Crítica | IT: A Coisa – Repaginada, história de Stephen King é imperdível nos cinemas

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Em 1990 uma mini-série ou Telefilme (filme criado para a TV) adaptou uma das histórias mais famosas do escritor Stephen King. It – A Coisa nos apresentava ao tenebroso Pennywise, um palhaço assassino que vivia dentro do esgoto de uma pequena cidade na década de 60. 30 anos depois, sete amigos que viveram o terror nas mãos do palhaço enquanto eram crianças, retornam para a cidade de Derry (Maine) ao saberem que ele voltou a atacar crianças e elas se veem na situação de serem as únicas que poderiam enfim, botar um fim ao palhaço macabro.

Agora, com a adaptação cinematográfica que podemos tratar como um remake, Pennywise está mais tenebroso do que nunca e se alimentando dos piores pesadelos de 7 crianças em It – A Coisa, filme que também é baseado na obra de Stephen King, traz consigo muitas influências da adaptação televisiva de 1990, mas consegue repaginar muito bem o clássico para os dias de hoje.

Quem tem medo de Palhaços?

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Por muitos anos, falando por mim, ouvi falar de diversos casos em que palhaços roubavam crianças de seus pais e levavam para fazer diversas coisas macabras, como arrancar órgãos, vender, matar – só coisa linda de se falar para uma criança – e por muitas vezes percebia que meus amigos tinham um certo receio de palhaços. As crianças de hoje em dia terão onde se inspirar para criar contos semelhantes através do Pennywise de Bill Skarsgård (conhecido por seu trabalho na série Hemlock Grove), que consegue convencer com um personagem muito bem constituído de uma maquiagem excelente e atuação acima da média. Com falas mansas, daquelas que tentam convencer crianças através da confiança e momentos mais grotescos, com cenas de efeitos especiais bem legais, A Coisa que toma conta do corpo do palhaço prega diversos tipos de peças nas crianças que tentam enfrentá-lo, sempre com um único objetivo: as levar para seu covil do medo.

Tudo começa quando Georgie Denbrough (Jackson Robert Scott), irmão mais novo de Bill Denbrough (Jaeden Lieberher) sai pela chuva para testar seu mais novo barquinho e seu brinquedo entra no esgoto através de um boeiro. Pennywise então usa de suas artimanhas para convencer a criança de que precisa ir buscar seu pequeno barco quando o terror mostra sua verdadeira face e deixa Bill desesperado por muitos meses em busca de informações sobre seu irmão Georgie. Outros desaparecimentos vão acontecendo na cidade e aos poucos a maldição vai sendo revelada. O legal é que tudo casa muito bem no filme, desde as cenas mais clássicas, como a do barquinho, como as que são proporcionadas pelos efeitos especiais de hoje em dia, mostrando que Pennywise ainda é um personagem pra lá de interessante e a nova roupagem dará muitas margens para que possam criar ainda mais conteúdo com o palhaço maluco.

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Crianças de bicicleta dando uma de heróis

Para pegarmos um exemplo recente que possa demonstrar qual o clima que IT – A Coisa possui, sem dúvida alguma seria Stranger Things, mas devemos sempre lembrar que um dos méritos da série da Netflix é conseguir revitalizar este gênero de aventuras onde diversas crianças tentam resolver algum problema enorme onde moram com suas próprias mãos, usando todo o clima das obras dos anos 80. Como o filme se passa na década de 80, as crianças andam pra lá e pra cá com bicicletas, seus pais possuem costumes duvidosos e cada canto da cidade parece esconder um segredo. Mesmo com o clima bem pesado, IT – A Coisa traz uma pitada de comédia muito bem vinda através do personagem Finn Wolfhard, ator mirim que também está em Stranger Things, mas que apesar da temática bem parecida entre as duas obras, consegue representar dois papéis bem diferentes. Ele diz o que vem à cabeça e ponto final, como se estivesse se escondendo por trás de suas piadas. As demais crianças também possuem momentos icônicos e é bem legal ver como diante de seus medos e ingenuidade, o heroísmo presente em seus atos são encorajadores.

Os demais personagens, tanto os mais velhos quanto as crianças são todos muito bem explorados e marcam durante todo o filme, graças ao roteiro muito inteligente que traz consigo diversos assuntos delicados, como bullying – que na década de 80 era conhecido como “zoeira” -, violência doméstica e assuntos até mais complexos, que se eu falar demais poderá estragar a sua surpresa. Então saiba que IT – A Coisa não é só um filme onde crianças correm de um  palhaço maluco segurando um balão vermelho pra lá e pra cá, a história é realmente boa, muito bem ligadinha e muitas vezes surpreendente. Salvo alguns momentos que parecem até meio bobocas, mas que se encaixam com o contexto que o filme apresenta, como os momentos que Pennywise se move de uma maneira bizarra, que tenho certeza que qualquer um mijaria nas calças diante daquela situação, mas que na telona parece feito pra gente rir.

Agradavelmente horroroso

Andy Muschietti, que trabalhou no filme Mama, também de terror, faz um excelente trabalho ao criar a atmosfera de IT – A Coisa, mesmo que ele pegue apenas a primeira parte do livro de Stephen King e guarde o retorno das crianças para outro momento. Com tempo de sobra para explorar a parte da história do livro que o interessava, Muschietti consegue dar uma profundidade importantíssima para este tipo de filme, em personagens que levam a história, como Bill, Beverly Marsh e todas as outras crianças. É doloroso ver o quanto Bill sente falta de Georgie e sente culpa pelo que ocorreu com o irmão e também é incentivador ver como Beverley leva sua vida mesmo com um gigantesco trauma por conta de uma situação em sua própria casa.

Assim, It – A Coisa se torna um ótimo filme e uma ótima opção para quem gosta de histórias de terror com uma temática diferenciada, com um clima anos 80 e atores que, mesmo não fazendo tudo perfeitamente, alcançam uma qualidade suficiente para nos manter ligados na telona por todo o tempo. Não há como não gostar de Pennywise, das crianças e dos monstros que representam o medo, onde muitos deles podem ser o seu medo, representado na pele de pequenas crianças que, de forma muito corajosa, os enfrenta com muita força e até mesmo humor, que torna It – A Coisa muito divertido.


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