“Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça” (Suicide Squad: Kill the Justice League) gerou muita curiosidade entre os jogadores desde o momento em que foi anunciado. Desde que seus primeiros detalhes foram revelados, evidenciando que o novo título da Rocksteady se aproximaria do formato de jogo como serviço, a internet, como um todo, já havia torcido o nariz.
Em 2023, o Combo Infinito foi convidado para viajar até Los Angeles para testar antecipadamente “Esquadrão Suicida”, onde o co-fundador, Ariel de Souza, teve sua primeira experiência com a jogabilidade e pôde conhecer melhor os personagens, que incluem Arlequina, Capitão Bumerangue, Pistoleiro e Tubarão Rei. Apesar de, na época, o jogo ter proporcionado diversão em alguns aspectos, ainda havia espaço para melhorias antes do lançamento.
Porém, parece que nada foi aprimorado. O lançamento, então, foi a cereja do bolo: com bugs em seu acesso antecipado, muitos jogadores desistiram de comprar o jogo e fizeram duras críticas posteriormente – seja pela jogabilidade, história e outros aspectos. Nem tudo são flores, claro, mas o julgamento precipitado pode privá-lo de algumas horas de diversão. Neste review, você descobrirá se “Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça” realmente vale o investimento ou se você deve passar longe.
Os “heróis” da vez
A escolha do elenco segue mais ou menos o padrão do que a Warner já trabalhou no cinema. Pistoleiro, Capitão Bumerangue, Tubarão-Rei e Arlequina formam o quarteto que impulsiona toda a loucura da história. Apesar das inúmeras versões dos personagens que já existem por aí, as criações da Rocksteady têm sua própria dose de carisma e originalidade.
Apostando em um humor que oscila entre o constrangedor e o ousado, o jogo coloca esses vilões, que estão longe de serem os mais poderosos, contra a Liga da Justiça. No entanto, surge o questionamento: como esses personagens relativamente fracos podem competir com os heróis mais poderosos da DC? E como derrotar Brainiac, o responsável por subjugar os heróis e destruir Metrópolis?
A resposta reside em alguns recursos de roteiro que oferecem aos protagonistas caminhos para se fortalecerem. O primeiro desses recursos é introduzido na sequência inicial do jogo, quando cada personagem rouba equipamentos que lhes proporcionam mobilidade. Esses novos equipamentos são a chave para explorar a cidade com várias opções de movimentação, em um cenário verticalizado, repleto de prédios e obstáculos, que se mescla bem com o caos do combate.
Tiro, porrada e bomba
Para os não familiarizados, “Esquadrão Suicida” se passa no mesmo universo dos jogos Arkham, 5 anos após os eventos de “Arkham Knight”. Porém, neste jogo, Brainiac escravizou os membros da Liga da Justiça, transformando-os em agentes do caos. E eles não decepcionam: são cruéis em todas as cenas em que aparecem, sempre demonstrando serem mestres da carnificina – o Batman que o diga.
É por isso que os membros da Força Tarefa X precisam de equipamentos específicos para enfrentar a Liga. Cada personagem é equipado com duas armas de fogo, uma arma branca e uma granada; em um jogo que se aproxima muito do estilo looter shooter, essas quatro ferramentas de combate vêm com uma grande variedade, permitindo ao jogador diversificar seu estilo de jogo conforme preferir.
Além disso, as armas têm diversas variações, com diferentes melhorias e habilidades passivas – as granadas e armas brancas, por exemplo, podem causar vários efeitos de dano. Assim, sempre haverá uma nova maneira de enfrentar os inimigos. Isso se soma à proposta óbvia de ter quatro personagens jogáveis. O modo como cada um deles se move pelo mapa é único, resultando em experiências de batalha bastante distintas.
Um CAOS!
Falando sobre a história, o jogo é dividido em arcos, cada um representado por um membro da Liga para enfrentar. Porém, antes de lutar com um chefe específico, o jogador precisa realizar algumas missões secundárias para certos NPCs, incluindo o Pinguim, o Charada, uma nova versão da Hera Venenosa (explicada na trama, já que ela morreu em Arkham Knight), o Homem-Brinquedo e a Hack, todos controlados por Amanda Waller.
