e materiais interessantes. E talvez, por sabermos o quanto as duas empresas são competentes, que a gente espera e cobra tanto delas.

Esquadrão Suicida teve uma campanha de marketing incrível, uma identidade visual surpreendente, que se confirma na versão final do filme e vendeu muito a imagem de Jared Leto como Coringa, como uma espécie de “temos o Coringa pra substituir Heath Ledger“. A união dos vilões em prol da nação, por si só, já é motivo suficiente pra vender o filme e muito do que a Warner / DC prometeram funciona, mas as falhas do longa são muito graves também.

Roteiro desperdiçado

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A ideia de um filme de super herói sem heróis como protagonistas é excelente, vide Deadpool que é um anti-herói. A escolha do elenco foi praticamente perfeita, os personagens que não tiveram destaque nos diversos trailers do filme surpreendem. Porém, é possível dizer que Esquadrão Suicida poderia se chamar “Arlequina e sua Turma”, tamanho o envolvimento da atriz com o personagem, que rouba a cena. Margot Robbie está estonteante no papel da maluca dos quadrinhos do Batman, extremamente convincente. Will Smith que muitos duvidavam que se sairia bem de Deadshot, talvez tenha sido um dos destaques do filme, além de ser o protagonista de uma das melhores cenas do longa.

A Bruxa, Croc e Capitão Bumerang também são ótimos, além de El Diablo, que fica se segurando o filme inteiro quando poderia resolver a parada sozinho. Todos os vilões possuem um carisma enorme e levam o filme nas costas. Porém, e aqui entramos na parte mais grave do filme, o roteiro tem problemas absurdos e que não são fáceis de compreender como perderam tanto a mão. A primeira grande cena de ação tem uma resolução caótica, confusa, inesperada (pro lado ruim) e inexplicável. Você para e pensa: “Ué, era pra isso que tudo aquilo aconteceu?”. Algumas escolhas do roteiro ficam ecoando na sua cabeça durante o filme, diminuindo muito a qualidade da história, que tinha uma chance enorme de ser o maior destaque do filme. Afinal, não é todo dia que essa galera do mal tá reunida.

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Olá, eu sou o Coringa! Olha a minha risada maléfica! É sério!

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O roteiro também erra feio e rude no uso do Coringa. A Warner tanto vendeu o personagem, colocando-o acima do Esquadrão em diversos panfletos e trailers, que talvez tenha passado um pouco do limite e criando um problema pra si mesma. Veja bem, não é errado querer explorar a imagem do Coringa, já que estamos falando do maior vilão dos quadrinhos, o que é errado é não entregar o que prometia, e nem falo da atuação de Leto, mas sim da importância do Coringa pra história, que é praticamente zero. É como se ele servisse de background pra loucura da Harley, o que todos nós sabemos, e se não aparecesse daria na mesma.

Ainda acredito que Leto pode ser um grande Coringa, desde que o roteiro ajude. A ideia de um Coringa totalmente diferente do que Ledger fez talvez não tenha sido tão acertada. Ouvi outro dia que essa poderia ser a melhor forma de conseguir criar um bom Coringa pro novo Universo da DC, que pra construir algo novo, é necessário desconstruir o velho, mas se a ideia era desconstruir o Coringa do Ledger, então esqueceram de montar o do Jared Leto, que carece de carisma e personalidade, infelizmente os clones do Coringa em Batman Arkham Knight são mais Coringas que ele. Ainda não vou jogar a carga da culpa pra cima do ator, pois as cenas e roteiro que montaram pra ele só funcionariam com um tremendo milagre e ele mesmo declarou em uma entrevista para o Omelete que a versão inicial do filme tinha mais Coringa. Será que só teremos a atuação completa dele na versão Definitiva? Eu duvido.

Humanizando os vilões ao som de Queen

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O trailer de Esquadrão Suicida que traz Bohemian Rhapsody como tema musical é simplesmente incrível, um dos melhores que já vi e talvez o maior responsável por vender o filme. Logo no começo de Esquadrão Suicida somos apresentados aos vilões e cada um tem uma música e um clipe próprio, uma beleza de se ver. Ao longo do filme temos diversas músicas que se encaixam perfeitamente, como Without Me do Eminem, que pra quem lembra do clipe, tem o Rapper vestindo um uniforme de Robin, e Esquadrão usa a música num momento perfeito. A sintonia da produção sonora com o que tá na tela e a incrível identidade visual da obra divertem demais.

