Crítica| Transformers: O Último Cavaleiro abusa do visual, mas ainda falta muito

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A franquia Transformers começou com um conceito muito interessante, lá em meados de 2007, trazendo uma grande batalha entre robôs gigantes alienígenas. De um lado os Autobots, liderados por Optimus Prime e do outro os Decepticons, liderados por Megatron. Naquela ocasião, os objetivos eram muito claros para os espectadores, Optimus queria recuperar um artefato para reconstruir seu lar destruído, Cybertron, já Megatron queria aniquilar os Autobots e conquistar o universo.

No desenrolar do filme, vimos cenas de ação inacreditáveis, algo nunca antes visto no cinema e era de cair o queixo de tão empolgante. Vale lembrar que o núcleo humano, protagonizado por Shia LeBeouf, tinha uma missão importante, claro, mas coerente com o universo e limitadas devido a situação – enfrentar robôs gigantes armados até os dentes sedentos por destruição. O segundo filme ainda seguia a  mesma linha de pensamento do primeiro, mas já vislumbrávamos uma ideia além, trazendo várias maluquices como o artefato que transforma tudo em Transformer e uma importância desnecessária para o protagonista humano, mas ainda assim, foi bem divertido.

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O terceiro filme foi bem vazio em conteúdo, tendo como principal atração as brigas dos robôs, que, diga-se de passagem, são sensacionais, mas você percebe que ficou confuso e sem norte. O quarto longa tinha como objetivo resgatar a ideia do herói de lata com o humano carismático, com um novo protagonista (Mark Whalberg) e as piadas mais sem timing e sem graça de todos os filmes da saga. O filme não tem coerência e é uma salada absurda, difícil de entender e de saber para onde vai.

O Último Cavaleiro

No quarto filme da franquia, Transformers 4: A Era da Extinção, os produtores resolveram contar uma ideia de origem para os robôs voltando para a era dos dinossauros, onde lá começou toda a história dos alienígenas na Terra. Da mesma maneira, utilizando o passado como base para a narrativa, Transformers: O Último Cavaleiro vai até a época da idade média, focando na lenda arturiana, para explicar o que estava prestes a acontecer, tendo como foco mais uma origem.

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O filme é continuação direta dos eventos de Extinção, com Optimus Prime sumido (no espaço) e o mundo em guerra com humanos caçando robôs. O apocalipse parece estar em andamento, mas como dizem os ditados, “o inimigo do meu inimigo é meu amigo” e os humanos precisam novamente recorrer aos Tranformers para salvar o planeta.

Nesse longa, há a estreia de alguns atores na franquia, como a pequena Isabela Moner, no papel de Izabela, que tem a missão de trazer a pureza da criança para aquele apocalipse tenebroso, bem como Anthony Hopkins, interpretando Sir Edmund Burton, com a parte da sabedoria e da nortear o caminho dos personagens, e por fim Laura Haddock, na pele de Vivien Wembley, personagem que dá o verdadeiro sentido para a maluquice criada para esse longa. Vale lembrar que há a volta de outros personagens, como o membro militar Lennox e o esquisito Agente Simmons.

O Bem e o Mal

Transformers: O Último Cavaleiro traz ótimas cenas de ação, com os famigerados robôs batalhando e com um inimigo poderoso que pretende reconstruir Cybertron. Mais clichê do que isso impossível, mas ter um tema ou um arco batido não é um grande problema se você contar uma história de maneira concisa e interessante e é exatamente o contrário que Michael Bay traz para essa edição. A história é confusa e não mantém uma coerência, mudando a regra do jogo a todo momento. Outro elemento que não precisava ter entrado nesse longa – pelo menos não com tanta força – o “chosen one“, ou o escolhido, recurso utilizado em muitos filmes, mas que nesse, pelo menos nesse, não havia a menor chance de funcionar.

Algumas cenas dramáticas perdem muito a força, justamente pela falta de profundidade da história e do exagero de explosões. Megatron, o grande vilão da franquia, é, infelizmente, pouco utilizado, tendo pouca importância no arco. Optimus Prime apareceu em vários trailer como vilão, se voltando contra o objetivo maior, o qual ele mesmo ajudou a estabelecer, e isso também foi muito mal aproveitado.

Concluindo

O desfecho de cada pedacinho da trama é muito previsível, e mais uma vez, não teria problema se fosse coerente e interessante, mas acaba ou ficando sem importância ou confuso. Enfim, foram tantas as tentativas de dar um sentido para aquilo que foi criado, que esqueceram de uma coisa simples – a própria simplicidade, coisa que o filme de 2007 fez com maestria.

Claro que nem tudo foi um erro. Os diálogos do filme anterior foram extremamente fracos, algo que eles deram uma evoluída grande para o Último Cavaleiro, mas ainda não conseguiram alcançar o tom necessário. O humor também melhorou em relação ao filme passado, mas também vemos muitas piadas ruins e forçadas, dando um ar pastelão desnecessário.

Novos Transformers foram adicionados para a franquia e, como sempre, é muito bom vermos novos personagens, com novas habilidades e cheios de armas super poderosas prontos para arrebentar tudo. Também é para aplaudir as câmeras lentas sensacionais nas lutas dos robôs, algo que o senhor Bay faz em tooooodos os filmes, mas nunca vai deixar de ser incrível.

Concluindo, Transformers: O Último Cavaleiro traz o que sempre teve de melhor, muita cena de ação, muita plasticidade, tenta trabalhar melhor os erros recentes, mas ainda não consegue atingir a excelência. Para aqueles que são fãs da franquia e que curtem aquela boa e velha treta do robôs gigantes alienígenas, vão se divertir, porém se buscar coerência e entender exatamente o que eles estão tentando entregar com o longa, provavelmente sairão frustrados.

Trailer

 

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