A vida pode frequentemente nos arrastar para uma rotina insuportável, um desafio comum para todos nós. Mas como podemos transformar essa monotonia em algo inovador e estimulante? Dungeons of Hinterberg oferece uma resposta: a fuga da realidade.
Com lançamento em 18 de julho de 2024 para Xbox Series, PC e Game Pass, **Dungeons of Hinterberg**, desenvolvido pela Microbird Games e publicado pela Curve Games, é mais do que apenas um jogo de masmorras inspirado em The Legend of Zelda. Embora o título se concentre na conclusão de masmorras, seu verdadeiro triunfo está na mensagem reflexiva que transmite: a necessidade de buscar experiências fora da nossa rotina diária.
Com uma abordagem visual e mecânica simplista, o jogo se destaca ao nos lembrar da importância de escapar da monotonia cotidiana e explorar novas experiências..
Uma viagem para Hinterberg
No controle de Luísa, uma estagiária de direito exausta, embarcamos em Dungeons of Hinterberg, uma pacata cidade situada nos idílicos Alpes austríacos, que se tornou um destino turístico famoso após herdar magia de suas inúmeras masmorras locais. Luísa busca explorar essas masmorras e descobrir a origem da magia que é única a este local.
Durante sua jornada, o jogo introduz personagens cujas relações interpessoais se tornam centrais para a evolução da narrativa e da própria personagem. Os diálogos oferecem reflexões contemporâneas sobre a vida e a construção de novos relacionamentos sociais, enquanto você se engaja em missões secundárias além das principais, focadas nas masmorras. Essas missões secundárias aprofundam o desenvolvimento dos NPCs e dos atributos de Luísa.
Os atributos de Luísa (Fama, Relaxamento, Diversão e Familiaridade) afetam sua experiência e crescimento no jogo. Embora a premissa inicial possa parecer simples – explorar uma cidade e suas masmorras – Dungeons of Hinterberg oferece uma experiência rica e reflexiva. A metalinguagem utilizada no jogo destaca temas da realidade e explora elementos típicos de RPGs de maneira inovadora.
Um aspecto marcante da narrativa é uma interação com um NPC que tem uma irmã bem-sucedida, enquanto ela é apenas uma caçadora de masmorras. Em um momento do diálogo, ela questiona: “Qual a motivação da vida, ter um carro do ano ou explorar a magia?” A resposta é explorar a magia.
Dungeons of Hinterberg propõe uma reflexão profunda sobre o sentido da vida: buscar conquistas materiais ou criar experiências únicas e inesquecíveis?
Fazendo muito com pouco
Os jogos indie frequentemente se destacam pela criatividade que conseguem extrair de orçamentos mais modestos, e Dungeons of Hinterberg é um excelente exemplo dessa criatividade no segmento.
O jogo adota um estilo visual em cel shading, que confere um DNA gráfico distintivo e encantador. Desde o design dos NPCs até o level design das masmorras, a Microbird Games utilizou de forma eficaz os recursos disponíveis. As 25 masmorras espalhadas pela cidade apresentam uma variedade de designs visuais e desafios únicos.
Enquanto você explora essas masmorras, encontrará uma mistura de elementos 2D e 3D, puzzles criativos e momentos de alta adrenalina, lembrando as fases de minas em Resident Evil 4. Apesar de o combate ser relativamente simples, com apenas dois ataques básicos (quadrado e triângulo), as habilidades e magias desbloqueadas ao longo do jogo trazem uma dimensão interessante e estratégica ao combate. Um detalhe importante é cada região dispõe de magias diferentes que só podem ser utilizadas naquela região.
O cerne de Dungeons of Hinterberg reside na diversidade das masmorras e nos desafios que oferecem. O combate limitado é compensado pela integração de elementos de simulador social, semelhantes ao sistema de Social Link da franquia Persona. A cidade de Hinterberg está repleta de NPCs com os quais Luísa pode interagir, e cada um deles oferece vantagens que influenciam o combate e os atributos da personagem. Desenvolver relações com esses NPCs pode ser uma estratégia valiosa, dependendo de quais atributos você deseja aprimorar.
Ressalvas…
Embora a combinação de simulador social com RPG de ação e aventura funcione bem dentro da proposta narrativa do jogo, as interações com os NPCs poderiam ser mais profundas e relevantes. Além disso, uma maior quantidade de NPCs para interagir enriqueceria ainda mais a experiência. Em complemento, o jogo repete muito s seus inimigos, o que torna a experiência nas masmorras, no que tange o combate, nada inédito.
Mas afinal, Dungeons of Hinterberg é tudo isso mesmo?
Dungeons of Hinterberg é mais uma prova de que, com recursos limitados, é possível criar experiências memoráveis. Portanto, este RPG de ação e aventura não só apresenta uma variedade impressionante e criatividade nas suas masmorras, mas também incorpora um simulador social que traz reflexões profundas sobre a vida e como a aproveitamos.
Ademais, sua estreia no Game Pass no Day 1 certamente dá um impulso adicional ao jogo. No final das contas, Dungeons of Hinterberg oferece muito mais do que apenas exploração de masmorras. Ele nos lembra que, muitas vezes, a vida pode se assemelhar a um jogo de videogame, repleto de desafios, descobertas e oportunidades para crescimento pessoal.
VEREDITO: Dungeons of Hinterberg é mais uma prova de que, com recursos limitados, é possível criar experiências memoráveis. Este RPG de ação e aventura não só apresenta uma variedade impressionante e criatividade nas suas masmorras, mas também incorpora um simulador social que traz reflexões profundas sobre a vida e como a aproveitamos. Sua estreia no Game Pass no Day 1 certamente dá um impulso adicional ao jogo. No final das contas, Dungeons of Hinterberg oferece muito mais do que apenas exploração de masmorras. Ele nos lembra que, muitas vezes, a vida pode se assemelhar a um jogo de videogame, repleto de desafios, descobertas e oportunidades para crescimento pessoal. – João Antônio
