Eiyuden Chronicles Hundred Heroes – Review

Eiyuden Chronicles Hundred Heroes

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Para fãs saudosistas

Eiyuden Chronicles Hundred Heroes, descrito como um sucessor espiritual da amada franquia Suikoden, estreou hoje, 23 de abril de 2024, para uma variedade de plataformas, incluindo PS5/PS4, Xbox Series/Xbox One, Switch e PC. Desenvolvido pela Rabbit & Bear Studios e publicado pela 505 Games, o jogo promete manter os conceitos estabelecidos em Suikoden, oferecendo uma experiência clássica de JRPG.

Para os fãs dedicados dos JRPGs clássicos, Eiyuden Chronicles é uma escolha imperdível. No entanto, é importante ressaltar que o jogo pode não atrair tanto os novos jogadores acostumados a experiências mais modernas, como Persona, Like a Dragon e o remake de Final Fantasy 7. Ao contrário desses títulos que buscaram inovar, seja mesclando combate por turnos com ação em tempo real ou tornando os combates por turno mais dinâmicos, Eiyuden Chronicles mantém uma estrutura fiel aos clássicos JRPGs, sem concessões para atrair um novo público.

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É válido mencionar também que o criador de Suikoden, infelizmente falecido em fevereiro deste ano, deixou sua marca neste novo projeto. Embora o jogo possa não ser tão acessível para todos os tipos de jogadores, certamente será uma experiência nostálgica e gratificante para os fãs de longa data da série Suikoden e dos JRPGs clássicos em geral.

Uma carta de amor aos fãs, mas há um problema

Com efeito, Eiyuden Chronicles, como mencionei anteriormente, é de fato um sucessor espiritual de Suikoden que opta por manter os elementos fundamentais de seus predecessores em vez de buscar atrair um novo público de jogadores. Essa abordagem torna-se evidente na exploração dentro do jogo, onde, assim como nos clássicos JRPGs, enquanto estamos explorando, somos surpreendidos por encontros aleatórios com inimigos que emergem nos cenários.

Essa dinâmica de encontros aleatórios pelos cenários, que eventualmente se torna repetitiva e exaustiva, era um padrão dos clássicos JRPGs e foi mantida de forma fiel em Eiyuden Chronicles. Aqui reside o grande desafio do título. Embora o RPG seja uma homenagem aos fãs de Suikoden, precisamos reconhecer que não estamos mais nos anos 90. Um jogo hoje em dia precisa alcançar o maior número possível de jogadores e ser rentável. No entanto, Eiyuden Chronicles parece estar preso ao passado, sem buscar formas de se modernizar.

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Além disso, embora eu acredite que esses encontros aleatórios repetitivos não vão agradar à maioria dos jogadores nos dias de hoje, a Rabbit & Bear Studios incluiu a opção de combate automático, onde você pode reduzir a exaustão causada pelos constantes encontros e deixar seu grupo realizar todas as ações. É digno de nota que o jogo permite que você configure o comportamento dos personagens durante o combate automático, como escolher se um personagem deve lutar livremente ou ser mais cauteloso no uso de recursos. Isso, sem dúvida, é de grande ajuda.

Combate, personagens e mais

O sistema de combate em Eiyuden Chronicles segue os moldes de Suikoden, onde você deve selecionar todas as ações do seu grupo antes de iniciar o turno. Essa dinâmica peculiar e única é interessante, porém, quando você está constantemente envolvido em embates aleatórios, pode se tornar entediante. Ainda assim, a necessidade de planejar todas as ações do seu grupo estimula o seu senso estratégico, especialmente em confrontos contra inimigos com padrões imprevisíveis. Além disso, a ordem dos turnos é exibida na parte superior da tela, o que permite antecipar as próximas ações tanto dos seus personagens quanto dos inimigos.

Com mais de 100 personagens, cada um com suas próprias características e habilidades, disponíveis para recrutamento e adição ao seu grupo, o jogo apresenta uma variedade impressionante. Os personagens são divididos em três categorias: Frente, Fundo e Apoio, cada uma relacionada com o papel que desempenham durante o combate. É como um jogo de damas, onde você posiciona suas peças na linha de frente, na retaguarda e nos flancos.

Em resumo, Eiyuden Chronicles oferece um sistema de combate charmosíssimo, embora seja prejudicado pela frequência excessiva de embates aleatórios, mesmo com a opção de combate automático e a possibilidade ocasional de fugir das batalhas. No entanto, nos confrontos contra chefes e em momentos-chave da história, a proposta de combate do jogo brilha, com combos elaborados, ataques especiais e um alto nível de estratégia envolvido.

