Crítica: Independence Day: O Ressurgimento repete a mesma fórmula do filme de 1996

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Fox revive a franquia após 20 anos do filme original

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Em 1996 um gênero já bem batido de filmes ganhava uma cara renovada com o novo filme da 20th Century Fox, chamado Indepence Day. O longa não só foi um sucesso, como também redefiniu o gênero de Ficção Científica, com efeitos especiais corajosos, que mesmo dando uma escorregada aqui e ali, convenciam com as gigantescas naves alienígenas e as criaturas bizarras que saiam delas. Não tinha muito papo, somente uma pequena preparação e pronto, a Terra estava invadida.

Muito do sucesso de Independence Day também se dava pelo fato de o filme brincar com o patriotismo americano, com a data do dia da independência, pelos discursos do Presidente Thomas J. Whitmore (Bill Pullman), inflamados e cheios de otimismo mostrando que os Americanos, mesmo contra uma força desconhecida, tinha gana pra vencer. No entanto, a união global gerada pela reação americana também servia de exemplo e deixava qualquer um, em qualquer nacionalidade, empolgado e doido pra ver algumas bundas aliens sendo chutadas pelos humanos.

20 Anos de Sossego e PÁ! Invadidos Novamente

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Agora estamos em 2016 e sabe-se lá o motivo, Independence Day nunca havia retornado. Porém, exatamente no dia em que o filme original faz 20 anos de vida, a Fox revive a franquia com Independence Day: O Ressurgimento, a tão aguardada sequência que traz os eventos e resultados da invasão alienígena do primeiro filme. Os aliens continuam querendo nosso planeta, e com muito mais força começam uma nova invasão. O ritmo da sequência é extremamente parecido com o do primeiro filme: pouco papo, Terra invadida novamente, mas agora os humanos estão mais preparados para qualquer ataque, usando tecnologia dos próprios aliens. Será?

Mesmo 20 anos depois, a pegada de Independence Day: O Ressurgimento é a mesma, com piadas e atuações do mesmo tipo. Para os saudosistas isso é ótimo, pra quem esperava uma evolução não é. Onde se vê uma evolução e hoje em dia já se tornou uma regra é o visual do filme, realmente impressionante. As cenas iniciais da invasão são impecáveis, com prédios sendo destruídos como se fossem de papel. Apesar de recheado de cenas em CG, tudo é muito bem feito e dirigido, passando a sensação e o pavor que tomaria conta dos humanos caso a Terra fosse invadida por aliens sedentos por destruição.

Mas onde está Will Smith?

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Independence Day foi praticamente o primeiro filme de grande sucesso na carreira de Will Smith, ou talvez o primeiro Blockbuster. Seria natural esperar que o ator retornasse para a sequência, mas não aconteceu. Ele pediu muito dinheiro para a Fox, algo em torno dos $50 milhões por dois filmes, mas o negócio não saiu e também pudera, se a Fox aceitasse a exigência do ator, iria abrir um precedente e a ideia seria trazer boa parte do elenco original de volta, e foi o que aconteceu. O Diretor Roland Emerich (Independence Day, O Dia Depois de Amanhã, 2012, só filmes que a Terra é destruída), resolveu deixar Will Smith de lado, dando um final meia boca pro personagem e trouxe de volta Bill Pulman, como o ex-Presidente Thomas J. Whitmore, Jeff Goldblum como David Levinson, que dividiu o protagonismo do primeiro filme com Will Smith, Vivica A. Fox como Jasmine Dubrow, Brent Spiner como o Dr maluco Brackish Okun e muitos outros. Metade do elenco praticamente é o mesmo do primeiro longa, enquanto que novos atores surgem na franquia, como Liam Hemsworth, Jessie Usher (que interpreta o filho de Will Smith), Willian Fichtner, que deve ter um personagem importante pra nova sequência de filmes da franquia.

Sinceramente Will Smith não fez falta para Independence Day: O Ressurgimento, apesar da história não ser o melhor do filme. O roteiro é bem simples, repete muitas coisas do filme de 1996 e deixa algumas pontas soltas para sequências, praticamente anunciadas no final do longa. A ideia da Fox é fazer mais dois filmes, uma espécie de trilogia após os eventos do título de 1996, mas tudo precisa melhorar bastante pra que na sequência a história seja mais interessante e a gente realmente se importe com os personagens.

