Facebook compra o Oculus Rift. Veja as reações dos desenvolvedores de games

O Facebook acaba de revelar que adquiriu toda a participação do projeto Oculus Rift pela quantia de 2 bilhões de dólares. Os valores são divididos em 400 milhões de dólares em dinheiro e mais 23.1 milhões de ações do Facebook. Além do valor da compra foi revelado que ainda existem 300 milhões que estão reservados para quando o projeto começar a ser entregue.

Hoje em dia, cada ação do Facebook está valendo de 64,10 dólares. Uma negociação boa para ambos os lados em termo de negócios, já que os criadores do Rift podem agora contar que o projeto já é uma realidade com todo o apoio da gigante das redes sociais.

Mark Zuckerberg – o Bill Gates contemporâneo – comentou sobre a aquisição, “O Mobile é uma plataforma de hoje, e agora estamos a nos preparar para as plataformas de amanhã. O Oculus Rift é a oportunidade de criarmos a melhor plataforma social de sempre, e mudar a forma como trabalhamos, jogamos e comunicamos”.

Para não deixar os desenvolvedores que estavam de olho no Rift desapontados com a aquisição, logo após o anúncio, Mark Zuckerberg comentou no seu perfil do Facebook que a realidade de imersão para jogos é a primeira coisa que estão interessados, mas que o futuro trará uma realidade aumentada que será um fato para milhões de pessoas.

Ele deu como exemplo algumas aplicações que poderiam transcender a barreira dos jogos, como vermos um jogo como se estivéssemos no estádio, só que de nossa sala, estudar a distância, porém com o Rift, recriando o ambiente de uma sala de aula ou até mesmo – o que eu achei um absurdo – irmos ao médico e falar cara a cara com ele apenas por estar usando o Rift.

A reação dos desenvolvedores

Automaticamente após o anúncio, o Twitter ferveu com muitas críticas à aquisição da Oculus pelo Facebook. De maneira geral, o sentimento que ficou na comunidade de desenvolvedores de games é que uma grande ideia, que é a realidade virtual, está sendo jogada pro espaço, já que uma grande companhia como o Facebook, poderá trazer limitações para o que o Rift poderia realmente representar daqui há alguns anos.

Segundo o The Guardian, Markus Persson, o criador de Minecraft – que não sei como o Facebook ainda não comprou – é quem praticamente liderou as críticas sobre o negócio. “Nós estávamos pensando em criar uma versão de Minecraft para o Rift”, escreveu ele, “porém, eu já cancelei esta ideia. O Facebook me assusta.”

Na rede social para games Reddit, o fundador da Oculus, Palmer Luckey dá sua versão, onde ele fala da história da Oculus, qual era a ideia e que pra que tudo realmente aconteça, a aquisição da empresa pelo Facebook será de grande importância. Ele ainda diz que “este é um momento muito especial para a indústria dos games. A realidade virtual agora realmente chegando, e isto irá mudar a maneira com a qual jogamos nossos games para sempre”, concluiu

Mas mesmo com tantas palavras bonitas, muitos desenvolvedores deram seu parecer. Um deles simplesmente disse que “eu tirei minha assinatura”. Outro também foi bastante negativo, dizendo: “vou cancelar minha reserva, eu não vou fazer jogos com o Rift, e não vou me associar com uma empresa que é afiliada do Facebook”, e outro disse: “estou realmente triste com isso. Eu só tive dor ao desenvolver para o Facebook, e a direção e ações da empresa (Facebook) não são tão boas assim ao ponto de eu poder suportar.”

Eu acredito que todo o poder que o Facebook tem, possa vir a ser favorável para o Rift, até porque realmente acho que o futuro dos games está na realidade virtual. Entretanto, como o foco da rede social não é 100% para os jogos, acredito que possa atrasar o que realmente o Rift faria se tivesse continuado seu caminho sozinho. A saída de alguns desenvolvedores do projeto, me faz pensar o que eles farão com tudo que haviam pensado para o Rift. Na verdade, quem tem tudo pra ganhar com isso é o garotão aí abaixo, pois até semana passada, o Rift não tinha concorrentes, mas agora tem, não acham?