Um mundo sem muito o que explorar

O forte apego aos estigmas dos JRPGs dos anos 90 é um dos principais aspectos de Eiyuden Chronicles Hundred Heroes, porém, infelizmente, isso acaba deixando uma marca negativa na exploração e progressão do jogo como um todo. A falta de dinamismo é evidente.

Quanto à exploração, além dos combates aleatórios frequentes que prejudicam essa parte do jogo, os jogadores irão percorrer uma variedade de locais, como minas e vilarejos urbanos. No entanto, há uma ausência de elementos interessantes para serem descobertos, limitando-se principalmente a baús contendo itens, materiais para aprimorar equipamentos e runas. A exploração ocorre em uma mistura de cenários em 3D e 2D, com controle limitado da câmera em alguns casos.

Vale lembrar que, em Eiyuden Chronicles Hundred Heroes, o Império Galdeano emerge como uma potência ao descobrir uma tecnologia que amplifica a magia das lentes-rúnicas. Agora, o Império busca um artefato que promete ampliar ainda mais seu poder, vasculhando o continente em busca dele. É durante uma dessas expedições que Seign Kesling, um jovem e promissor oficial imperial, e Nowa, um garoto de uma aldeia remota, se encontram e formam uma amizade improvável. No entanto, o destino reserva reviravoltas que os lançarão no turbilhão da guerra, obrigando-os a questionar suas convicções e valores até então inabaláveis.

Diálogos rasos e narrativa esquecível

Como em todo JRPG, Eiyuden Chronicles apresenta uma grande quantidade de diálogos, porém, neste caso, eles carecem de carisma, assim como os próprios personagens. A narrativa, infelizmente, não consegue cativar, e os personagens acabam sendo esquecíveis. Além disso, o design das missões deixa a desejar, com objetivos confusos e pouca orientação sobre o que fazer, o que é considerado grave nos dias de hoje.

No entanto, apesar desses aspectos negativos, o aspecto visual de Eiyuden Chronicles é um ponto positivo indiscutível. Com uma combinação de cenários em 3D e 2D, e modelos de personagens em 2.5D, o jogo apresenta locais encantadores, beneficiados por uma excelente iluminação e texturas bem trabalhadas. Essa abordagem inovadora de destacar jogos com estilo visual clássico está ganhando popularidade e pode ser uma alternativa viável para manter a relevância visual sem perder o tom nostálgico.

A Square Enix tentou algo semelhante no remake de Star Ocean 2 (2023), recriando os cenários em 3D e mantendo os personagens em pixel art, porém o resultado não foi tão satisfatório visualmente. Já em Eiyuden Chronicles, a Rabbit & Bear Studio conseguiu encontrar um estilo visual que pode se tornar uma referência para futuros títulos da franquia.

Mas afinal, Eiyuden Chronicles Hundred Heroes é tudo isso mesmo?

Optando pelo saudosismo, o projeto da Rabbit & Bear Studios não parece preocupado em criar pontes para um novo público. Seu design de missões e o excesso de encontros aleatórios refletem um forte apego ao passado. Enquanto isso, seu visual, que combina elementos 3D com 2D, traz uma lufada de ar fresco à estagnação da exploração, e seu combate é autêntico, mas apenas em momentos-chave do jogo.

Eiyuden Chronicles Hundred Heroes não busca necessariamente atrair novos jogadores, mas sim manter a fidelidade aos seus fãs e à essência dos JRPGs dos anos 90. Seu viés totalmente nostálgico pode limitar seu apelo entre os jogadores modernos que foram conquistados por títulos como o remake de FF7, Persona 5 e Like a Dragon. No entanto, para os amantes e entusiastas dos JRPGs clássicos, o jogo é um deleite, uma experiência feita sob medida para aqueles que têm saudades da era dourada dos jogos de RPG japoneses.

VEREDITO: Eiyuden Chronicles Hundred Heroes não busca necessariamente atrair novos jogadores, mas sim manter a fidelidade aos seus fãs e à essência dos JRPGs dos anos 90. Seu viés totalmente nostálgico pode limitar seu apelo entre os jogadores modernos que foram conquistados por títulos como o remake de FF7, Persona 5 e Like a Dragon. No entanto, para os amantes e entusiastas dos JRPGs clássicos, o jogo é um deleite, uma experiência feita sob medida para aqueles que têm saudades da era dourada dos jogos de RPG japoneses. Jão

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2024-04-23T15:04:50-0300

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