Crítica | Versões de um Crime traz Keanu Reeves em meio a um grande mistério

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Filmes de Tribunais do Júri são parte da estratégia de Hollywood para nos prender diante da telona com histórias que brincam com nossa percepção da verdade, criando pontos de vistas distintos para pensarmos que estamos no caminho certo da solução de determinado crime. Seria o réu culpado ou inocente? As testemunhas estariam mentindo? O Advogado de defesa está fazendo um bom trabalho? E por aí vai.

As Duas Faces de um Crime (1996) e Testemunha de Acusação (1957) são dois ótimos exemplos de filmes deste gênero, que usam do clima pesado de um tribunal para criar uma ambientação convincente de como seria essa situação caótica que um indivíduo pode passar, onde seu destino, sua liberdade e muitas vezes até a sua vida, está nas mãos de pessoas que ele nunca viu na vida e que dependem de fatos e depoimentos para livrá-lo de um final infeliz.

Um Advogado Calculista

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Versões de um Crime (The Whole Truth) segue este tipo de ideia em um longa que traz Keanu Reeves como o advogado Ramsey, que estranhamente não consegue colher nenhuma informação sobre o réu, seu cliente, e sobre o hediondo crime onde Mike (Gabriel Basso) é acusado de matar o próprio pai, Boone (James Belushi). Já no começo do filme Ramsey demonstra que sua situação e a de seu cliente são extremas e que a falta de comunicação entre eles será algo a ser explorado durante a história do longa. Versões de um Crime ainda traz – a eterna Bridget Jones Renée Zellweger como Loretta, só para você ter uma ideia do peso do elenco do filme.

Keanu Reeves, mesmo vindo agora com John Wick 2 e ainda com ideias sobre um Matrix 4, acaba sendo atrelado a filmes de ação, onde teoricamente, seus papeis são mais tranquilos, apenas pegue uma arma e saia atirando. Em Versões de um Crime as coisas são mais brandas e as batalhas não tem tiroteio, mas sim palavras que ecoam no recinto para acertar em cheio o coração do Júri. Afinal, teria realmente Mike matado seu próprio Pai? Se sim, quais seriam os motivos? O filme então começa a mostrar diversos pontos de vista, fazendo valer o nome da obra onde diversas versões do mesmo crime surgem através dos depoimentos.

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A Lá Lost

Sempre que alguma obra faz uso de imagens que ocorreram no passado com certa frequência durante o filme / série, naturalmente lembro-me de Lost, a série de TV que tem muitos fãs espalhados pelo mundo por conta de sua história e métodos de narrativa. Versões de um Crime consegue fazer um ótimo trabalho neste aspecto, pegando emprestado esse formato Lost de contar os fatos e mostrando acontecimentos conforme as testemunhas vão depondo, o que nos leva a conhecer personagens que estariam fora do tribunal, inclusive Boone, o pai de Mike. Seu temperamento, suas ideias, manias, vícios, tudo acaba sendo muito bem explorado através desta técnica de narrativa que, querendo ou não, consegue nos prender muito bem até o final do longa.

Mas Versões de um Crime não é perfeito, e está muito longe disso. O filme tenta criar diversos elos entre personagens para despistar o espectador da real verdade. Alguns momentos são tão nítidos que existem apenas para nos confundir, enquanto que em outros a verdade parece muito simples, ficando um gosto de desconfiança. No entanto, nosso papel como espectadores em Versões de um Crime é justamente ter uma ideia de como seria estar sentados em uma das cadeiras do Júri, inclusive as tomadas de câmera durante os depoimentos e alegações dos advogados dão a entender que estamos na visão de uma das pessoas que será responsável por absolver Mike ou não. O ritmo do filme colabora muito pra que o interesse pela história seja alto e neste sentido o longa agrada bastante.

Sempre morno

Versões de um Crime consegue ser interessante em todos os momentos, há uma boa qualidade de edição, visual, músicas e tudo mais, mas parece faltar um momento de reviravolta mais dramático, mais marcante. Não que o desfecho não seja surpreendente, e ele é. Eu criei várias teorias na minha cabeça, acertei metade delas e gosto muito de filmes mais imprevisíveis, mas ainda assim a reação geral dos personagens não parecia condizer com o que eu estava vendo.

No geral, Versões de um Crime cumpre o que promete, traz um bom roteiro com bons personagens e momentos chave da história conseguem renovar o interesse por tudo há cada novo momento. Porém, quem espera por algo mais frenético, com mais jogadas de mestre entre os advogados e pressão pra cima das testemunhas, talvez acabe saindo da sessão do cinema com uma ideia mais amena, de que se divertiu, mas que poderia ter sido melhor. Faltou profundidade, mas mesmo assim é um filme que pode te divertir por sua narrativa bem construída e boas ideias, mesmo que em alguns momentos seja mal aplicadas.

 

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