A história, no entanto, é relativamente curta. Os principais eventos relacionados à Liga, por exemplo, podem acabar concluídos em menos de 10 horas de jogo. Porém, chega um momento em que praticamente todas as missões do jogo já foram definidas. Enfrentar hordas de inimigos, realizar resgates, testar habilidades… Toda a ação de Esquadrão Suicida se apresenta de forma repetitiva, com pouco espaço para a criatividade fluir.
No entanto, o pior aspecto de “Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça” é o final. A ideia de que a continuação da história no formato de temporadas seria a melhor escolha para manter o interesse do jogador é ingênua. A sensação é que não há coerência com o que o jogo apresentou no início, uma total discrepância que pode servir como um balde de água fria para muitos jogadores.
Repetição, repetição e repetição…
Infelizmente, a Rocksteady falhou em um aspecto extremamente importante para este jogo: as batalhas contra os chefes. Considerando que os chefes são membros da Liga da Justiça, esperava-se que fossem muito mais interessantes, dinâmicos e envolventes. No entanto, nenhum dos chefes se destaca, sendo simplesmente uma experiência decepcionante após a outra. Além disso, os inimigos secundários são extremamente genéricos e sem graça, o que contrasta com o que a DC apresentou em seus trailers e gameplays – totalmente oposto ao esperado.
Além disso, os ambientes deixam muito a desejar. Metrópolis, por exemplo, é uma mistura futurista de metrópole com toques steampunk, mas também com muitos neons e estátuas gigantes dos heróis, proporcionando uma certa verticalidade. No entanto, todos esses elementos, combinados com o combate caótico do jogo, tornam a exploração e o combate extremamente confusos e poluídos na tela. No geral, os ambientes são sem vida, funcionando mais como um parque de diversões para os jogadores, que podem atirar em qualquer lugar.
Por outro lado, as cutscenes são o ponto alto do jogo, extremamente bem animadas e interpretadas, principalmente com a tecnologia de sincronização labial, que torna as falas dubladas dos personagens coerentes com os movimentos dos lábios. A história também é genuinamente engraçada, ponto – afinal, “Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça” é uma comédia, o que permitiu ver um lado da Rocksteady que não estava presente nos jogos do Batman. Infelizmente, mais pontos positivos além desses foram difíceis de encontrar.
Vai durar?
No final das contas, “Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça” poderia ter sido muito melhor, não fosse a decisão bizarra de transformá-lo em um “jogo como serviço”. O título apresenta uma história interessante, um bom desenvolvimento de personagens e uma dublagem excepcional, mas peca por um final abrupto e totalmente anticlimático. Resta agora saber como o jogo se sustentará nesse formato, e se realmente teremos um conteúdo à altura do que a Rocksteady já produziu no passado, suficientemente bom para convencer as pessoas de que o serviço vale a pena.
Afinal, o jogo precisará de muitos jogadores por um longo período para funcionar, mas há como prever que acabará desativado assim que começar a falhar. Considerando que no lançamento ele já teve menos jogadores do que “Marvel’s Avengers”, o futuro não parece promissor. A chegada gratuita do Coringa pode dar um fôlego extra, mas manter o jogo relevante com personagens jogáveis e vilões cativantes será um desafio e tanto.
Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça: O jogo poderia ter sido significativamente melhor, não fosse pelo seu gameplay repetitivo, cenários simples e inimigos pouco cativantes, além da estranha decisão de transformá-lo em um "jogo como serviço". Apesar de apresentar uma história interessante, um bom desenvolvimento de personagens e uma dublagem excepcional, o jogo falha inúmeras vezes em proporcionar uma experiência divertida e dinâmica. – M@xpay
E você, já teve a chance de jogar? Para mais detalhes sobre nossa análise, confira o vídeo completo abaixo!