E então, quando não temos mais vilões para sermos apresentados, David Ayer achou que seria uma boa ideia humanizar os vilões, já que pela primeira vez nós estamos do outro lado, passando um filme todo junto com eles. Há momentos que isso funciona muito bem e em outros, como na cena do bar que não rola. Parecem desculpas pra que eles continuem fazendo o que estão fazendo, quase que os transformando em heróis e nós sabemos que eles não são assim. Os personagens funcionam muito melhor fazendo o que eles sabem fazer, afinal eles são pessoas más, e fazer maldade junto com piadas bem colocadas é com eles mesmos.

No geral, é um bom filme

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Apesar dos graves erros, Esquadrão Suicida não é uma catástrofe. Temos um filme com um visual arrebentador, trilha sonora impecável, cenas realmente de tirar o fôlego e muitos vilões carismáticos na tela. O roteiro não é dos melhores e talvez seja o pior problema do filme, estragando a estreia de Jared Leto como Coringa. O Esquadrão Suicida, os vilões reunidos também funcionam e é aí que mora a graça do filme, em como estes vilões se relacionam, se respeitam, se desrespeitam e trabalham em equipe, como um Esquadrão. A Arlequina merece um filme só dela e Will Smith conseguiu convencer como Deadshot, resta saber agora é se a Warner vai contar com os mesmos atores pra algum filme do Batman ou da Liga no futuro.

No geral, você precisa ver Esquadrão Suicida, pois a mídia especializada está bem dividida quanto a qualidade do filme, e ninguém melhor do que você pra dizer se vale ou não a pena. Apesar dos deslizes, Esquadrão Suicida é um bom filme, que inclusive traz elementos interessantes pra Liga da Justiça e o universo expandido da DC no cinema, que deve mudar ainda mais dependendo do resultado das bilheterias do Esquadrão Suicida.

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11 respostas

  1. Ansioso para assistir! A música Bohemian Rhapsody é um cover feito pelo Panic! At the Disco e é foda! Fora a Heathens do Twenty One Pilots, pelo menos a trilha sonora é muito boa!

  2. “Arlequina e seus traquinas”… kkkk
    Piadas a parte, eu sempre foi meio contra ao coringa do Leto. Não pelo personagem mas pela abordagem. Acho que a DC foi infeliz em inserir um novo coringa assim. Sem dar tempo de luto pro público.

  3. cara parabéns , melhor critica ate a agora, vc destacou sim os pontos negativos mas também exaltou os pontos POSITIVOS, diferente de vários sites e canais que estão descendo o pau no filme dando a impressão que ele é 100% ruim, parabéns ja virei fa.

    1. Valeu pelos elogios João, não seria justo malhar o filme se ele me fez rir e me divertir. Apesar dos problemas, tem qualidade sim. Continue com a gente! Abraços!

  4. Mano dedshot foi o que mas gostei arquelina as piadas dela parecia feito para outro filme will smith conseguiu fazer eu ter raiva do batmam

    1. Engraçado, porque o que mais detestei foi o Deadshot. Uma das coisas que eu detestei neste filme foi precisamente os papéis se terem invertido e o Deadshot passou a ser o tipo fixe e o Batman virou o vilão sem qualquer respeito pela filha do outro. O Deadshot é um assassino frio, calculista e arrogante. Tornarem-no nesta espécie de gajo fixe foi um erro colossal, mas também, o Will Smith não tem capacidade para fazer mais que isto. Eu sei que as pessoas gostam dele porque foi a personagem com mais tempo de tela e também porque não conhecem nada da personagem, uma vez que é uma personagem pouco conhecida dos comics e nunca antes foi retratada no cinema ou na televisão. O pior é que este foi um filme do Will Smith, onde não houve espaço para os outros,excepto a Harley, mas até ela foi prejudicada com a censura feita às suas cenas com o coringa.

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