Atuações meia boca e diálogos fracos

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Apesar do retorno do elenco original, as atuações dos novos atores não se encaixa com o estilo meio pastelão que vivíamos nos anos 90 e que Independence Day: O Ressurgimento tenta reprisar. Tudo resulta em sequências fracas de diálogos ou de atuações que deveriam ser dramáticas, mas ficam muito abaixo do esperado. Ponto negativo para Liam Hemsworth e Maika Monroe (filha do ex-Presidente neste segundo filme), que é o par romântico da sequência, no entanto ela também tem momentos que deveriam ser mais dramáticos com Bill Pulman, e é nítido que ela deixa a peteca cair com cenas sem emoção alguma ou falas sem expressão. Liam até agora não fez nenhum papel marcante no cinema, vivendo as sombras de seu irmão, Chris Hemsworth que interpreta o Thor nos filmes da Marvel. O ator não parece ser limitado, talvez só não deu sorte ainda de pegar um bom papel ou algum personagem marcante de boa expressão, como o irmão conseguiu.

No entanto, é complicado para os novos rostos de Independence Day conseguirem despontar com um roteiro tão raso e a união destes dois fatores tiram um pouco da diversão que o filme entrega. O destaque fica para Jeff GoldblumBill PulmanBrent Spiner, que por possuírem personagens com um background mais trabalhado, uma herança do primeiro filme, conseguem transmitir mais facilmente que estão a vontade com seus personagens, o que resulta em boas atuações que carregam o filme.

Ação Desenfreada É Ótima, Apesar dos Clichês

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Uma coisa não podemos reclamar em Independence Day: O Ressurgimento é da ação. Assim como no primeiro filme, o ritmo é excelente, não cansa o expectador e não deixa ninguém cochilar na sessão do cinema, com cenas muito bem produzidas do início ao fim. A cena final é um primor pelo visual e pelos detalhes, seguindo muito a linha dos filmes antigos, mas agora com efeitos novos. As batalhas com aeronaves são incríveis, com uma sensação de velocidade e perigo convincentes, apesar de algumas pegadinhas maçantes como naves aliadas que explodem e fazem você pensar que são dos atores principais, que após alguns segundos surgem na tela novamente sãos e salvos. Mesmo assim é um artifício que segura o espectador, mesmo que isso já seja muito batido e reutilizado aos montes nos filmes de ação do gênero.

No entanto o que não dá mais são as cenas onde alguma aeronave precisa entrar em algum lugar ou passar por uma fenda, parede, passagem e temos aquele momento de tensão: “será que vai dar tempo?”. Nós sabemos que sempre vai dar tempo e mesmo que alguns filmes do gênero usem disso de uma forma criativa, não foi o caso de Independence Day: O Ressurgimento.

Não Redefine um Gênero, Mas dá Continuidade a Ele

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Independence Day: O Ressurgimento não consegue repetir a mesma qualidade do primeiro filme, porém não fica muito atrás também. A fórmula é a mesma, cheia dos clichês e com roteiro mais ou menos, porém as cenas de ação e as atuações dos medalhões seguram o filme com facilidade. É o tipo de obra que a gente assiste sem procurar referências, desligando a mente por completo e aceitando tudo que vê. As cenas de ação são incríveis, cheias de efeitos especiais e muitos alienígenas, algo que quem gosta do gênero vai curtir bastante, mas justamente por ser tão parecido com o primeiro filme que o longa perde a chance de ser mais corajoso e mais inventivo, o que não é uma obrigação, mas seria muito bem vindo.

Espere por muitas cenas onde o patriotismo, o hino e a bandeira americana imperam. Mas também não sei se na realidade isso seria diferente, pois ninguém sabe os segredos que a Area 51 guarda e caso a Terra seja invadida um dia por alienígenas malucos sem cordas vocais, é muito provável que os americanos e seu exército patriota sejam nossos maiores guardiões, mesmo que eles estejam falando pelo mundo e pela união global dos humanos contra forças extra terrestres.

Ou não…

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