Han Solo: Uma História Star Wars surpreende positivamente
Quando a Disney colocou suas mãos sedentas por dinheiro na Lucasfilm, muita gente ficou cética quanto ao futuro de Star Wars. Estaria a casa do Mickey disposta a tudo para tirar o máximo da franquia? Até mesmo colocar a marca em risco? Assim, nasceram novos filmes e até spin-offs de Star Wars. Depois dos seis filmes de George Lucas, os fãs mais ferrenhos não esperavam que pudessem ver mais histórias daquele universo.
Mas pelo visto, a Disney não somente quer dinheiro, como também quer nos oferecer um fan service absurdo. Depois de Star Wars retomar a saga principal, vimos o surgimento de Rogue One. O belíssimo filme dava início ao rótulo “Uma história Star Wars”, que conta acontecimentos que se passam no universo da franquia. Rogue One teve uma importância enorme, se encaixando perfeitamente na cronologia da saga. Mas e Han Solo? Como poderiam contar uma história de um dos melhores personagens de todos os tempos no cinema e fazer disso algo bom, mesmo sem Harrison Ford?
Han Solo: Uma História Star Wars se passa muito antes das aventuras que conhecemos no cinema. Acompanhamos Solo desde que tinha 18 anos, até mais ou menos 24 anos. O filme mostra momentos importantes que definiram o futuro do personagem e tudo que vimos ele fazer na franquia Star Wars.
Um Han Solo…diferente
Pois é, Star Wars com alguém chamado Han Solo sem Harrison Ford parece não dar certo. E meu maior medo antes mesmo de ver qualquer trailer do filme era esse. Seria o papel de Han algo muito grande para Alden Ehrenreich. O rapaz de nome difícil teria um grande desafio pela frente. Entretanto e felizmente, ele conseguiu a proeza de ser parecido e ao mesmo tempo diferente do Solo de Harrison Ford. E é fácil perceber os motivos dessas diferenças existirem.
Han Solo é muito jovem neste filme. Ele nem tem o “sobrenome” Solo ainda. O filme mostra exatamente como este nome surgiu, inclusive. Assim, por ser um rapaz mais jovem, este Han Solo não é tão malandro. Afinal, lhe falta experiência de vida, algo que o personagem que apareceu no Episódio IV tinha aos montes. Então, quem for ao cinema achando que vai ver exatamente o mesmo personagem, poderá se decepcionar. Mas ainda assim, é Han Solo ali na tela.
Alden Ehrenreich dá uma cara muito competente ao personagem, mantendo trejeitos e formas de falar exatamente iguais. O visual e o ator em si colaboram muito para que em pouco tempo de filme, estejamos convencidos de estarmos vendo Han Solo. A única coisa que as vezes não encaixa muito bem é a voz, mas somente em momentos mais corridos, onde ele precisa gritar. E talvez a ideia da Disney nem seja tentar imitar o papel de Harrison Ford. Mas sim abrir portas para que novos filmes com Han Solo possam existir. E para isso, Ehrenreich já mostrou que veio para ficar.
Elenco praticamente perfeito
E não é somente Ehrenreich que faz bem seu papel. Todo o elenco arrebenta neste novo filme. Temos um vilão bem interpretado por Paul Bettany (o Visão dos filmes da Marvel). Emilia Clarke, a eterna Mãe dos Dragões de Game of Thrones, entra na história de Star Wars com Qi’ra. Surpreendentemente ela tem um papel bem importante na trama. Donald Glover, o cara do trailer This is America, que viralizou recentemente, faz o novo Lando. O ator mandou tão bem que a Disney já vem querendo anunciar um filme solo do personagem.
Enfim, existem até outros personagens que estão muito bem interpretados, mas pode estragar a sua experiência se eu contar sobre eles. Então saiba apenas que neste quesito, Han Solo: Uma História Star Wars é bem servido.
Uma aventura mais simples, mas ainda um Star Wars
Rogue One teve o mérito de conseguir ser um Star Wars sem nenhum personagem conhecido da saga. Foi um feito quase inacreditável. Han Solo tem o efeito inverso. Ele quase não é um Star Wars e mesmo assim tem Han, Chewbacca e até um personagem surpresa. O universo é Star Wars, as naves, os tiros, os sons, tudo é Star Wars. Mas ainda assim, não chega nem perto da magnitude que as histórias anteriores possuem. Se antes víamos Jedis lutando pela sobrevivência do mundo e dos humanos, ou um grupo da resistência fazendo de tudo para acabar com a Estrela da Morte, agora trata-se de algo mais simples.
Não que a história de Han Solo seja ruim. Eu gostei bastante do filme. Entretanto, parece ter faltado alguma coisa, mesmo que de leve. Claro que só de vermos Han e Chewie juntos novamente e com uma química absurda, já é algo incrível. Entretanto, a história apenas dá um vislumbre do que poderá, realmente, se tornar a iniciativa com este filme. A Disney diz que a ideia era contar uma história de Han Solo. Porém, vejo que há grandes chances de vermos uma franquia dentro da outra. Isso porque, apesar de tudo, a história nos deixa com a sensação de que foi o começo para algo grandioso. Algo que explique inclusive fatos que vimos nos filmes da saga principal e que não tem, necessariamente, relação com Han Solo.
Merece sua atenção
Desta forma, eu digo com total certeza: Han Solo: Uma história Star Wars merece a sua atenção. É um filme que surpreende pelas atuações, por termos Han Solo bem representado e vermos a origem do personagem. E ainda abre chances para que novos filmes nasçam desta iniciativa. Não tenho dúvidas que se a Disney conseguir uma boa bilheteria, teremos Han Solo 2. E particularmente gostaria de ver a evolução de Ehrenreich no papel.
E mesmo que a história não seja tão intensa quanto os demais filmes, tenho certeza que a Millenium Falcon e viagens na velocidade da luz atenderão o seu anseio por mais histórias de Star Wars. Definitivamente a Disney acertou em cheio ao criar esta linha de spin-offs da saga. E ainda conseguiu abrir chances para que tudo seja expandido. É tudo que os fãs da saga queriam.
